zeven.

44 3 0
                                    

𝗖𝗛𝗔𝗣𝗧𝗘𝗥 𝗦𝗜𝗫

   Angelina se jogou no sofá de Amélie, suas mãos percorreram até sua bota, tirando-as e as colocando ao lado da mesa de centro, retirou seu casaco e esticou as pernas sob a sofá quente e confortável

Ops! Esta imagem não segue nossas diretrizes de conteúdo. Para continuar a publicação, tente removê-la ou carregar outra.


   Angelina se jogou no sofá de Amélie, suas mãos percorreram até sua bota, tirando-as e as colocando ao lado da mesa de centro, retirou seu casaco e esticou as pernas sob a sofá quente e confortável. Amélie a encarava incrédula a observando do canto da sala, seu ombro estava encostado na enorme janela de vidro que ocupava praticamente toda a parede lateral da sala.
   — Você some e aparece aqui na minha porta, simples assim? Onde diabos você tava? Não sabe atender a porra do telefone ou mandar uma mensagem? — Ela esbravejou contra a morena que apenas a encarou despreocupada.
   — Eu fiquei distraída com umas coisas da escola e não vi o tempo passar, foi mal. — Ela deu de ombros, seus lábios se formaram em um sorriso discreto, suas mãos buscavam por seu celular.
   — É? Desde quando trabalhos de escola deixavam essas marcas pelo seu corpo? Parece que você foi espancada Angelina. Quem era? — Amélie deu um tapa leve nas pernas da garota indicando para ela se sentar e imediatamente ocupou o local vago ao seu lado. — Quem foi que parou o carro três casas pra baixo pra você descer?
   Angelina ficou pálida, seu semblante mudou e ela ficou apreensiva, uma mecha de cabelo caiu sobre seu rosto quando sua cabeça se abaixou levemente. Os ruídos da televisão agora estavam distantes, a única coisa que passava em sua cabeça era Chris dizendo a ela como sua relação deveria ser um segredo sujo e pervertido dos dois, mas como ela poderia esconder isso da única pessoa que ela confia? Ela não conseguiria, seu coração e sua mente sabiam disso.
   — Não sei do que você tá falando Amélie, foi um Uber, para de besteira. — Seus olhos grandes e verdes encaravam a jovem sutilmente enquanto tentavam disfarçar o nervosismo de Angelina.
   Não funcionou, sua melhor amiga se levantou e se posicionou em sua frente puxando o celular de Angelina de sua mão enquanto o mesmo estava desbloqueado, se afastando rapidamente e indo para o andar de cima da casa, sua mão livre foi ágil para trancar a porta do banheiro, ela precisava apenas abrir o aplicativo de mensagens de Angelina para ver seu segredo mais sombrio e proibido.
   A morena implorava batendo contra a porta para que ela não fizesse tal coisa, suas mãos ficando vermelhas de bater na madeira rígida e tentar girar a maçaneta que estava trancada. Seus olhos se enchendo de lágrimas apenas ao imaginar a reação de Evans quando descobrisse que ela deixou outra pessoa descobrir o que eles faziam quando estavam a sós.
   A porta abriu abruptamente, o corpo de Angelina se chocando com Amélie, que praticamente jogou o celular no peito da garota em sua frente, seu rosto demonstrava preocupação e um pouco de nojo disfarçado. Seus olhos a analisaram de cima a baixo. Era com ele que ela estava, ligações rejeitadas, mensagens ignoradas, noites até tarde no escritório da escola. Tudo era com ele.
   — Você é maluca? Você só pode estar ficando idiota, estúpida. — Amélie grunhiu para sua melhor amiga, que a olhava com os olhos marejados tentando ao máximo conter suas lágrimas de vergonha e lábios trêmulos.
   — Não fala assim Amélie... Ele me trata bem, tá bom? Ele me entende. — Suas palavras tentavam ao máximo justificar suas escolhas, seus erros.
   Amélie apenas riu inconformada, sua melhor amiga havia perdido a cabeça e em nenhum momento ela percebeu, pois se tivesse com certeza teria feito algo para intervir. Suas mãos foram em direção ao seu rosto, a manga de seu moletom cinzento cobria seus olhos enquanto ela sorria quase de uma forma maníaca. Ela suspirou profundamente enquanto Angelina buscava por mais desculpas e justificativas, sua voz não estava mais embargada, mas sim confiante. Ela não deveria ter vergonha, ela o ama, certo?
   — Não vem tentar bancar a minha mãe Amélie, eu já tenho dezoito anos, sei muito bem o que é bom pra mim. Ele é bom pra mim, e eu não ligo se você acha insanidade ou não, eu não me importo. — Ela riu, descendo as escadas em direção a sala, calçando seus sapatos e pegando seu casaco. — Só espero que você não fale disso pra ninguém, se você se importa comigo como diz, vai ficar de boca fechada.
   A porta foi batida com força após a saída de Angelina da casa de sua melhor amiga, seu corpo sentiu um leve arrepio ao sentir o vento frio que soprava nas ruas vazias de folhas caídas.

   Angelina esperava ansiosamente por esse momento duas vezes por semana. Ouvir Chris falar e discretamente encara-la por meras duas horas, era sua dose de sanidade para vir para a escola. Ela mordiscava seu lápis enquanto o encarava, a forma que seus braços se contraiam conforme ele se movia pela sala de aula, seu corpo ficava incrivelmente perfeito no seu terno preto.
   — Tudo bem turma, por hoje é só isso de matéria. Vou corrigir aqueles exercícios de quarta-feira e ai vocês podem ficar sossegados até a saída. — Ele sorriu e apontou para a classe que comemorava o fim do dia.
   Após longos momentos de espera, chegará a vez de Angelina, ela se levantou de seu assento em frente a sala. Ela usava uma saia preta plissada e uma camisa preta de botões, nos pés uma bota preta de comprimento médio. Tudo lhe caia bem, mostrava perfeitamente todas as curvas de seu corpo.
   Seu caderno não tinha todos os exercícios feitos, a maioria linhas em branco, ela o encarava com seus olhos grandes como uma boneca, e ele a retribuía com um sorriso perverso mas discreto o suficiente para ninguém notar. Ninguém, exceto Amélie.
   No rodapé da folha, Angelina o deixou um recado que salvou sua nota de um 6 medíocre para 9,8, não que ele se quer pensasse em deixar suas notas abaixo de 9. “Não ligo para as notas, só me chame de sua. Mas se eu passar esse bimestre com 10, eu aceitaria passar outra noite na sua casa, quem sabe você pode me fazer mãe dos seus filhos.”
   — Impressionante Angelina, você sempre me surpreende. — Ele disse enquanto escrevia ao lado do recado da mesma.
   “Me encontre no meu escritório hoje após a aula, quero te entregar uma surpresa.”
   Amélie encarava tudo o que acontecia na mesa de Evans, ele reservava 10 minutos de sua aula para atender as conversas de Angelina, ela era importante, muito mais importante do que a jovem pensava. Laurie se sentia confuso e deixado de lado, já que Amélie se recusou a contar o que estava acontecendo. Pelo menos o segredo de Angelina ainda estava seguro.
   Após o toque do sinal, a morena permaneceu dentro da sala até a maioria se retirar, suas mãos cobertas por anéis e pulseiras desabotoaram discretamente um botão de sua camisa, expondo mais um pouco de seu colo. Maya esperava sua irmã do lado de fora da sala, que com uma desculpa medíocre a dispensou dizendo que teria aulas extras para recuperar nota. Mentira. Mais uma mentira para a coleção de Angelina.
   — Vamos, te acompanho. — Chris apareceu ao lado da jovem guiando seu corpo até o fim do corredor.
   Em um de seus braços estava uma pilha de livros e pastas, sua mão livre abria a porta e indicava para que ela entrasse, e assim ela o fez, já se sentia em casa o suficiente para jogar seu material sobre a mesa de seu escritório e se deitar no sofá que ficava em frente a uma janela que dava para o estacionamento.
   Chris a encarava, tão linda, consegui fazê-la ser minha tão fácil... Seus pensamentos iam de admiração para orgulho de estar com uma garota tão jovem. Oscilava o tempo todo em que estava ao lado dela.
   — Queria poder te dar mais. Queria fazer você ser mais minha do que você já é. — Em suas mãos um buquê de rosas brancas, duas dúzias de flores, era imenso e pesado.
   Os olhos de Angelina se arregalaram, ela imediatamente ficando de pé em frente a ele, um sorriso enorme se formou em seu rosto, suas mãos automaticamente foram em direção ao seu peito, sem intenção sublime de proteger seu coração, mas sim de sentir que alguém finalmente se importava com ele.
   — Por que você faria isso por mim? Ah... Eu não te mereço, você é bom demais comigo. — Ela suspirou inclinando sua cabeça para o lado, uma de suas mãos indo em direção ao rosto do homem em sua frente acariciando sua bochecha, a sensação da barba em seus dedos.
   Ele a olhava diretamente, a diferença de altura a fazia tão desamparada e vulnerável abaixo dele. Chris colocou o buquê sob a mesa e sem hesitar a puxou para um beijo, do mesmo jeito que havia feito seis dias atrás. De fato ela o merecia, se não não se submeteria a estar em seu escritório às sete da noite de uma sexta-feira se entregando a ele tão facilmente.
   — Eu gostaria, — lhe deu um beijo. — gostaria tanto de fazer você mãe dos meus filhos, — outro beijo. — você ficaria linda andando grávida pela nossa casa, Deus você é a mulher dos meus sonhos. — Ele segurou firmemente a nuca da jovem a beijando novamente.
   Era isso que ela realmente queria? Ou ela estava sendo irracional e apenas dizendo coisas que lhe vieram à mente no calor do momento? Ela não sabia, não fazia ideia, na verdade, apenas deixava Chris guiar seu corpo da maneira que ele quisesse, quando estava com ele ela perde total autonomia das coisas que lhe pertencem. Ela se torna dele, para o que ele quiser.

𝘁𝗲𝗮𝗰𝗵𝗲𝗿'𝘀 𝗽𝗲𝘁 | 𝖼𝗁𝗋𝗂𝗌 𝖾𝗏𝖺𝗇𝗌Onde histórias criam vida. Descubra agora