desilusão ... a torre do dragão

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Os anos se desdobraram como as páginas de um livro antigo, cada dia uma repetição do anterior, cada noite um eco da maldição que Luna carregava em seu ser. A torre, que uma vez fora seu refúgio, agora parecia uma prisão, suas paredes de pedra um lembrete constante de sua solidão.

Luna, a princesa que outrora sonhara com a liberdade e o amor, agora via o mundo através de uma janela embaçada pela desesperança. Os guerreiros e príncipes que chegavam com promessas de salvação tornaram-se memórias distantes, suas vidas extintas pelas chamas que ela mesma liberava em suas noites de dragão.

Com cada amanhecer, ela recolhia as cinzas de suas esperanças desfeitas e as guardava em um baú trancado, onde os sonhos não podiam mais alcançá-la. Seu coração, uma vez vibrante e cheio de vida, agora batia com a resignação de quem conhece o sabor amargo da realidade.

O rei, seu pai, já não visitava a torre. Ele havia se perdido em um labirinto de culpa e remorso, incapaz de encarar a filha que se transformava em monstro aos olhos do mundo. E a rainha, sua mãe, chorava em silêncio nos jardins do castelo, suas lágrimas regando as rosas que nunca mais seriam tocadas pelas mãos de Luna.

A princesa passava seus dias pintando o céu que via da janela, cada pincelada uma tentativa de capturar a beleza que lhe era negada. Ela escrevia versos em folhas de papel que flutuavam ao vento, palavras que ninguém leria, sussurros de uma alma que ainda clamava por liberdade.

Mas, em uma noite sem estrelas, algo mudou. Uma figura encapuzada atravessou o portão da torre , movendo-se não com a arrogância dos heróis, mas com a humildade de quem conhece a dor. A figura subiu a torre, não com uma espada, mas com um livro de feitiços antigos e um coração disposto a ouvir.

Luna, em sua forma de dragão, observou a figura se aproximar. Ela se preparou para soltar o fogo que consumiria mais uma vida, mas hesitou. Havia algo diferente naquele que vinha ao seu encontro, algo que acendeu uma faísca de esperança em seu peito.

E foi assim que, pela primeira vez em muitos anos, Luna permitiu-se acreditar novamente. Talvez ainda houvesse uma chance de quebrar a maldição, talvez ainda houvesse espaço para sonhos em seu coração de dragão...

 Talvez ainda houvesse uma chance de quebrar a maldição, talvez ainda houvesse espaço para sonhos em seu coração de dragão

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