Ravenna Morelli em sua versão que todos conhecem é uma garota de 21 anos que cursa direito na melhor faculdade da Itália e que tem alguns problemas em casa.
Uma versão que gostaria de ser a única verdadeira, mas não se dá para esquecer dos problema...
"Por que está com as bochechas coradas? Você já teve medo de não conseguir afastar? O tipo que gruda como algo em seus dentes? Você tem algum Ás na manga? Você não faz ideia que é minha obsessão? Sonhei com você quase todas as noites nesse semana. "
_Do I wanna know - Artick Monkeys
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Acordei após alguns minutos que pareceram uma eternidade, caída em cima da mesa com cacos estilhaçados pelo chão, não havia ainda nem um resquicio de raios solares lá fora, apenas uma lua baixa e várias estrelas que iluminavam o lado de dentro da casa.
Me levantei com dificuldade e caminhei em direção as escadas onde subi me apoiando no corrimão reunindo toda a força que me restava para não cair, já bastava os pedaços de vidro que eu teria que tirar do meu corpo quando chegasse ao meu quarto.
E assim que terminei de retirar caco por caco, me desabei em lágrimas deitada na cama.
(...)
Abro os olhos e devagar vou tentando me acostumar com a claridade que entra da janela.
Olho para a escrivaninha ao lado da cama vendo que já são 8 da manhã, dou uma longa suspirada e crio a coragem para me levantar, geralmente quando isso acontece eu não vou à aula do dia seguinte, os hematomas ainda estão muitos salientes e tenho muita dor no corpo, então, como das outras vezes decido passar o dia inteiro tracada no quarto.
Me sento na cama e coloco minha mão por debaixo dela retirando minha caixa.
Eu guardo cartas e cadernos meus a sete chaves desde os meus onze anos que foi quando comecei a escrever, minha paixão iniciou depois que contei brevemente o meu dia em uma caderno, depois expus meus sentimentos e quando eu fui perceber já havia perdido o controle e histórias rodavam minha mente 24 horas por dia, personagens criavam vida própria e eu os imaginavam diante de mim, eram minha companhia nesse quarto escuro quando as paredes do precipícios desabava e o ar parecia solidificar como gelo entrando no maior incêndio interno.
Me ajeito confortavelmente em minha cama dando continuidade na minha mais nova ideia, digamos que eu já escrevi muitos livros, todos estão escondidos aqui já que se forem descobertos queimaram na lareira da sala.
Nunca publiquei nenhum. Mas mesmo não publicando sinto a necessidade de estar escrevendo, é um vício. Nunca fui de chorar na frente das pessoas e nem me sinto bem fazendo isso então seguro o máximo o que só piora, mas é necessário, e depois se não for colocado no papel tudo que penso as palavras parecem entalar na garganta.
Difícil de explicar.
Mas acontece sempre.
Abro meu caderno e me assusto com uma folha solta que escorrega de dentro caindo na cama. Pego-a sentindo a textura áspera de papel novo, foi recentemente colocado aqui.
