D'Moore

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"De manhã cedo quando vc bateu na minha porta
Eu disse olá, Satanás, Ah
Eu acredito que é hora de ir
Eu e o diabo andando lado a lado
Eu e o diabo caminhando lado a lado"

_me and the Devil - Soap&Skin

Está escuro, todas as luzes da rua estão apagadas sendo a música alta e pessoas gritando dentro dos bares único som presente na rua quase deserta

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Está escuro, todas as luzes da rua estão apagadas sendo a música alta e pessoas gritando dentro dos bares único som presente na rua quase deserta.
Me encolho dentro do meu sobretudo preto e aperto a bolsa em minhas mãos enquanto caminho apressadamente olhando para trás de vez em quando apenas para ter certeza de que não há ninguém me seguindo, não que eu esteja fugindo, mas as vezes temos que tomar decisões difíceis e fazer coisas sozinhas por que os outros não entendem, em situações não é nem porque não querem e sim porque não são capazes.

Paro em frente a boate e fecho os olhos respirando fundo.

Eu não quero fazer isso.
Eu não quero fazer isso.
Mas eu tenho que fazer isso!

Abro os olhos e empurro a maçaneta para para baixo e adentro o local fedendo a homem suado, cachaça e sexo. A boate está mais cheia do que o costume e andar até o outro lado sem se esfregar em um corpo suado se torna uma tarefa mais difícil do que deveria ser, principalmente quando se parece que a intenção deles é essa.

Me aproximo da bancada apoiando meus dois braços em cima e espero para ser atendida, não faz muito tempo que descobri esse lugar e desde que virou uma boate eu venho aqui frequentemente para curtir um pouco depois da faculdade, se é que me entendem.
A verdade é que aqui era um galpão abandonado a algum tempo atrás, eu ajudei o dono na questão financeira na época e cada lustre foi escolha minha, por isso tenho uma parte desse lugar e o que eu mais uso é sótão que tem um grande espaço, grande o suficiente para as minhas bugigangas.

-E para a senhorita?

Levanto o olhar para o bartender que termina de servir o homem ao meu lado e se dirige a mim.

- Veneno de cobra - digo fazendo com que o bartender arregale os olhos um pouco surpreso e logo assente em concordância guiando com a cabeça para eu segui-lo.

Todos que entram na máfia recebem o apelido de algum animal e no meu caso é cobra pelo fato de quando eu era pequena fui mordida por uma cascavel e continuo viva por um milagre, meu pai é o leão e Azrael é o tigre.

Acompanho ele até às escadas onde paramos e ficamos um tempo olhando para a porta lá em baixo e para os gritos que saem junto com sapateados de uma pessoa que não consegue sair do lugar.

- Ela está assim desde hoje mais cedo, não sei como ainda tem voz.

Dou mais uma encarada na porta antes de voltar a atenção para o homem.

O Tormento entre o Incêndio e a TempestadeOnde histórias criam vida. Descubra agora