Era um belo dia de sábado, quando Donquixote Rosinante, um marinheiro aposentado, se deparou com o que seria a resolução de seu atual problema. A aposentadoria compulsória devido a um confronto que o debilitou pro resto da vida? Não, de forma alguma. Seu atual problema não era necessariamente um problema: era um desafio, um objetivo, um dever moral que ele havia posto a si mesmo.
Atualmente, esse objetivo era o que o fazia encarar o dia a dia não como um simples passar do tempo, mas como a renovação das oportunidades para que ele pudesse completar o seu atual intento. Qual era esse desafio? Ora, era algo complexo e ao mesmo tempo muito simples: ele estava tentando fazer com que seu querido filho tivesse uma vida social, fizesse mais amigos, vivesse um amor tranquilo e levasse a vida com mais leveza.
Dificílima era essa tarefa, dado que o rapaz não saia de casa, não convidava os amigos para uma noite de cinema ou semelhantes, não tentava interagir com ninguém e não permitia que interagissem com ele. O menino nem mesmo tinha um aplicativo de namoros! Rosinante sofria com a perspectiva de que um dia ele iria partir dessa para melhor e o seu amado filho ficaria solitário, depressivo e morreria de tristeza em pouco tempo.
Pois bem, o objetivo de Rosinante era, como já explicitado anteriormente, simples e difícil de se alcançar. Porém isso não era motivo para que ele desistisse, ele precisava arrumar uma rede de apoio para o jovem a fim de que, quando ele morresse, o rapaz tivesse forças para continuar vivendo. Diante disso, desistir não era uma opção!
No entanto, Law não o ajudava em nada.
Ressalte-se que Rosinante não era exatamente um exemplo a ser seguido: quem eram seus amigos? Ele tinha um interesse amoroso que trazia cores para sua vida? Havia algum hobby que o fazia ter gosto pela vida? É, há algum tempo atrás não haveria muitas respostas positivas para essas questões, mas tudo isso havia mudado quando ele percebeu que, se queria que Law tivesse mais qualidade em sua vida, ele deveria dar o exemplo:
As caminhadas pela manhã fomentaram amizades interessantes pela vizinhança (Kyros era um senhor amável e tinha uma filha jovem, bonita, inteligente e educada);
Entrar em um clube de culinária e em um de jardinagem estava lhe trazendo muitas benesses (Sanji era um rapaz interessantíssimo e Bellmere era uma senhora com duas filhas muito jovens e igualmente legais);
Ir às missas de domingo lhe permitiu conhecer o pastor Kuma e agora os dias lhe pareciam menos dolorosos (ele, a esposa e a filha compunham uma unidade familiar encantadora);
As idas à feira e locais de convivência lhe trouxeram contatos agradabilíssimos;
Conversar com antigos colegas da marinha ainda era bom - se encontravam quinzenalmente e compartilhavam histórias sobre suas vidas (em um desses encontros, Rosinante conheceu Bellmere - a mesma do clube de jardinagem - e se encantou com sua pessoa)
Desses, ir à feira tinha se tornado uma das melhores atividades.
Todo final de semana e em todas as quintas-feiras, Rosinante se dirigia à uma feira bem próxima de sua casa. A caminhada era agradável e a vizinhança era muito tolerável; os feirantes, em sua maioria, eram educados e pacientes. De todos, Rosinante gostava mais da barraquinha de Dadan, uma senhora sem pudores, animada e com um histórico familiar duvidoso.
E de histórico familiar duvidoso ele entendia.
Mas voltando ao seu problema e para as possíveis resoluções, Rosinante tentou fazer com que Law chamasse seus colegas de faculdade para casa, mas esses encontros eram muito esporádicos. Ele tentou fazer com que Law fosse aos clubes de culinária e jardinagem, porém não obteve êxito. O chamou insistentemente para as caminhadas matinais, no entanto recebeu somente respostas frias.
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Laranjas, abacaxis e bananas
FanfictionUm saco de laranjas, suco de abacaxi, algumas tatuagens, bolo de banana com canela e um raio de sol: feiras e suas peculiaridades. Law só precisava dos itens que estavam em sua lista, mas o destino queria outras coisas e talvez ele também quisesse. ...