Capítulo 04: As traições te marcam, e nunca se esquecem de você

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Sentia um formigamento em seu ventre, as famosas "borboletas no estômago" estavam lá, mais um vez presentes, como se toda a situação fosse uma novidade, algo que ainda não havia experienciado.

Estava na esquina de casa, olhando o relógio a cada minuto. A pessoa que estava esperando não estava atrasada, ele nunca estaria, na verdade ele que estava adiantado demais.

Minutos antes de colocar os pés para fora do seu apartamento, uma chuva terrível caía sobre a cidade, durou apenas alguns instantes, mas foi o suficiente para deixar as ruas molhadas e algumas pessoas encharcadas.

Deu sorte que ela se findou antes do horário do seu compromisso naquela noite.

Respirou fundo, o cheiro de terra molhada dominou seu olfato. Uma brisa gelada passou por ele, o arrepiando, precisou abraçar a si próprio. Estava sem casaco e com preguiça de subir até seus aposentos apenas para pegar uma roupa extra, ele podia chegar a qualquer momento, não queria o deixar esperando.

Foi quando ele viu um carro familiar virar a esquina, duas ruas a frente. Salpicado pelas gotas da chuva e com os vidros escuros fechados, o preto brilhante característico do veículo parecia ainda mais intenso.

As borboletas em seu estômago entraram em pânico quando ele estacionou na sua frente, sem abrir o vidro. Respirou fundo e deu uma corridinha até a porta do carona, abriu, entrou e se sentou no banco de couro preto rapidamente.

Logo, a voz dele chegou aos seus ouvidos.

— Não está com frio?

Calma e firme, lhe causou um arrepio gostoso na espinha.

Wooyoung levantou o olhar e o encarou pela primeira vez na noite, ah, ele estava magnífico como sempre. Os cabelos pretos penteados para trás lhe deixavam com uma aparência intimidadora, que agradava o mais novo secretamente. A expressão neutra mas seria, as sobrancelhas levemente tensionadas e o olhar marcante, era como estar despido diante de seus olhos, se sentia nu, era como se ele pudesse ler todos os seus pensamentos.

A boca avermelhada e cheinha, quase nenhuma linha de expressão. Ah, San não aparentava ter o dobro de sua idade.

A roupa também preta, uma camiseta social que ia até os seus pulsos, com os primeiros botões abertos, dando destaque para uma corrente prata, com crucifixo pendurado. Aquele detalhe chegava a ser cômico, já que o mesmo era ateu.

No braço esquerdo, um relógio lindo, que brilhava mesmo na pouca luz.

Ele estava perfeito, como sempre.

— Um pouco. — Confessou, enquanto colocava o cinto de segurança. Rindo sem jeito.

— Quer ir buscar uma jaqueta?

— Não. — Abriu um sorriso para o homem, que não retribuiu. — Para onde vamos hoje?

Choi deu partida no carro, começando a dirigir.

Apertou o estofado do banco entre os dedos e deixou um arfar baixinho escapar enquanto o observava dirigir. Ele era atraente em tudo que fazia, sem o mínimo esforço. O maxilar trincado, focado na direção do veículo, o fez se questionar internamente; como um homem podia ser assim, sem defeitos?

— Vamos jantar, está com fome?

Sorriu mais uma vez. Se ajeitou no banco de modo que pudesse se sentar de lado, apenas para ir durante todo o caminho observando o homem sem interrupções.

— Sim, muita. Mas também um pouco cansado, tive um dia muito puxado no trabalho. — Comentou, apesar de San quase nunca comentar sobre sua vida, ele sempre falava da sua. Talvez ele apenas fosse mais reservado com isso, então queria mostrar a ele que podiam ter esse tipo de intimidade.

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⏰ Última atualização: 6 days ago ⏰

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