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JADE SANCHEZ
📍Jardim Celeste

Voltei ontem da mansão da aldeia junto com o Apollo e passamos pra pegar a chave do meu apartamento, não comentei nada com a minha mãe ainda mas vou conversar com ela hoje.

Cheguei da faculdade e fui direito para o banho, coloquei uma roupa fresca por conta do calor e fomos jantar.

- mãe queria te falar uma coisa -

- pode falar Jade -

- o meu pai comprou um apartamento pra mim -

- como? - ela franzi a testa -

- em Guarulhos, é uns 15 minutos daqui -

- como ele faz as coisas sem nos informar? - meu padrasto fala e eu encarei ele -

- bom ele é meu pai e eu já tenho 18 anos então não vejo necessidade dele dizer nada, principalmente pra você -

- Jade respeita o meu esposo e outra, ele tem que me informo sim! eu sou sua mãe e o que decidir pra você temos que conversar juntos -

- meu pai sempre decidiu as coisas sem precisar conversar com você, assim como você também fazia. Eu não sei porque isso agora -

- não importa Jade, como você vai morar sozinha? -

- eu não vou morar bem sozinha, meu irmão vai morar lá também -

- o seu irmão? - ela ri - fora de cogitações, nenhum de vocês tem um pingo de responsabilidade -

- desculpa mas quem é você pra falar do meu irmão? eu corro atrás das minhas coisas desde os meus 16 anos e nunca precisei de alguém para me bancar, tenho condições e responsabilidade para ir morar com ele - solto o garfo no prato -

- então faça o que bem entender mas a partir do dia que você sair dessa casa não volta mais - o marido da Letícia fala -

- você é o que aqui mesmo? Você não manda em nada aqui, só tá vivendo debaixo das asas da minha mãe a tempos e tem medo que ela te deixe porque não tem onde cair morto -

- quem você pensa que é garota? - ele levanta da mesa -

- eu sou a porra da filha de um Tenente do exército brasileiro e acho que ele não vai gostar nem um pouco de saber que um zé ninguém está gritando com a filha dele! - fico em pé na frente do meu padrasto e ele engole seco -

- já chega com isso - minha mãe se levanta - Jade você faz o que quiser e as portas estarão abertas sempre que quiser vir aqui -

- isso é o que vamos ver - ele fala -

- então eu quero ver - sorri - pago pra ver - sai da cozinha -

Fui para o meu quarto e bati a porta com força, ninguém nunca vai entender o meu ódio por esse cara.

Mandei mensagem pro Apollo dizendo pra gente ir no açaí aqui perto e ele disse para mim subir que iria esperar lá na frente.

Sai de casa nem falar com ninguém e subi pra casa do Apollo, ele realmente já estava lá me esperando.

- oi -

- eai - me deu um selinho - quer ir no açaí? digitou a mensagem toda errada quase não entendi -

- tô nervosa, digitei com pressa -

- o que aconteceu lá pra baixo? - saímos andando -

- falei pra minha mãe que eu vou me mudar e o meu padrasto se revoltou, ergueu a voz pra mim e quase veio me peitar acredita? -

- qual foi desse cara, chegou agora e quer arrumar problema já -

- nem me fale -

Fomos no açaí da rua de trás e voltamos comendo, ficamos sentados na calçada no Apollo e percebi que ele estava me encarando.

- o que foi, tá me encarando por que? -

- porque cê é linda, só eu posso admirar -

- muita gente admira -

- se eu ver tá fodido - ele disse e eu neguei rindo -

Encostei minha cabeça no ombro do japonês e ele passou o braço pelo meu pescoço. Quando menos esperei Apollo juntou nossas mãos e deu um beijo nela.

- quando você vai namorar comigo? -

- quando você me pedir em namoro ué -

- você que tem que me pedir, vamo quebrar o clichê -

- não, eu tenho que ser pedida -

- vai demorar então -

- não tô com pressa -

- porra tem resposta na ponta da língua mano - ele ri

- Apollo você ainda vai me amar quando eu tiver velinha, cheia de rugas na cara e com o cabelo branco? -

- do nada parça? - ele ri - acho que não, seloko não acho rugas dahora -

- eu vou estar velha mano -

- ah se você fizer uns bagulhos pra tirar rugas talvez eu te ame -

- vai se danar então japonês -

- tô zuando mano, ligo pra esse bagulho não - ele me abraçou -

- acho bom -

- caralho tá com mó visão de futuro, já pensou em estar comigo quando a gente tiver velho -

- foi só uma pergunta Apollo, não se ilude -

- tá bem folgadinha né Jade - ele ri e eu me levantei -

- vou descer -

- não é nem meia noite -

- mesmo assim, eu sou herdeira mas preciso trabalhar amanhã cedo -

- demoro, te levo até lá na frente -

Ele segurou minha mão e descemos até a casa da minha vó. Quando chegamos lá na frente Apollo me deu um beijo de despedida e eu entrei dentro da casa torcendo para não ter ninguém acordado.

NOTAS DA AUTORA

esse padrasto tá mexendo com a pessoa errada hein

QUE SORTE A NOSSA | APOLLO MCOnde histórias criam vida. Descubra agora