Novos Caminhos

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— 𝐔𝐦 𝐧𝐨𝐯𝐨 𝐥𝐮𝐠𝐚𝐫 𝐧𝐚̃𝐨 𝐞́ 𝐮𝐦𝐚 𝐦𝐚́ 𝐢𝐝𝐞𝐢𝐚

Primeiro dia de Carol em seu novo local de trabalho.

Ela andava freneticamente de um lado ao outro procurando seus papéis e documentos para poder liberar facilmente sua entrada no prédio da nova faculdade.

"Eva, me diga os eventos do calendário" seguida de uma resposta "aqui estão as atividades para seu dia: chegar à universidade 8 horas da manhã, 16 horas, reunião de apresentação".

Sim, Carol levou ao Canadá sua inseparável assistente, Eva, ajudaria em absolutamente tudo que sua cabeça ocupada pelo cotidiano atípico faria esquecer, até se reestabelecer de verdade.

𝒞𝒶𝓇ℴ𝓁

Certo, não são tantas coisas para o dia de hoje mas todas de grande responsabilidade, afinal é hoje que tudo se recomeça e novas oportunidades virão. Tinha de estar lá às 8 horas, conferi no meu celular e me assustei com a informação na tela, marcava 7:40, estava atrasada pois até pegar o metrô e andar ruas e ruas até me encontrar demoraria muito mais que vinte minutos, demandaria tempo para eu decorar o caminho, ainda era minha primeira vez pelas ruas canadenses nesta direção.

Sai de casa enquanto ainda Natália estava dormindo, não pude me despedir pois precisaria acelerar o passo; por sorte havia uma estação de metrô a dez minutos do apartamento, me locomovendo a pé. Nunca andei tão rápido como nesse dia. Ao entrar no metrô minhas pernas tremiam, minha respiração estava pesada e meu coração pulsava alto.

Chequei o celular para me manter no horário e marcava 7:55 não tinha mais o que eu pudesse fazer, não tinha como eu tomar as rédeas desse metrô e fazer ele chegar em até 5 minutos no local desejado. Então, apesar de tudo tentei me acalmar, longos minutos depois, o metrô para na minha localização e eu desço e começo a andar rapidamente novamente.

Há um tempo avistei um prédio grande que dizia ser o tão esperado lugar onde passaria todos os meus dias inovando e ajudando pessoas.

Passei quase voando pela catraca de entrada, mas precisava saber qual era meu andar, e isso eu não tinha informação nenhuma.

Perguntei ao segurança dali, mas eu não tive respostas convincentes, não sei se pela correria e ansiedade mas meu inglês não saiu nada compreensível naquele momento.

Até de ver uma moça de aparentemente 20 anos e tentei pergunta-lá qual seria o andar para realizar meu crachá. Ela me disse que era no décimo andar, então lá fui eu chamando um elevador que demorou um pouco à chegar ao térreo... e eu impaciente mexendo em minhas próprias mãos.

As portas abriram e eu entrei, o elevador estava vazio, isso era um bom começo no meio deste caos, lentamente ele subia pelos andares.
"Mas que porra, não dá pra ir mais rápido?! Eu estou atrasada e tudo parece me atrapalhar" disse em bom som, como se aquela máquina fosse me obedecer.

"Tenth floor" a voz do elevador soa em meus ouvidos e eu logo saio apressada, em direção a sala "register room". Quando encontrei, educadamente bati ali e pedi permissão para entrar.

"Ana Carolina?" O moço com uma camisa de botões e um crachá me perguntou, "sim" – respondi – "são 8:40, você está atrasada" – frustrada lhe disse – "sim, eu sei, mil desculpas mas eu não me acostumei com a mudança repentina, preciso só retirar meu crachá de acesso à universidade, ainda é possível?" – ele me encara com um pouco de desaprovação mas cede – "tudo bem, se posicione ali para a foto" me posiciono em um fundo branco e arrumo levemente minha franja, e dou um fraco sorriso.

Meu nome no crachá foi atualizado, agora seria "Ana Carolina Cardoso Soffredini" e não mais "Ana Carolina Venturini" como no Brasil.

Agradeço aos profissionais da sala, e vou seguindo meu caminho à sala onde encontraria meus novos colegas; Bradley e Rebecca.

Percebe-se logo na primeira conversa que são pessoas muito boas mas lembro vagamente de Wanda, ela é insubstituível para mim, ela sempre me deu todo o suporte necessário, me ajudou todas as vezes que precisei, e tem um jeito único.

Começamos uma apresentação pacífica e aprendo um pouco do novo sistema que iria usufruir durante todos esses novos anos que virão.

Aos Teus Olhos - NarolOnde histórias criam vida. Descubra agora