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A Archeron percebia o ar frio penetrar suas narinas, sentindo sua aspereza implacável. Seu corpo estava exausto da longa jornada pela imensa floresta, seguindo Feyre, a quem precisava acompanhar de longe.

A neve envolvia os pinheiros e as distintas árvores que habitavam ali, o inverno cortante não deixaria nada escapar de sua fúria inclemente. Mesmo as rosas, com seus espinhos inquietos, encolhiam-se diante da presença do inverno. A garota foi tentada a parar apenas para contemplar a paisagem. Os flocos desciam lentamente em perfeita harmonia após a intensa nevasca da noite anterior, parecendo, de certa forma, dançar, atraindo-a irresistivelmente. Uma dança graciosa e digna de admiração. A neve parecia sussurrar para ela.

Mas não havia tempo para isso, infelizmente. Precisava acompanhar sua irmã e ser discreta; não poderia permitir que Feyre percebesse sua presença  ali, pois não desejava levar um sermão.
É claro que Despina não tinha autorização para acompanhar a irmã, mas obviamente não se importava com a regra, que considerava uma idiotice. Enquanto Nesta e Elain estavam aquecidas em casa, sua irmã estava indo caçar sozinha, adentrando aquela imensa floresta com o risco de não retornar.

Não desejava nutrir ódio pelas irmãs, mas não conseguia conter o rancor que fervilhava em seu interior. Ultimamente, essa raiva dominava seu ser. Nestha e Elain mal se mexiam para ajudar em casa.
A mais velha tratava Feyre com desdém, enquanto Elain, hipocritamente, se mantinha em silêncio como cúmplice. Na última discussão delas, Despina chegou a considerar seriamente cortar todos os malditos dedos das mãos de Nestha, apenas para dar uma justificativa para a irmã não ajudar e ficar sentada no sofá.

Pelos deuses, cujos nomes sequer conhecia, Despina jurou nunca mais permitir que tal pensamento atravessasse sua mente. Era selvagem e bárbaro. Naquele momento, não estava agindo com sanidade; a fome e o estresse afetavam seu psicológico de maneira assustadora.

Desde o ano anterior, a jovem acompanha de perto os passos de Feyre, absorvendo as técnicas de caça, recusando-se a permanecer parada enquanto sua irmã se aventura sozinha. Despina conseguia boas presas, sua mira era praticamente impecável, para dizer o mínimo. Ela era esperta, deixando suas presas em locais estratégicos para que sua irmã mais velha as encontre, mantendo-a no escuro quanto à verdadeira fonte de sucesso em relação a algumas caças. As poucas presas não submetidas a essa artimanha são vendidas, enquanto Despina alega um emprego fictício em uma padaria, enganando as irmãs. Da mesma forma Feyre insiste em protegê-la, falando para largar aquilo pois era muito nova.

Mas pelos Deuses, Feyre também era.

Elas compartilhavam esse caminho, unidas por um vínculo invisível. Ela sempre esteve presente, mesmo que Feyre não percebesse.

B L I Z Z A R D : KALLIAS - ACOTAROnde histórias criam vida. Descubra agora