Onde está Luna San Diego

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Eu fiz umas alterações, primeiramente eu mudei o nome do Rick para Jimmy e talvez eu mude o nome da história para “Altas Expectativas” então se a capa mudar não se preocupem, com o tempo eu vou remover esse anúncio é só para caso alguém esteja lendo por agora e saiba que personagem eu to falando

“Filho do ouro da terra das palmeiras e da fuligem da era das máquinas”

Rapidamente uma hora, duas, três se passam e quando eu vejo, já são quase cinco da tarde e até agora sem nenhum sinal da Luna, achava que ela apareceria a qualquer momento com um cara ou uma cerveja na mão, mas…nada.
Comecei a ficar realmente preocupado a partir de então, pensei em entrar com um boletim de ocorrência, mas de todas as ideias burras que eu poderia ter, essa com certeza é a pior.

Luna não tem autorização do governo para estar aqui, ela entrou no país a alguns meses, três meses antes de nos conhecermos, lembro-me do dia em que ela me contou que era uma imigrante ilegal. Estávamos num bar pra comemorar ela ter ganhado alguma coisa, uma joia verde em um colar dourado, ela segurava como se valessem milhões, pensei que ela teria ganhado de um cara, eu a perguntei sobre, mas ela não me respondeu muito sobre, não insisti, e então ela foi no banheiro, e poucos minutos depois a vejo sair com raiva, com sua mão com uma mancha de sangue, e logo atrás dela saiu um homem de meia idade, branco e obviamente calvo, com um nariz escorrendo sangue por onde ele passava.
Lembro dela me agarrar pelo braço e me arrastar pra fora do bar, nem chegamos a pagar o que bebemos, ela dirigiu até o motel que ficavamos e depois que ela se acalmou, me contou o que havia acontecido. O homem tinha tentado abusar dela no banheiro, achou que ela estava bêbada demais pra reagir, ele achou que eu era uma presa fácil de acordo com as palavras dela, não era de se admirar o estrago que ela havia deixado nele, foi aí que eu perguntei se talvez pudéssemos fazer um boletim de ocorrência, mas ela imediatamente negou, eu insisti no porquê, mesmo não devendo, e ela me contou que havia entrado no país por uma barca e viajado até Nova Orleans, que era onde estávamos na época, e que não era a intenção dela ficar muito tempo, ela iria resolver seus negócios,  e ir embora, como se nunca estivesse estado ali.

Sempre tive dúvidas a respeito de seu passado, mas nunca me atrevi a perguntar, existem coisas que devem ser mantidas em segredo para o bem daqueles que amamos, ou para o nosso próprio. De qualquer forma, eu tinha que procurar ela, Las Vegas não pode ser tão grande assim, pode?

Primeiro troco de roupa, removo os trapos sujos da noite de ontem e os jogo direto na lixeira, já aceitei que eles não tem salvação, coloquei uma calça cargo preta, uma camiseta branca com uma jaqueta jeans por cima. Em seguida olhei para o lado de fora, as nuvens começaram a se juntar no céu formando um provável futuro temporal, Ignorando isso, segui em direção a porta, sabia ao menos por onde começar minha busca.

Depois de uns minutos de caminhada cheguei até a fachada triunfante da “High Hopes” que perdeu um pouco do triunfal em si, era meio deprimente na luz do dia, principalmente com as nuvens carregadas acima de nós, era um lugar triste, talvez isso nunca tenha mudado, apenas nunca o vi com esses olhos.
Dessa vez não tinham seguranças, a porta estava escancarada, ao olhar lá dentro vi uma equipe de limpeza comum, então resolvi que era seguro entrar. O clima dentro do lugar também mudou, as setenta e duas horas de sodomia semanal com certeza não fazem bem as paredes, mas mesmo com o estrago ainda era poético, perto de uma das laterais eu podia ver umas dez a vinte latas de tinta, incluindo as cores vermelho, preto, prata e dourado sendo essas as cores também das paredes e decorações do teatro antigo que agora era sede da maior festa criminosa de Las Vegas.

O chão imundo e com marcas de sangue e glitter estava sendo limpo pelos vários faxineiros, cenas como essas me fazem pensar se o crime de fato não compensa, mesmo eu já sabendo que sim.
Os faxineiros mal se deram ao trabalho de olhar na minha cara, e em meio a aqueles rostos ranzinzas e mal-humorados estava um rosto familiar, ao lado de um completo desconhecido.
—Rafa!—exclamo, um tom mais alto do que devia.
Ela me olha surpresa e em seguida olha para o cara ao seu lado com um leve desconforto, talvez eu estivesse atrapalhando alguma coisa, me aproximei mesmo assim.
—Jimmy—ela disse nervosa—Você de novo por aqui?—Soando um pouco grossa, como se não me quisesse aqui.
Paro a alguns pés de distância dela, percebo que realmente estou atrapalhando alguma coisa e então olho para o homem ao seu lado, ele é baixo, cabelo cacheado e uma rala barba mal feita, nem muito gordo, nem muito magro, meio termo, sua expressão dizia tão pouco quanto sua aparência, me olhava como se não se importasse, mas não foi assim que ele me tratou, sua expressão suavizou e um sorriso falso se pôs em seu rosto.
—Ora Rafaela, não seja tão má com o garoto, pelo que vejo é conhecido seu, não?—A ficha caiu, era o chefe dela não era? E o chefe das garçonetes só podia ser…o dono da “High Hopes”—Não vai nos introduzir?—Concluiu ele.
Ela fez uma pausa antes de falar, olhando levemente assustada, não parecia que ele era intimidador, mas ela o olhava como se estivesse do lado de um vespeiro, a vi suar e gaguejar uma palavra que saiu como um “Ji” sufocado, em seguida prosseguiu.
—Jimmy—ela respirou fundo—Esse é Alex, meu chefe.
Ela abaixou a cabeça, me dando deixa para me aproximar mais, ao chegar perto o suficiente estendi minha mão para um comprimento.
—Prazer em conhecê-lo Alex—tento passar firmeza na voz.
Ele me comprimenta de volta, nisso sinto sei aperto.de mão, forte, talvez uma das razões pela qual a Rafa tenha medo dele.
—O prazer é todo meu, qualquer amigo da Rafa, pode se considerar meu amigo também.
Retiro minha mão dele e olho em direção a Rafa.
—Rafa, eu preciso da sua ajuda—eu vejo um espanto em seu olhar.
—Jimmy…se for sobre encontrar o Pedro…eu não posso…
—Não tem nada haver com o Pedro— eu a corto—Minha amiga, a Luna, entrou comigo aqui ontem, ela estava vestida com…
Tento muito me lembrar como ela tava vestida, mas realmente não consigo, deve ter sido a bebida ou algo assim, e então lembro que tirei uma foto junto com ela antes de sairmos de casa na noite anterior, pego meu celular e o vasculho em busca da foto.
—Aqui olha— eu mostro a imagem a eles, a foto era eu com minha roupa de ontem e a Luna com um traje preto e cheio de decotes, não tem como esquecer isso, não tinha como alguém não ter notado ela.
A Rafa se aproxima do meu, ainda meio confusa pelo choque de informações e depois de um tempo analisando ela fala.
—Eu vi ela ontem, ela apareceu com um cara alto, de pele negra e um piercing na orelha—Ela disse com certa naturalidade.
—Pelo visto você repara bastante nos homens por aqui—Disse o Alex, quase pude sentir um pouco de ciúmes em sua voz.
—É o meu trabalho, senhor—Ela fala de forma suave…espera, pensei, ela está provocando ele?
Ele bufou levemente e em seguida virou pra mim com um olhar fulminante, tentei manter a calma e voltei a Rafa.
—E você sabe pra onde ela foi?—Pergunto.
—Não, ela veio aqui com um cara, o homem pediu um Gin de morango e ela um copo Whisky, assim que acabaram de beber, o que por sinal, ela não demorou muito, eles voltaram para a multidão.
—E você não ouviu eles mencionaram nada sobre onde eles iriam?
—Só dê algo de algum dos dois não que não devia estar ali.
Alex arregalou os olhos, Rafa o encara e percebe que talvez tenha falado uma informação que não devia e depois me olhou com um pouco de pena.
—Rafa—Disse Alex num tom sério—Temos câmeras de segurança, você pode ir até os guardas lá no terceiro andar e procurar pela gravação? Eu cuido do seu amigo—Ela exitou por um momento, então ele completou com um frio e sonoro—Agora!
E então ela se foi, mas antes passou ao lado dele e chegou perto de seu ouvido e cochichou algo que eu só pude entender como “ele é um dos garotos do Pedro” e ai ela de fato foi, me deixando sozinho com um provável psicopata.

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⏰ Última atualização: Apr 28, 2024 ⏰

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