Giovanni não gostaria de estar aqui hoje, principalmente quando aquela mulher qualquer deixou a sua mente cheia de distrações.
O homem à frente dele estava apavorado, o medo podia ser visto em seus olhos mas, não havia perdão para traidores. Principalmente os que usavam de seu poder para abusar de crianças.
"Por favor, por favor chefe, é mentira. Eu juro que não fiz nada. Eu nunca encostaria em uma criança." disse amarrado na cadeira.
Giovanni não respondeu, ele apenas se concentrou em bater no homem, descontando toda a raiva dele enquanto as palavras daquela mulher vinham em sua mente.
A culpa não era dele, e sim daquela mulher maldita que o afastou dos filhos anos atrás. A dúvida nunca deixaria a mente dele nem o ódio que sentia dele e por suas crianças.
Quem era aquela babá para falar o que não sabia? Ela sabia quem ele era? Com quem ela estava falando?
O abusador cansou de tentar lutar mas o pior viria. Nesse momento, Giovanni já estava com o rosto e a camisa cheia de sangue.
Como aquela garota ousava? Se esse filho da pira a frente dele, tivesse abusado de seus filhos, ele teria a mesma reação. Como ela poderia dizer que não se importava com eles?
Agora, ele se convento eu em quebrar cada dedo daquele indivíduo traídor. O homem gritava e se remechia na cadeira.
O som dos outros ossos podiam ser ouvidos, quebrando. Foram horas de tortura, gritos e lágrimas. E o rosto daquela mulher não saia de sua mente.
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Aria não conseguiu dormir. Ela se remexeu na cama até enfim, decidir se sentar . Hoje ainda era o seu dia de experiência, ou seja, o senhor Mancini com certeza a despediria após o modo que havia falado com ele.
Ela suspirou, sentada na cama apenas com a camisola rosa clara. De qualquer modo, ela não se arrependia. Aquele homem precisava ouvir de alguém a besteira que estava fazendo. E ela estava aliviada que Laura havia melhorado.
A única coisa que a preocupava era Cassandra. Como diria a ela que havia perdido outro emprego? Como ficaria o tratamento dela?
Nesse horário, Cass provavelmente estaria dormindo, então, sem nada para fazer, Aria decidiu explorar a casa, descalça para não fazer barulho.
Ela foi até a cozinha, tomar um copo de leite. Mas, ouviu um barulho no andar de cima. Curiosa, Aria foi observar. Será que uma das crianças havia acordado?
Ela subiu as escadas e se deparou com alguém saindo do banheiro. Seu rosto ficou vermelho ao notar que era seu chefe, semi nu, apenas de toalha. Ela se escondeu na escada, atrás da parede, torcendo para não ser vista.
Mesmo que estivesse tentando controlar a sua respiração, sua mente não deixava de pensar como Giovanni era gostoso e ela poderia esquecer a raiva dele por alguns momentos enquanto se lembrava do seu físico bem estruturado.
"Senhorita Ricci, é o seu costume espionar os outros?"
Aria se assustou ao ouvir a voz dele ao lado dela.
"Eu, não és-estava espionando, se-senhor. Pensei que fossem umas das crianças." ela gaguejou, nervosa ao encarar o olhar frio dele.
"Além de afrontosa, ainda é bisbilhoteira senhorita Ricci. Não tem vergonha?" ele se aproximou, dela.
"Claro que n-'não sou nada disso, s-s-senhor Mancini. Eu apenas..."
Nesse momento, ela deu um passo para trás e escorregou. A queda não veio pois, Giovanni a pegou. Seus rostos se aproximaram, os olhos azuis dele a encaravam e ele deu um sorriso zombeteiro. Os braços dele seguravam a sua cintura fina e magra, a mantendo em pé.
Quando Aria estava em equilíbrio, seu chefe se aproximou e seus rostos ficaram muito próximos.
O coração de Aria acelerou, ele iria beijá-la ou algo assim? Ela fechou seus olhos sem saber o que fazer e os abriu quando notou os dedos dele em seus lábios.
"Está sujo de leite, deveria ter avisado antes. Sinto muito." ele riu dela.
Aria corou ainda mais. E não sabia onde se esconder.
"Já que está acordada, senhorita Ricci, venha até meu escritório. Quero falar com você sobre ontem."
"Sim, senhor."
Aria correu para vestir um sobretudo sobre o vestido, não é como se Giovanni já não houvesse olhado para o busto e pernas dela. Mesmo assim, era uma vestimenta mais formal e correta para a ocasião.
Ela bateu na porta e ao ouvir a permissão para entrar, Aria ficou aliviada ao vê-lo vestido. Porém, os cabelos loiros ainda estavam molhados.
"Vamos direto ao assunto, Ricci."
Aria fechou as mãos em nervosismo, era agora que seria despedida. Ou ainda pior, ele poderia pedir para ela fazer coisas para manter o emprego, como os outros já haviam feito.
"Você se arrepende de ter dito o que disse para mim, ontem?"
Aria engoliu em seco. Seria a segunda opção provavelmente. De qualquer modo, ela nunca agiria como uma prostituta. Porém, ela não poderia mentir.
"Não senhor. Não me arrependo." ela disse sincera. "Ainda acho que as crianças precisam de você." Completou, encarando os olhos azuis.
Giovanni deu um leve sorriso, ela era mesmo afrontosa.
"E como Laura está?"
"Ela melhorou, senhor." - ela respondeu aliviada.
"Raramente vi alguém se preocupar tanto com os meus filhos. Você está contratada. Não posso negar o seu valor, senhorita. Pode se mudar para cá. Temos espaço o suficiente e seu trabalho será mais produtivo desse modo."
"Mas, senhor. Não posso deixar minha irmã desamparada."
"Traga ela também, não há problema."
ele disse se levantando."Mas, ela está doente." Aria também se levantou, preocupada.
"Cuide dela aqui, então. De qualquer forma eu vou indo, senhorita Ricci. Foque no que seu trabalho e em seguir as instruções.
" Sim, senhor."- ela disse com receio. O olhar gélido dele havia voltado.
Giovanni saiu, batendo a porta e Aria ficou sozinha. Ela foi até o quarto, sem saber se ele havia ido embora da casa ou apenas ido dormir.
Ela removeu o casaco e deitou na cama, se cobrindo. Deveria ter coisas mais impotentes para pensar. Porém, ainda estava surpresa por não ter sido despedida e por Giovanni ser bem diferente de todos os seus antigos patrões.
No final, quando finalmente adormeceu, Aria não pôde evitar de pensar nos olhos dele.
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Babá por acaso
RomantikAria é a pessoa mais azarada desde há morte de seus pais há 15 anos atrás. Com uma irmã doente e quase sendo despejada de casa, sua única chance é ser babá dos filhos do dono da maior empresa da Itália, Giovanni Mancini. No entanto, o que ela não im...