Letters for the ocean

one- como tudo começou

Deméter POV

Eu andava de um lado para o outro pela sala de estar da cabana enquanto roía as unhas, oque éra um sinal do meu nervosismo.

-Eu preciso de uma solução! - disse massageando minhas têmporas.

A porta do banheiro foi aberta e o vapor da água quente do chuveiro se fez presente no local, revelando Apolo que tinha tomado banho e estava apenas com uma bermuda branca.

A visão era encantadora.

As pontas do cabelo pingando, o corpo malhado brilhando por conta da umidade, a toalha no ombro. Era o pacote da perdição...

-Quer uma foto que dura mais? - Ele perguntou rindo

- muito engraçado né bonitinho? Eu aqui toda nervosa e você fazendo gracinha.

Ele veio até mim colocando os braços ao redor da minha cintura e eu coloquei minhas mãos em seu peitoral.

- Qual o motivo desse seu nervosismo todo? Você tem que relaxar as vezes, plantinha.

- Você sabe muito bem o motivo do meu nervosismo.

Ele enterrou o rosto em meu pescoço e resmungou algo que não consegui entender.

-Você sabe que Zeus está irado com nós dois, certo?

-Aquele velho eletrizante está caduco, não cuida da vida dele e vive se intrometendo na dos outros.

Soltei um risada nasal e fiz carinho em seus cabelos. Logo o som choro da bebê que estava no bercinho se fez presente e fomos até o berço.

-Oi meu amor! Você acordou da soneca foi? - Apolo disse com uma voz fina enquanto pegava a bebê.

O pequeno ser resmungou enquanto esticava os braços quase se jogando para os braços da mãe.

- Vem aqui, minha linda. - Deméter exclamou

Deméter começou a balançar a bebê levemente para lá e para cá.

Apolo observava tudo com alegria, mas, a pontada de tristeza ainda se fazia presente. Ele sabia oque tinha que fazer para salvar a vida de sua filha, ele apenas não tinha contado seu plano para a mulher em sua frente.

- Deméter querida

- Sim?

- Eu acho que sei como salvar nossa filha da raiva de Zeus

Deméter parou de balançar a criança e ficou estática, ela tinha esquecido por um minuto dessa parte.

- Eu te conto o meu plano, se sente

Apolo guiou ela até o sofá e segurou a mão livre que não segurava a bebê

- É o seguinte... - Apolo começou a explicar.

Autora POV

Já éra de noite, uma noite sem lua, Apolo e Deméter se aproximaram da casa de Paul Lennil, um homem comum, trabalhador e de bom coração. Carregavam o cesto, que dentro havia a bebê enrolada em um cobertor dourado e segurando um chocalho em formato de flor.

Batendo suavemente na porta, esperaram até que Paul a abrisse. Ao abrir a mesma, seu olhar de curiosidade se transformou em surpresa ao ver os dois deuses em sua porta.

- Paul , precisamos de sua ajuda - disse Apolo, sua voz grave e urgente.

Paul hesitou, olhando de Apolo para Deméter, e depois para o cesto nos braços dela.

- O que está acontecendo? - perguntou, com um tom de preocupação.

Deméter, com lágrimas nos olhos, começou a explicar:

- Esta é nossa filha, Amelie. Zeus, está irritado, pois segundo ele isso é inadmissível, ele decidiu que ela deve ser destruída. Não temos outra opção a não ser escondê-la entre os mortais, onde ele não poderá encontrá-la. E você, Paul, é a nossa única esperança.

Paul franziu a testa, incrédulo.

- Mas... por que eu? O que posso fazer que outros não podem?

Apolo colocou uma mão firme no ombro de Paul.

- Você é um homem bom e justo. Precisamos que você cuide dela como se fosse sua própria filha. Prometa que nunca contará a verdade até que ela complete doze anos.

Paul olhou para o cesto, onde Amelie agora estava acordada, seus olhos brilhantes e inocentes olhando para ele. Sabia que aquela decisão mudaria sua vida para sempre, mas sentiu uma responsabilidade inegável crescer em seu peito.

-Eu prometo - disse, sua voz firme. - Eu cuidarei dela como se fosse minha própria filha e nunca direi nada até que ela complete doze anos.

Deméter sorriu, mesmo que de maneira triste, e Apolo assentiu.

-Obrigado, Paul. Estaremos eternamente em dívida com você - disse Deméter, enquanto entregava Amelie a ele.

Com um último olhar de gratidão e tristeza, Apolo e Deméter desapareceram na escuridão, deixando Paul com a pequena Amelie em seus braços. Ele sabia que sua vida nunca mais seria a mesma, mas também sabia que tinha feito a coisa certa.

A partir daquele momento, Paul cuidaria de Amelie com todo o amor e proteção que ela merecia, guardando o segredo que um dia poderia salvá-la de um destino terrível.