Fantasmas do Passado

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Oiii, olha quem voltou! Breve aviso inicial. Esse capítulo retrata o passado. Nada aqui é para justificar ações errôneas do presente. É um contexto para maior compreensão dos fatos e dos personagens.
Boa leitura ❤️‍🔥

🐾

Sun não podia mais ignorar as mensagens do melhor amigo, tampouco as ligações, porém, não conseguia agir de outro modo. Sentia-se um lixo quando lia cada palavra descrita nas mensagens de texto, sabia que não estava agindo da melhor forma, no entanto, Do-yun era persistente, e, para Sun-kook, ele se tornara um tipo de gatilho, lembrando-o do que fizera. No fim, ele era o problema. Não Do-yun. Ninguém tinha culpa, a não ser a sua própria covardia.

Em algum momento, precisaria encarar o melhor amigo de frente e conversar, quando sua cabeça estivesse de volta ao lugar e pudesse pensar com calma e refletir sobre o que fazer. Sentia-se sufocado, já não lhe fazia bem e conseguia enxergar que não amava o melhor amigo de forma romântica. Amava-o com sua alma, Do-yun era a sua pessoa e sempre seria, como um espírito irmão. Se quisesse tê-lo em sua vida por mais tempo, precisava dar um tempo entre eles agora, antes que fosse tarde demais para qualquer coisa.

A relação não seguia o caminho mais saudável de uma amizade, magoava os dois, fazendo mais mal do que bem.

E se o mal prevalecesse, Sun o cortaria pela raiz, para que, no futuro, houvesse a chance de nascer um novo caule, torcendo para que sobrasse uma semente capaz de jardinar um dia.

Sun se lembrava em detalhes do dia em que conheceu Do-yun. Ele poderia ser mil coisas e nem todas listadas em ordem alfabética seriam boas, mas não havia covarde escrito entre elas. Tampouco desleal.

Do-yun parecia alguém inacessível, distante e frio. O que levou Sun a querer ser amigo dele envolvia além do que Do-yun aparentava ser. Do-yun se importava, tanto que odiava a si mesmo por sentir tanto. Odiava não conseguir ignorar que era tão humano quanto qualquer um, que sentia raiva, medo, angústia, dor, tristeza, euforia, empatia, inveja, amor, ódio... Tudo misturado numa bela torta azeda de limão. Sun viu isso nele desde o primeiro momento.

Enquanto Sun-kook se importava com o que as pessoas pensavam sobre si, seu melhor amigo não dava a mínima. Do-yun sempre fora mais explosivo, bastava uma sílaba num tom diferenciado para que libertasse o caos que habitava dentro de si. Ele acreditava ser o pior, independente de qualquer coisa, então não se esforçaria para agir diferente disso.

Em todos aqueles anos de amizade, Sun não conseguiu desvendar os motivos que levaram o melhor amigo a odiar o mundo e fazer pouco caso de absolutamente tudo, tão descrente da bondade humana, quando nele próprio existia bondade, embora não deixasse transparecer com tanta facilidade.

Ao fechar os olhos, Sun podia voltar ao exato momento em que o conhecera, anos atrás...

[...]

— Acho que temos contas a acertar, Jeon Jungkook... — Lee disse, com um sorriso assustador, acompanhado de seus amigos.

— É, sou eu. — Sun-kook deu de ombros, sorrindo para ele de volta.

Sun sabia que aquela era uma péssima ideia, iria voltar para casa todo machucado e seria impossível esconder de suas mães, assim como de seu irmão. Não era bom de briga, mas estava tão farto de sempre ser um problema para Jungkook, ele resolveria aquilo por conta própria e daria como encerrado. Era um plano repleto de falhas, para sua decepção.

Lee avançou contra si, esmurrando com força sua barriga, fazendo-o soltar um grunhido de dor, o ar escapando por alguns segundos de seu pulmão. Nem teve tempo para se recuperar antes de sentir um chute em sua perna direita, perdendo o equilíbrio para se manter de pé. Ele olhou para cima, Lee sorriu largo, erguendo o punho para esmurrar seu nariz.

Amor & Ódio • Jikook Onde histórias criam vida. Descubra agora