Es-Itbar

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1: Em essência, havia sobre o berço do existir apenas Medrok e Aligat; a ordem e o regozijo, e eles eram tudo o que havia, tudo era deles e eles eram tudo.

2: Nada havia além, e isso lhes causava demasiada tristeza; a solidão tomava conta deles, e o devaneio do maior existir era projetado em suas mentes divinas.

3: Eles eram o núcleo, onde tudo era concentrado; eram como pequenas partículas de energia e luz fumegantes, e isso era único, sobreposto a tudo.

4: Disseram então: — Vamos nos expandir, para que assim haja vida além, uma vez que somos os detalhes desta sesmaria. — E assim se fez com gigantesca prontidão, e ouviu-se do centro o estrondo de um brado retumbante, e os raios de luzes se espalharam de uma forma inefável: o além era feito.

5: E eles então olharam para aquela vastidão, e começaram, de forma contatória, a criar os primeiros e detalhes pilares do mundo.

6: Mas antes disso, eles se assentaram por aquele vazio de luzes desordenadas e aguardaram pacientemente o resfriamento do mundo, para que assim, ele estivesse pronto, uma vez que ele estava inóspito, de forma que era quente e denso.

7: Eles então pegaram o mundo em sua vastidão e o repartiram em três; um ficou em cima, outro no meio e o outro embaixo, e eles não tinham ainda suas funções.

8: No mundo do meio, o primeiro a ser desenvolvido, a matéria foi ordenadamente dividida em regiões e estruturas, e assim se fizeram as primeiras estrelas, isso tudo à medida que o mundo tornava-se menos quente e menos denso.

9: E as estrelas morriam, nasciam, e o incrível e único desenho de luzes dos céus era feito em sua forma mais que perfeita.

10: E, porventura, o mundo já era apto para que o berço da vida surgisse, uma vez que as rochas e seus companheiros já pairavam sobre o mundo e já seguiam suas estrelas.

11: Assim, formou-se o berço único da vida, que foi chamado de Seniat, e todo o resto, chamaram de Senas; esse era o mundo do meio.

12: No Seniat, lugar onde hoje aqueles que leem a palavra dos Deuses bem assistem, era, naquela época, quente, inóspito e fumegante; ali, não havia ainda o devaneio da vida, muito menos a humana.

13: Mas então, começou-se a primeira era do Seniat, onde as rochas e vulcões começaram a se formar, e as porções de terra começaram a se criar aos poucos.

14: Nesta era, viu-se o primórdio da vida, onde pequenos seres de estruturas simples começaram a se formar sobre a terra, e o ar tornava-se mais digno e límpido para a vida.

15: Uma estrela então aproximou-se do Seniat, e fez-se a luz sobreposta à sua face; este era o Shir [sol].

16: E, ao desprender-se uma lasca do Seniat, fez-se a ele seu companheiro; o Kit [Lua]; e assim o dia e a noite eram agora residentes, em prontidão para agir.

17: E, enquanto isso, as jazidas, os vulcões, as rochas e as cavernas se formavam cada vez mais, e cada vez mais caía por terra a obfuscação do mundo.

18: Ao olharem para a vasta criação, os Deuses puseram-se a chorar de alegria e de felicidade por sua criação. Assim, originou-se a água, que caiu sobre o Seniat e formou uma chuva, que, por sua vez, formou os rios, os lagos, os oceanos e os mares.

19: E aquela chuva continuou caindo por milhões de anos, até que cessou.

20: Depois da chuva, quando começou-se a segunda era, as florestas e os modos mais complexos de vida tornaram-se a existir em suma.

21: Milhões de anos depois, viram-se sobre as porções de terra as florestas, a grama e os animais, que voavam, nadavam, andavam e rastejavam.

22: Nessa era, viram-se também a formação de montanhas e depressões sobre todo o mundo, e a porção de terra, que estava em sua maioria presa, foi se desprendendo em uma ordem taciturna.

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⏰ Última atualização: May 18 ⏰

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