Era sol em pleno começo de fevereiro, como sempre, justamente as sete e ponto da manhã. A praia de Copacabana estava começando a encher, mas não o suficiente ao ponto de inibir o barulho das ondas que faziam um barulho forte o suficiente pra fazer qualquer pessoa que morava nos prédios a frente, ouvi-las e torna-las seu despertador...como Antônio.
Uma espreguiçada alta foi dada, e ele sorriu sem nem ao menos abrir os olhos, e quando finalmente os abriu, o sol invadiu seu rosto de maneira imediata fazendo os seus olhos castanhos escuros se tornarem incrivelmente claros naquele momento. Antônio então riu, mostrando os dentes e tampou o sol com uma das mãos, no intuito de se proteger um pouco. Mas, não era como se ele não amasse o momento que todas as manhãs acontecia, e que ele mesmo fazia questão de viver.Qualquer pessoa teria certeza disso, porque não existe cortina nenhuma na janela no intuito de impedir.
A verdade era que Antônio amava viver. Amava estar ali, em casa, no Brasil. Vivendo uma vida que quase perdeu, mas que recebeu de volta depois de tantas dores. Ele precisava fazer valer a pena cada suspiro.
— café da manhã dos campeões! — a porta foi aberta, e ele riu da cara de pau do baixinho calvo que entrou sem pedir sequer permissão em seu quarto — bom dia, Sapatinho!
— pra quem véi? Eu preciso pegar a minha chave com você e mudar a fechadura urgente! — o lutador exclamou, fingindo odiar tal cena, quando na verdade ter o amigo ali também significa viver um novo recomeço
— você me ama que eu sei!
— que isso, Lê?! — ele se sentou rapidamente, deixando o lençol branco que o cobria deslizar, dando evidência ao seu corpo sem camisa e coberto por algumas novas tatuagens. — ta se sentindo ein? hehehehehe
— para vai, Sapato! Ama sim! Dia cheio hoje?
Antônio fechou um dos olhos em uma careta, e inclinou o rosto pro lado, começando a pensar na agenda do dia
Treino.
Casa do Mário.
Jantar no João Vicente.
Live com os fãs.
— do jeitinho que eu gosto! — comemorou, dando uma espreguiçada.
(...)
O dia havia começado cedo, Antônio seguindo a rotina de sempre ja havia treinado, almoçado com o irmão e sobrinhos, e no exato momento, procurava um bom enquadramento no meio do sofá pra começar a live com os fãs. Junto a ele estava Lucas, Cecilia, Lê e João Vicente. Parecia até uma festa, e seria, logo mais, o que resulta do porquê todos estarem juntos.
— ai ta ótimo, chefinho! — Lucas comentou, enquanto configurava a câmera do celular.
Antônio respirou fundo, enquanto os demais foram se afastando da lente. O Rio havia mudado de clima de uma forma assustadora naquele fim de tarde. O sol que brilhava pela manhã, foi coberto por grandes nuvens cinzas que chegaram junto com pequenas pancadas de chuva e um vento frio. Sapato arrumou a postura, e puxou a manga do moletom preto com capuz que vestia. Naquela mesma tarde, também havia cortado o cabelo e aparado a barba, e os fãs nem faziam ideia, o que fez ele rir por uns segundos ao imaginar as mensagens de logo menos que rolariam pela tela das fãs bravas pelo fato dele nem sequer ter avisado.
— to pronto, gente! — ele soltou, encostando no estofado e arrumando o capuz do moletom na cabeça
Cecilia deu o play e em minutos a live ja contava com mais de 5 mil pessoas. Antônio ria e respondia todas as perguntas enviadas e lia grande parte dos comentários. Ele se sentia agradecido ali, no meio de quem amava, falando com que amava. Era surreal o que o Big Brother havia lhe proporcionado em todas as partes de sua vida.
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O casamento do amor da minha vida - Docshoe
FanfictionUma amizade nascida no maior reality show do país. Um vínculo jamais visto criado. Um sentimento jamais vivido. Um distanciamento que mudou tudo. Um convite que pode ser o recomeço.