Terça-feira - A borboleta...

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Notas do autor: Oi de novo, pessoal! Bom, primeiramente desculpem a demora. Esse capítulo exigiu bastante de mim, tanto simbolicamente quanto concretamente falando. Eu tive um conceito inicial para ele, que logo depois foi descartado devido a uma lindíssima fan art que eu vi. Nunca na minha vida eu sofri tanto escrevendo um capítulo como esse, pois não importa quantas vezes eu tentava, não conseguia expor fielmente a emoção que eu gostaria de passar a vocês. Não me parecia estar certo... mas cá estou eu superando as adversidades e entregando a vocês o melhor do melhor, como de costume. Por isso mesmo, antes de começarem a leitura, eu gostaria de deixar meus mais sinceros agradecimentos por toda a paciência, compreensão e apoio tanto pela minha pessoa como por essa história que vocês gostaram tanto. E qual melhor forma de retribuir, se não presenteá-los com mais um capítulo dessa fic deliciosa?

Dito isso, sem mais delongas, desejo a todos uma boa leitura!

~*~

Ao que tudo indicava, o choro era uma reação humana natural que ocorria sempre que fortes emoções se apossavam da pessoa, tais como: o luto, o medo e a saudade. Até onde suas buscas o permitiram chegar, ele sabia que Rayne Ames, além de constituir um dos 8 atuais visionários divinos também era o irmão mais velho de Finn. Entretanto, devido ao alto nível de exigência que aquela ocupação exigia de seus membros no ministério da magia, era apenas o natural que Rayne permanecesse mais e mais distante de casa, resultando que sua interação para com o irmão mais novo se tornasse praticamente nula.

Era por isso que Finn havia chorado daquele jeito no dia anterior? Embora não fizesse ideia das motivações do mais velho, não poderia negar que o vínculo existente entre eles era muito forte e não poderia ser quebrado tão facilmente com algo tão superficial como a distância. Não, aquela conexão fraterna estava longe de ser algo frágil, porém, ao mesmo tempo, parecia ser tão dolorosa ao passo que reconfortante para o mais novo.

Algo forte e leve, que protegia e machucava simultaneamente? Por que alguém iria se sujeitar a sentir algo tão contraditório como isso? E, mais importante, por quê ele, Carpaccio, parecia se preocupar tanto com aquele rapaz a ponto de ocupar sua tarde inteira pesquisando em suas enciclopédias sobre um tema tão distante e supérfluo para si como as emoções humanas? Por que ele não conseguia simplesmente esquecer a expressão que Finn demonstrou ao encarar aquele bendito quadro? E o que diabos era esse aperto que estava sentindo em seu peito toda vez que se recordava do triste semblante de Finn? Parecia que quanto mais se questionava a respeito disso, mais patética sua situação ficava.

Nunca, em toda sua vida, ele se preocupou com outra coisa que não fosse sua própria sobrevivência naquele frígido e solitário campo de batalha chamado mundo real. Até então, sempre foi ele contra o mundo e se era verdade que os mais fortes prevaleciam sobre os mais fracos, então essa era uma luta que ele definitivamente não iria perder.

Coisas como afeto e compaixão eram tão longínquas quanto desnecessárias em seu cotidiano. Afinal, a ovelha que você cuidava hoje poderia se tornar seu lobo amanhã. Não era de se espantar que altruísmo não fosse seu forte. Tudo aquilo não passava de pura inocência e estupidez pela ótica de Carpaccio. Algo que ele jurou a si mesmo que jamais cederia à tentação. Durante anos ele se saiu perfeitamente bem e cada vez mais sua concepção acerca da vida se mostrava verdadeira para si. Tudo o que conquistara até então foi tão somente devido aos seus esforços. Nunca precisou contar com a boa vontade de terceiros para isso e não seria agora que precisaria. Mas por que, as coisas tinham que ser diferentes com Finn? Seria ele uma exceção à regra? Se sim, por qual razão?

Quanto mais pensava no rapaz, mais a sua curiosidade era instigada. Nunca acreditou naquele famoso dizer dos "opostos se atraem", mas definitivamente alguém tão diferente de si como Finn estava fazendo um ótimo trabalho a ponto de tirar seu sono por questões aparentemente tão triviais como essas. Sim, Finn Ames de fato era intrigante para dizer o mínimo.

Decifrando seu coraçãoOnde histórias criam vida. Descubra agora