Sombras na Neve

O Despertar das Sombras

No coração do reino de Avaloria, onde a névoa matinal se desfazia sob os últimos raios de sol, erguia-se majestoso o Castelo Grayson. Suas torres imponentes se destacavam no céu como lanças de mármore, simbolizando o poder e a nobreza da família que ali habitava, cuja linhagem era tão nobre quanto as presas de um leão.

Em meio aos luxuosos salões do castelo, pairava uma atmosfera repleta de emoção e nervosismo. Era a Noite do Jubilo, uma cerimônia anual em que os bebês recém-nascidos eram apresentados à sociedade e aos sábios que decidiriam seus destinos. Para os pais, era um momento de expectativa e apreensão, enquanto aguardavam ansiosamente o veredicto dos anciãos sobre o futuro de seus filhos. Era como se estivessem em uma encruzilhada, esperando que os sábios lançassem luz sobre o caminho que seus pequenos seguiriam.

Numa sala majestosa, onde o trono do rei Ethan Grayson estava situado, o ambiente era solene e cheio de expectativa. O rei, com sua sabedoria e olhar atento, observava com cuidado cada bebê que era trazido diante dos sábios. Seu coração estava cheio de preocupação, pois ele sabia que o destino de seu povo estava nas mãos daquelas escolhas feitas naquela noite tão importante. Ao seu lado, a rainha Isadora, com sua presença forte e segura, segurava a mão do rei, compartilhando a mesma apreensão que ele sentia.

Nasce uma linda princesinha. Seus cabelos castanhos pareciam feitos de seda, e seus olhos brilhavam como estrelas no céu. Seu nome era Aurora, e ela era a filha mais nova do bondoso rei Ethan e da adorável rainha Isadora. Desde o momento em que Aurora veio ao mundo, algo extraordinário estava destinado a acontecer. Pouco antes do amanhecer, um presságio misterioso anunciou seu nascimento, como se os próprios céus estivessem celebrando sua chegada. O rei Ethan e a rainha Isadora, cheios de expectativa, observavam com carinho enquanto os sábios do reino examinavam a pequena princesa com olhares sábios e experientes. Os sábios, com suas longas barbas brancas e olhos cheios de sabedoria, estudavam cada detalhe da criança. Eles viam em Aurora um potencial especial, um brilho único que prometia um futuro repleto de aventuras e descobertas. Era como se a própria magia do reino estivesse presente em sua essência.

Os sussurros na sala ficaram mais altos quando os sábios finalmente revelaram sua decisão. Aurora seria enviada para treinamento em Havenbrook, a cidade sagrada onde os jovens escolhidos eram preparados para assumir suas responsabilidades na sociedade. Era uma grande honra e um peso sobre seus ombros, uma chance de mostrar seu valor aos olhos de todo o reino. Enquanto o reino de Aurora se preparava para partir, uma nuvem escura pairava sobre a terra. Histórias de inquietação entre os predadores se espalhavam pelas ruas, enchendo os corações dos presas de medo e incerteza. Rei Ethan percebia que era apenas uma questão de tempo antes que a tensão entre os reinos atingisse um ponto crítico, colocando Avaloria em perigo de uma guerra devastadora.

Assim como uma tempestade se forma no horizonte, a agitação entre os predadores se intensificava, como o rugido de um trovão distante. As presas, como animais assustados, buscavam abrigo e proteção, temendo o pior. Afinal, a paz que reinava em Avaloria estava prestes a ser abalada. Rei Ethan, com sua sabedoria e conhecimento das histórias que seus ancestrais contavam, sabia que a harmonia entre os reinos era como um delicado equilíbrio, tão frágil quanto uma teia de aranha. Uma única perturbação poderia desencadear uma sucessão de eventos perigosos, como dominós caindo um após o outro. Ele recordava uma antiga lenda, na qual os predadores e as presas coexistiam pacificamente, como as peças de um intricado quebra-cabeça. Cada um tinha seu papel no grande jogo da vida, complementando-se e mantendo a ordem no reino. Mas agora, uma ameaça eminente tem causado desequilíbrio, ameaçando a estabilidade e a paz que reinavam havia tanto tempo.

Ethan sabia que, como rei, tinha a responsabilidade de trazer esperança e inspiração para seu povo. Ele se comprometeu a usar suas palavras como uma espada, lutando contra a escuridão que se aproximava. A partida de Aurora era apenas o começo de uma jornada perigosa, onde o destino de Avaloria seria decidido. Ethan sabia que teria que enfrentar desafios e perigos ao longo do caminho, mas estava determinado a proteger seu reino e restaurar a harmonia entre os predadores e os presas. Era uma noite escura e silenciosa na cidade adormecida. As sombras da noite se estendiam pelas ruas vazias, enquanto os ventos sussurravam segredos antigos. Nesse ambiente misterioso, Aurora estava tranquila em seu berço, mergulhada em um sono profundo. Como um pequeno botão de flor que acabara de desabrochar, ela ainda não tinha conhecimento do mundo que a aguardava.

Na sala de treinamento de Havenbrook, crianças corriam e brincavam ao redor do mestre. No meio delas, um menino de dois anos, Alexander Blackwood, tentava imitar os movimentos dos mais velhos com seus passos incertos, mas determinados. Seu olhar denotava uma vontade inabalável de superar cada obstáculo, inspirando admiração e respeito nos instrutores.