O convite

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Destino.

Todo mundo ja parou pra pensar sobre isso de certo modo, em algum momento da vida. Com toda a certeza.

Será que estou seguindo ele?

Fui largado de mão por ele?

Preciso segui-lo?

Não importa por qual momento alguém pensou, mas, com toda a certeza chegou a pensar.

Como, Antônio.

Sentado no sofá, segurando um papel entre as duas mãos, seus olhos passavam por cada palavra de forma lenta. Ja era a quinta vez que ele lia e sem dúvida ja decorou. Como um pedaço de papel poderia fazer tanto estrago em sua mente como no momento?

   O convite de papel caro, na cor branca, e com as letras de uma fonte difícil o bastante de ser citada, estava sendo segurado de maneira extremamente firme entre os seus dedos, de uma forma em que as veias dos seus braços ficaram nítidas. O silêncio ao seu redor era absurdo, e não era como se ele estivesse sozinho. Porque não, ele não estava. Mas, a situação foi tão tensa o bastante que todos em sua volta se mantiveram em silêncio. Afinal, não era todo dia que alguém recebia um convite de casamento de alguém que um dia achou que seria a mulher de sua vida.

— março. — ele sussurrou baixo, para sí mesmo. — dia dezesseis.

Antônio rio.

Dezesseis de março.

Dia e mês do seu aniversário.

Dezesseis.

O dia em que também se conheceram.

O casamento do amor da minha vida - DocshoeOnde histórias criam vida. Descubra agora