PILOTO - parte um

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Gritos rodeavam todo o ambiente, choros e sangue carmesim.
Em um pequeno quarto com paredes de pedra e pisos de madeira, estava acontecendo o que chamamos de nascimento.

Um pouco diferente das pessoas que não eram da nobreza, haviam várias parteiras.

Cada uma com uma peculiaridade em comum. Seus brilhantes olhos vermelhos e suas peles geladas.

A mulher de cabelos longos e escuros como a noite estava precisando de ajuda, a criança cujo a qual estava parindo não passava sobre a dilatação da mulher. Todos ouviam seus gritos estremessedores. oque mais chocavam e preocupavam a todos era o
Tempo de gestação da mesma, em menos de sete meses ela estava dando a luz.

Muitos desesperadas as parteiras estavam.
Todas elas tinham a força de muitos homens, então não seria difícil tirar a criança a força, mas para isso acontecer a mãe teria que ser rasgada até o quanto conseguir para a criança ser puxada para o novo mundo.

O pai entrou no quarto as pressas.
Não que ele se importava com a mãe e sim com a criança mas não por amor e sim porque sabia que precisava dela a seu favor.

___ senhor, não conseguimos salvar as duas. Ou e a mãe ou... ___ antes que a parteira terminasse de falar ele a interrompe

___mate-a ___ falou o pai da criança rapidamente

___ a criança? ___ a mulher falou, ainda com um tom de esperança em seu coração que já não batia mais
Não que ela queria matar a criança, mas naqueles tempos eles valorizavam a vida que já estava no mundo externo
O marido que ama a esposa e sempre escolhe ela.
Pelo menos a maioria fazia isso.

___ a mulher! Mate-a agora! ___ ele falou se exaltando o suficiente para seus olhos vermelho escuro ficarem vermelho vivo.

Rapidamente a mulher o fez.
A mãe que estava toda ensanguentada por motivo de tentativas falhas de tirar a criança do seu ventre, suspirou fortemente.
Ela já havia perdido sangue e em toda sua gravidez estava com cara de cansada e sua pele que era branca estava quase transparente.
Única coisa que continuava aparentemente viva era seus longos fios escuros.

A morena olhou a parteira que também havia cabelos pretos. Ela parecia a parteira que estava comandando tudo

A mãe estava com um olhar desesperado e respirava profundamente procurando oxigênio

As outras parteiras eram muito acostumadas com essas expressões de desespero e angústia. Elas sabiam que teria que matar a moça, então não ligaram para qualquer sentimento ela esteja sentindo

Duas loiras seguravam os braços, a ruiva segurava a perna esquerda e a mulher de cabelos acobreados segurava a perna direita.

___ Lisandra, ela está perdendo o ar! ___ a loira da direita falou para a morena que estava se preparando para cortar a mulher.

___ Eu sei! Não podemos esperar! ___ Lisandra responde.
Antes elas esperariam a mãe morrer para não  sentir a dor imensurável que seria ser cortada viva

Mas quando ela viu a face do pai da criança que estava para nascer, nem fez questão de perguntar ao mesmo se ele queria esperar ela morrer. Para ele, ela já estava morta.

Quando eu ia cortar eu vi a mulher fazendo muita força e puxando o ar para os pulmões novamente, levantou o quanto dava a cabeça e me olhando.
Ela não estava pensando em viver, apenas queria a criança.

Eu sabia a sensação. Eu morri igual a ela. Não a cortei apenas a olhei. Fui até a mesma e deitei a sua cabeça novamente.

E quando fazia isso so me lembrava da minha morte.

INFINITY - Jasper HaleOnde histórias criam vida. Descubra agora