.Cap IV.

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Acordamos logo pela manhã, nós dois estávamos genuinamente cansados pelo horário que terminou a gravação de ontem.
Eu estava curiosa sobre o que os outros participantes estavam enfrentando na casa sem a gente.
O sol raiava  pela janela, olhava tentando procurar alguma câmera que estivesse ligada, por sorte, a produção respeitou nossa privacidade, até porque nenhuma pessoa merece ser filmada logo ao acordar.
Levantei-me da cama e fui observar o sol pela pequena sacada que tinha no quarto.
O dia estava claro e tudo parecia muito radiante lá fora. Me perguntava se iríamos sair daquele quarto ainda hoje, eram tantas possibilidades para se acontecer que eu nem imaginava o que aconteceria.
Continuei refletindo sobre minha escolha de estar ali, eu entrei aqui tão de repente.
Minha mente vagueava pelos pensamentos, mas fui interrompida com uma mão em minha cintura.
Era o Ethan.
Não recusei seu toque, até foi bom para eu acordar.
—Bom dia.— ele apoiou sua cabeça em meu ombro
—Bom dia, dormiu bem?— Ele afirma positivamente
Não sabia se as gravações já voltaram, mas tinha que agir “normalmente”.
Toda essa situação estava sendo difícil de lidar, se fosse com qualquer pessoa, eu até aceitaria de boa, porém, era com o Ethan. Já tivemos um caso há alguns anos atrás, e tivemos que parar por conta das mídias. Era algo que, pelo menos na minha parte, não havia superado e  ficar em um quarto, com alguém que eu já me relacionei amorosamente com o propósito de não demonstrar sentimentos, era algo bem desafiador.
Comecei a acariciar sua cabeça, se estivessem gravando agora, e se o desafio estivesse acontecendo, eu não estava ligando.
Eu queria poder voltar atrás e não decidir terminar com ele. Mas se aconteceu, tinha que acontecer.
Assim como eu, Ethan em momento algum rejeitou meu toque, estávamos observando o horizonte, o sol estava lindo, e o céu estava laranja. A sensação de estar com alguém que já fez parte dos meus relacionamentos passados, em meus ombros, observando o sol de uma maneira “romântica” me fez ter um pouco de paz, não entendi o porquê, mas diante daquele momento eu me sentia confortável. Como nos tempos que nós conhecemos.
Alguns minutos depois, a porta do quarto se abre. Olhamos para trás confusos, e para nossa surpresa era o mesmo cara da noite passada, o da produção. Ela faz um sinal simbolizando para nós nos sentamos nas cadeiras novamente. Obedecemos, sentamos nas cadeiras, olhei para Ethan e ele parecia tenso, quem não estaria? Eu também estava.
A produção vem em nossa direção e entrega um envelope para o Ethan, ele cautelosamente abre o envelope, obviamente tinha uma pequena carta lá dentro.
Naquele momento, todos os pensamentos possíveis vieram à minha cabeça
“será que eu havia perdido o desafio!? Como!?? Em momento algum eu demonstro meus sentimentos”
Ele limpou sua garganta e começou a ler.

—“Parabéns, se você estiver lendo isso significa que de alguma maneira sua parceira demonstrou sentimentos para você.”— ele para de ler por um momento e me olhou com um sorriso sarcástico— “Vocês vão sair do quarto, porém em momento algum devem contar a algum participante sobre o que aconteceu no quarto e com vocês. Podem sair.”

A raiva tomou meu corpo. Meus pensamentos estavam cheios de dúvidas e questionamentos.
“como eu poderia me extravasar tanto assim? Será que foi agora na sacada? Se sim, como eles perceberam tão rapidamente!?”
Respirei profundamente, eu poderia ter me esforçado mais para isso não ter acontecido.
Assim que saímos do quarto, fomos recebidos por uma equipe da produção que nos levou de volta ao espaço comum da casa. O ambiente estava agitado, com todos os participantes envolvidos em várias atividades e conversas.
Ethan e eu trocamos um olhar cúmplice, cientes de que não podíamos revelar nada do que aconteceu no quarto. A tensão entre nós era palpável mas tentamos agir com naturalidade.
Nosso retorno não passou despercebido. Arianna foi a primeira a nos abordar.

— Então, como foi a experiência no quarto de punição? — perguntou ela, com um sorriso curioso.

— Foi... interessante. — Respondi, tentando manter um tom neutro. — Mas estamos felizes de estar de volta.

Amor ou ambição?Onde histórias criam vida. Descubra agora