Oi, bom dia, boa tarde, boa noite ou boa madrugada, dependendo de quando você estiver lendo isso. Essa é primeira história que eu escrevo, então é claro que não vai ser perfeito, eu vou pensar que não está tão bom e que eu posso fazer melhor várias vezes, mas vamos aproveitar mesmo assim. Tentativa e erro. Espero que gostem.
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Já haviam se passado 6 meses desde Paris, eu tinha um novo emprego graças a ela, mas bom, meus pais não conseguem falar comigo sem criticar toda a minha vida, todas as minhas escolhas desde o momento em que eu me mudei de Cincinnati ao meu recente termino com o menino de ouro deles. Todos meus amigos ficaram do lado do Nate, até Lily, que é minha amiga desde o primário. Em escala de fundo do poço acho que atingi o nível mais baixo. E você se pergunta, a troco de quê? E a resposta é tão clara como o sol, a única resposta possível desde o momento que eu bati meus olhos nela, Miranda.
E eles dizem: Vá, seja uma boa pessoa, que coisas boas vão acontecer em troca. Que piada.
Eu sabia desde o começo, algumas pessoas ficam em negação e não enxergam o óbvio, eu conheço os sinais, pura e genuína obsessão, uma paixão instantânea. O rosto dela ficou gravado na minha mente no momento em que eu deixei a entrevista e não saiu desde então.
Talvez eu seja masoquista pois eu claramente encontro prazer no difícil.
Existem dois tipos de pessoas boas, as que já nascem com isso dentro de si e existem aqueles que escolhem ser. Pessoas como eu, que não tem muito disso dentro de si, mas faz uma escolha consciente de ser uma boa pessoa. Dia após dia esse tipo tenta ser bom, se esforçam e trabalham nisso mesmo contra a sua natureza egoísta e mesquinha. Porque ei, ser uma pessoa de merda é uma escolha, você faz por que quer.
Miranda Priestly é claramente uma pessoa de merda. E tirando com as filhas ela faz essa escolha todos os dias pra todo o resto. E sim, o mundo empresarial te come viva se você for uma mulher, você tem que criar uma pele grossa e ser duas vezes mais do que qualquer um. Mas em que ponto isso é justificável, a maldade se torna justificável? Não importa o gênero, só basta ser um ser humano, dê muito poder e veja o que acontece. Mas essa é só minha opinião.
E eu gosto tanto dela. Talvez eu seja realmente masoquista, mas tem algo inebriante no pensamento de amar e ser amada por ela.
Tac tac tac, é o barulho que o lápis na minha mão faz batendo na minha mesa no The New York Mirror, a chuva caia forte lá fora e meus pensamentos eram uma coisa viva se negando a deixar de respirar, querendo e precisando existir pois é só lá que eu consigo ver ela. Eu tinha que trabalhar no meu artigo sobre os moradores de rua, já está quase finalizado, mas a chuva como sempre me deixa particularmente dispersa e reflexiva.
Eu deixei ela e nunca mais falei com ela desde então, não sou tão moralista como ela pensa, eu precisava ir embora porque estava me perdendo, foi menos sobre oque ela fez - que foi oque ela precisava fazer. - e mais sobre mim, eu estava sumindo naquele lugar, reservada de uma maneira que eu nunca fui, me encaixando errado. Mas tenho certeza que ela pensa que é sobre ela, sobre oque ela fez. E mesmo assim ela não me colocou na lista negra, ela me deu uma recomendação. E é por isso que eu tô fazendo TAC TAC TAC com o lápis na minha mesa agora.
- ANDY! - Henry me assustou fazendo o lápis cair da minha mão, olho para ele levando uma mão ao coração. - Para de batucar, está deixando a gente maluco. - Henry era um homem de 56 anos que trabalhava como jornalista da sessão de esporte a mais de 30 anos. Por algum motivo improvável que não faz o menor sentido sendo que não temos absolutamente nada em comum, quando eu comecei a trabalhar aqui a gente se deu inexplicavelmente bem, Henry me colocou debaixo das suas asas e praticamente me fez de chaveirinho dele.
- Você quer me matar do coração - digo ainda sentindo o susto.
- Você é jovem, seu coração é forte, você deveria estar preocupada com o meu. - Diz sorrindo, ele falava da morte como se tivesse falando sobre comprar um pão na padaria, era enervante.
- É capaz de você e seu coração viverem saudáveis a mais tempo que eu.
- É verdade. - Henry sorri de maneira brincalhona pra mim.
- Ei! - Digo rindo.
- Diga menina, oque tanto pensa nessa sua cabecinha? Se esses batuques e você olhando pra essa folha em branco a mais de 30 minutos seja algum indicativo.
Suspirei, ele era um grande intrometido. Doce, mas intrometido.
- Meu artigo.
- Mentira. - Disse simples e curto.
E também era um grande espertinho que atualmente parecia me conhecer mais do que ninguém.
- Você sabe no que eu tô pensando, pelo menos em quem. Mas não quero falar sobre isso Henry, na minha cabeça já é desgastante o suficiente para lidar.
- Para de complicar e tornar tudo tão negativo, na maioria das vezes a gente coloca dificuldades impossíveis só pra ter uma desculpa para continuar sem fazer nada respeito dos nossos problemas. Quando você entender isso tudo vai começar a funcionar, mesmo podendo não ser bom imediatamente e dar tudo errado a princípio, a gente só precisa dar a primeira arrancada.
- Isso não é exatamente reconfortante. - Digo olhando pra ele, seu cabelo tingido de castanho claro e olhos castanhos que pareciam estar sempre sorrindo e querendo te falar alguma coisa, era um homem bonito mesmo com a marca da idade. Parecia sempre saber muito, mesmo falando bobagem 99% do tempo.
- Nada da vida é - Disse dando um peteleco na minha testa e saindo.
E então volto a focar no meu trabalho, porque é tudo que me resta.
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Volto para o meu apartamento meio vazio, como tudo na minha vida ultimamente, Nate levou a maior parte dos móveis, mas eu nunca precisei de muito de qualquer forma. Eu queria me isolar e achar o menor espaço possível e me fazer caber dentro dele, são dias difíceis ultimamente e eu não estou fazendo nada pra tornar eles mais fáceis. Enquanto eu deito na cama eu penso sobre arrependimento, seria melhor está arrependida e culpada, não estou nenhum pouco e isso talvez seja ruim, mas algo ser bom ou ruim não torna ele menos real, mas se serve de consolo eu estou com saudades dela, do cabelo dela, da forma como ela diz meu nome e dos seus olhares avassaladores, como suas mãos brincavam com os colares que usava e a forma que eu me sentia estando com ela. Sinto tanta saudade que me faz querer sumir dentro de mim mesma.
Às vezes o amor é repulsivo, a forma como alguém tem tanto poder sobre a gente é repulsivo e a forma que eu quero isso é pior ainda.
E enquanto fecho os meus olhos ela aparece, como todas as noites, ela está por toda a parte e eu me afogo e então caio no sono.
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BOM, é isso por enquanto. Deixe sua opinião desse início, obrigado por ler.