Capítulo 1: Maridos são bons amantes.

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Antes de tudo, finalmente saiu uma historia dos Woosan! Ihul!
Esse plot consumiu os meus dias e eu acho que não conseguiria fazer mais nada se não desse vida a ele. Esse capitulo é como uma introdução, os proximos são maiores.

Boa leitura! 

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 Sentia-se tão cansado, seu corpo inteiro estava dolorido a tal ponto que mal sentia o quadril. A pele estava gélida devido à nudez pouco velada pelo lençol fino. Mas ainda de olhos fechados e deixando a preguiça de abri-los ganhar, deixou um sorriso enfeitar seus lábios de forma discreta.

 Esticou o braço com dificuldade, tateando os lençóis à procura daquele que deveria estar descansando ao seu lado, tão cansado quanto ele. E não foi surpresa alguma quando tudo que seus dedos encontraram foi o lugar vazio, julgando pelo pano gelado que apertava entre seus dedos a fim de descontar sua frustração, a pessoa que estava procurando já tinha se levantado a um bom tempo. Abriu um dos olhos e confirmou que de fato, ele não estava mais ali.

 Ainda sentia seu cheiro, seu perfume estava impregnado em sua pele e ainda se fazia presente no ambiente. Era marcante e envolvente, assim como quem o usava.

 Escutou um barulho vindo do banheiro e não conteve o suspiro de alívio, tratou de se sentar corretamente na cama mesmo que isso lhe causasse certa dor, encostou suas costas na cabeceira e cobriu a parte de baixo com um dos travesseiros. De relance ele já conseguia ver as marcas vermelhas e ardidas se tornarem roxas aos poucos, deixando evidente que a força usada havia excedido todos os limites. Obviamente aquilo não era um problema para si e muito menos para aquele com o qual dividia a cama ao menos duas vezes na semana.

 As saídas constantes, os presentes caros assim como os raros jantares em restaurantes renomados, cujo os pratos no cardápio tinham a mesma quantidade de dígitos que seu salário de um único mês, eram alguns dos mimos que recebia. Mesmo que o seu presente favorito fosse estar na companhia do outro, seja em um motel cinco estrelas ou jantando no seu estabelecimento favorito, nada importava muito de fato, com tanto que estivesse com ele.

 Wooyoung tinha acabado de completar seus dezenove anos e assim como a maioria dos jovens na sua idade, era imaturo. Deixava se encantar por aquele mundo que não o pertencia e era levado com facilidade por palavras simples e frases prontas, vazias. Ele não percebia, é claro, ou ao menos fingia não perceber o quanto era fácil o levar para a cama.

 Lembrava do dia que o conheceu, em uma balada há pouco mais de seis meses. Foi tudo tão rápido, em um momento estavam conversando no bar e no outro, estava dentro do seu carro chupando-o com avidez enquanto o outro procurava o motel mais próximo, dirigindo feito um louco e mordendo o lábio para conter os gemidos. Uma mão no volante e outra embrenhada nos cabelos pretos daquele que o proporcionava prazer. E desde então, as saídas se tornaram mais frequentes, não passavam uma semana sem se ver ao menos uma vez.

 Não demorou para que sentimentos surgissem de sua parte, sabia no fundo de sua mente que não era recíproco e jamais seria amado da mesma maneira por aquele homem tão intrigante, mas quando seu coração batia forte ao vê-lo chegar na BMW preta com vidros escuros, sorrindo discretamente e falando para ele entrar, qualquer pensamento de que poderia estar sendo somente usado para satisfação dele se dissipava no ar, ainda mais quando era tocado e beijado por ele.

 Se sentia amado, ao menos por alguns minutos ou horas, até que o prazer se findasse. Após isso, era cada um para o seu lado e naquela noite nada parecia ser diferente.

 A porta do banheiro foi aberta em um baque quase grosseiro, o que não incomodou o menor na cama, estava acostumado com seu jeito mais rude. Seus olhos curiosos logo passearam pelo corpo dele já coberto pela roupa novamente, a calça preta social combinando com a camiseta da mesma cor, os primeiros botões abertos revelavam seu peitoral desnudo e malhado, apesar da idade, seu parceiro era um adepto a vida saudável. Com certeza o tempo lhe favorecia, tal como um vinho, quanto mais tempo se passava mais seu sabor era acentuado.

 E com quarenta anos, ele não aparentava ter nem trinta.

 Encarou ele despudoradamente, analisando cada pedacinho de seu corpo sem vergonha alguma. Entretanto, quando seus olhos se cruzaram, algo estava diferente, Wooyoung podia sentir, era como olhar para um iceberg ou para a beira de um abismo... Completamente frio e vazio.

 Engoliu em seco e reuniu a coragem para juntar as palavras e perguntar o que queria, mas não ele não lhe deu tempo quando o viu abrir a boca, foi mais rápido e o cortou.

 - Estou indo embora, você pode ficar se quiser. A conta do quarto está paga até de manhã.

 Bem, até ali nada fora do comum, pensou um pouco mais aliviado.

 Nunca o questionou muito sobre sua vida pessoal, sabia que tudo o que tinham não passava de um passatempo mas gostava de se iludir imaginando que era alguém especial em seu coração, mesmo que fosse minimamente. Sabia que algo não estava certo, não era tão ingênuo, mas a paixão o cegou de tal modo que ele fingia não desconfiar de algumas coisas.

 E foi enquanto se arrumava na cama para descansar e acompanhava o outro andar de um lado para o outro no quarto, recolhendo o resto de suas coisas como sapatos, anéis e uma gravata, que ele teve certeza que havia cometido o pior erro de sua vida.

 - Essa foi a nossa última noite, espero que tenha aproveitado bem. - Ele sorria enquanto dava um nó em sua gravata, puxando o canto do lábio em um sorriso fraco e que denunciava claramente que suas palavras, assim como ele próprio, não valiam um único Won.

 Seu coração palpitou, a boca abriu algumas vezes mas as palavras se recusaram a sair.

- Sabe, por mais que eu sinta um tesão desgraçado por ti e tal, minha esposa está começando a desconfiar que não é a única que eu como todas as noites. - Ele deu risada, achando graça da própria situação. - Tenho que voltar a ser um marido dedicado e bom pra ela, porque... ah! Esqueci de dizer que sou casado há vinte e um anos. - Passou a mão pelos cabelos, os alinhando como pode. - Não que isso faça diferença. - Deu de ombros, como se não se importasse.

 E de fato, não dava a mínima mesmo.

 Agradeceu por estar sentado na cama, caso contrário, seu corpo teria cedido de encontro ao chão com tamanho choque. Última noite, esposa, casamento... Vinte e um anos.

 Aquilo não podia estar acontecendo de maneira alguma. Não, não, não. Era inadimissivel.

 Seu mundo idealizado de que em breve ele seria assumido para todos como seu companheiro desmoronou diante de seus olhos, ficou atônito de tal modo que não conseguiu falar e muito menos impedir aquele que amava de cruzar a porta e desaparecer, do quarto e de sua vida.

 A sua visão ficou turva e ele gostaria que estivesse prestes a perder a consciência, mas para sua tristeza, eram somente lágrimas. Uma, duas, três... incontáveis e aparentemente sem fim. Gota por gota, elas escorriam por sua bochecha marcando a pele, suas mãos se fecharam em punhos e passaram a socar o colchão com força. As palavras engasgadas, presas dentro de si, saíram de outra forma. Se manifestaram sem alvoroço ou escândalo, em um choro quase silencioso, Wooyoung lamentou pelo amor que jamais teria.

 Enganado e usado, ele foi abandonado naquele motel de luxo. E tudo piorou quando, após algumas horas chorando e se perguntando como pode ser tão fácil, ele finalmente viu na mesa de cabeceira uma pilha de notas de dinheiro, junto a um bilhete.

"Obrigado por me proporcionar o que nunca tive em meu casamento. Espero que não me procure mais. Use esse dinheiro para pedir um táxi ou gaste como bem preferir, tanto faz.

- Choi San"

- Choi San"

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CULPABLES • WoosanOnde histórias criam vida. Descubra agora