Capítulo 3: Bauruzinho.

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Yelena Castillo:

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É tão bom ter o Richard de volta, poder abraçá-lo novamente. No entanto, apesar de toda essa alegria e de todo o alívio por finalmente estarmos reunidos, eu percebi algo diferente no Bagual. Ele sempre foi carismático, sempre demonstrou afeto, mas eu nunca o tinha visto chorar antes. Ver aquele gigante, de pouco mais de dois metros de altura, com olhos cheios de lágrimas, me pegou de surpresa.

Que fome!

Ei, seus bundas-moles! São três e vinte e quatro da manhã, e eu acabei de fazer um show. O vagabundo do Richard me fez correr cinco quarteirões! Eu tô com fome, e vocês estão aqui chorando? Sério?

Richard, ainda sem fôlego, tentou se explicar: — Eu não sabia que era vocês que estavam correndo atrás de mim... Só estava tentando achar um lugar seguro, mas mas ainda bem que eu não achei. Que sorte, né?

Que sorte nada! — eu retruquei. — Sorte seria se você tivesse trazido algo para comer. Depois do show, eu tô faminta, e vocês aqui, só chorando um no ombro do outro. Isso é deprimente! — E era verdade. Depois de correr até aqui, a última coisa que eu queria era conversa melancólica mesmo tendo feito parte disso.

Bagual, ainda tentando se recompor, perguntou: — Tá com fome? O que você quer comer a essa hora? Acho que a única coisa aberta agora é o Coffee's Size, mas a srta. Peterson não trabalha mais lá. Agora é o filho dela que cuida do lugar.

Eu fiz uma careta. — Ah, eu sabia que algo estava diferente por lá. O garoto não tem o mesmo jeito da mãe, mas pelo menos ele ainda faz o melhor café da cidade. E se a gente chegar agora, talvez ele ainda tenha alguns daqueles biscoitos de chocolate que a mãe fazia. — Eu já estava planejando o que pedir quando chegássemos lá.



Richard riu e disse: — Você realmente nunca muda, Yelena. Sempre pensando em comida. Mas eu não vou reclamar, eu também estou com fome. Acho que todos precisamos de um café forte depois dessa noite.



Por falar nisso, Yelena, por que você não pegou seu carro? — perguntou Bagual. — Deixou ele no estacionamento do bar?



Eu suspirei. — Sim, deixei. Depois do show, achei que fosse uma boa ideia correr atrás de um marmanjo que saiu gritando pelo Richard igual a uma mocinha.



Bagual riu. — Em minha defesa, era uma emergência! Quem me vê correndo assim, acha que é algum tipo de apocalipse. A essa hora, tudo é motivo para pânico. — Ele sempre teve uma maneira de colocar humor em tudo, mesmo nas situações mais improváveis.

Richard sorriu e olhou para Bagual. — Mas você gritando pelo meu nome, a três e vinte e quatro da manhã, era digno de filme de terror! Deve ter sido por isso que corri. — Disse o Richard ainda sorrindo — Agora a gente vai ter que buscar o carro depois de comer, se ninguém roubou ele nesse meio-tempo. — Ele deu um tapinha nas costas de Bagual, que apenas deu de ombros.

Eu sorri. — Não se preocupa, o meu carro é tão velho que ninguém em sã consciência vai querer roubar ele. Agora, se me roubarem, é outra história. — Olhei para Richard e Bagual, dando um sorriso irônico. — Com dois gigantes desses ao meu lado, até parece que alguém vai tentar me roubar.

Todos rimos, e a tensão começou a diminuir.

Caminhamos na direção do Coffee's Size, prontos para nos sentar e aproveitar um pouco de comida quente. Era bom ter esses amigos por perto, mesmo que a cidade tivesse mudado.

Fel, Maçãs e BauruOnde histórias criam vida. Descubra agora