Por dez anos, o mundo foi devastado por uma praga conhecida como Flagelo. O Reino de Alexandria continua sendo um dos poucos lugares de paz em um mundo de morte e decadência. Manter o Reino e seu castelo isolados do resto do mundo manteve seus cidad...
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❧ ALGUMAS CENAS PODEM SER DESENCADEANTES PARA AQUELES QUE SÃO SENSÍVEIS À AGRESSÃO / ABUSO SEXUAL, ENTÃO LEIAM CUIDADOSAMENTE!
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No outrora imaculado grande salão, agora o chão estava repleto de corpos de zumbis mortos que ainda não haviam sido limpos, o rei Ezekiel sentou-se em seu trono, com a perna ansiosamente trêmula enquanto ele e o que restava de sua corte aguardavam que os guardas trouxessem o convidado.
Jesus, chamava-se a si mesmo. A ironia não passou despercebida por Daryl, que começou a se perguntar se talvez esse homem que se chamava Jesus fosse o verdadeiro Messias, cuja chegada à Terra foi anunciada no Livro de Apocalipse. A essa altura, tal chegada seria recebida de braços abertos. Se Jesus tivesse realmente voltado, trazendo consigo o exército do Céu para combater as forças do mal que assolavam esta terra, incluindo o homem que tomou a princesa dele, então Daryl não o mandaria embora.
Mas, infelizmente, não houve som de trombetas, nem sete selos, nem despedida das nuvens para permitir Sua descida sobre a Terra. Este Jesus tinha que ter sido um homem mortal, e se havia algo que Daryl sabia dos homens mortais, era que eles não eram confiáveis. Especialmente não em um momento como este.
Quando o homem foi trazido, com as mãos amarradas atrás das costas, enquanto era conduzido pelo grande salão por dois guardas armados de cada lado dele, não era imediatamente óbvio que o homem não era o filho de Deus.
Afinal, ele parecia a parte: cabelos compridos de tonalidade umbral que passavam um pouco além de seus ombros, e uma barba imponente a combinar. De pé não muito longe do trono do rei, Daryl notou que o homem estava bem conservado, com paramentos feitos com os melhores fios importados, coloridos com ricos corantes. Ele estava semiblindado, vestindo um gambeson equipado com pauldrons de placa amarrados aos ombros, sob o qual estava coberto um longo manto de púrpura tiriana vibrante.
O que mais impressionava nele, porém, eram seus olhos - poças de azul profundas e intensas que pareciam oscilar entre severo e amigável, embora sempre calmo, fresco e recolhido. Na verdade, ele não parecia abalado pelo manuseio áspero dos guardas, nem pela maneira como um dos guardas o obrigou a se ajoelhar diante do rei. O homem simplesmente segurou o olhar do rei, seus lábios se enrolando cada vez mais levemente em um sorriso sincero.
