Capítulo 31 - AQUELA FILHA DA PUTA

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Eu estava deitada de bruços no meio da cama de hotel bagunçada, ainda completamente nua e comendo morangos de um prato na minha frente enquanto observava Bella se vestir para ir embora. Ela fechou o botão da sua calça me olhando de maneira sugestiva e colocou sua camiseta.

- O que você está olhando? - Bella perguntou sorrindo de canto e arqueou suas sobrancelhas. - Não ficou satisfeita? Eu tenho que ir trabalhar mas eu volto, eu prometo.

Ela piscou pra mim me fazendo revirar os olhos.

- Onde você aprendeu a transar assim?

- Como assim? - Bella perguntou ofendida enquanto passava quase todo um vidro de perfume. - Eu sou um talento natural, babe. 

Sorri pra sua resposta.

- A pratica leva a perfeição. - Ela me respondeu sincera dessa vez. 

- Então você praticou muito!

- Um pouco. - Bella deu de ombros. - Como eu disse, algumas pessoas são talentos naturais. 

- Porque você é sempre tão convencida? - Perguntei e ela sorriu.

- Porque eu tenho motivos pra ser. - Ela me respondeu com o ego nas alturas. - Você preferia que eu fosse mais insegura sobre mim mesma? Eu sei qual é o meu verdadeiro valor. 

Fiquei a escutando em silêncio.

- E sei qual é o seu valor também.

- Qual é o meu valor? - Perguntei. 

Bella só pegou seu celular e olhou a hora.

- Estou atrasada. - Ela disse e o colocou no bolso. - Podemos terminar essa conversa em outro momento. 

- Hum... - Me espreguicei e rolei pela cama para me levantar, ficando deitada com a barriga pra cima. - Ou podemos fazer mais sexo ao invés de ficar conversando, você sabe que vamos acabar em uma briga de qualquer maneira. Eu gosto dessa quase amizade barra tensão sexual barra sexo entre amigas. Estamos ajudando uma a outra.

- Estamos ajudando uma a outra? É assim que você chama isso?

Vi um sorriso aparecer no rosto de Bella e ela se aproximou de mim, se curvou para me beijar. Seu beijo foi diferente, sem malicia e sem pressa, apenas um beijo de despedida e fiquei a olhando quando ela afastou seu rosto do meu sorrindo confiante.

- Não me beija assim. - Mandei com a expressão fechada e ela selou sua boca na minha mais uma vez.

- Tá com medo de se apaixonar? - Ela perguntou sorrindo daquele jeito que me deixava fraca e vestiu os óculos de sol. - Hoje você me chamou de amor.

- Foi um deslize no calor do momento.

Ela pegou sua bolsa da Louis Vuitton e foi em direção a porta.

- Te vejo em breve, namorada. Já estou com saudades.

- Obrigada pelo sexo, Bella.

Acenei com os dedos enquanto ela saiu pela porta. Passei a mão sobre meus lábios tentando limpar Bella deles e a ideia de me apaixonar ainda mais por ela, olhei ao redor do quarto e contemplei o completo silêncio. Bella estava certa, as vezes nós nos sentimos muito sozinhas nessa profissão e agora mais do que nunca eu sentia isso depois que ela foi embora, uma sensação de vazio e desnorteio como se Bella fosse a minha única conexão com o mundo real. 

Respirei fundo e esfreguei meu rosto com as mãos tentando afastar aqueles pensamentos. Me levantei e fui me arrumar pro meu dia, eu também tinha um avião para pegar e coisas pra fazer. Desci pra recepção do hotel para encontrar com o resto do pessoal, o meu ballet já estava do lado de fora conversando animadamente enquanto alguns fumavam cigarro, passei pra dar um oi geral e elas me falaram que Nadine ainda estava tomando café da manhã. Fui direto pro refeitório e encontrei minha prima sentada sozinha em uma mesa, debruçada sobre o tablet na mesa enquanto tomava seu café.

Romance Em Cena // Luísa SonzaOnde histórias criam vida. Descubra agora