Two - Do you have a crush?

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— Cuidado com o nariz dele. — Lucius grunhiu irritado para a mulher.

A maquiadora, que [Nome] achou que lembrava uma cobra que se transformou em humana, pois era tão magra e tinha uma barriguinha, parecia uma cobra que tinha engolido um rato. A mulher esfregou suavemente o pó de acabamento sobre o nariz do homem que tentava se manter sério. 

Devido a algumas questões de saúde, o dono de cabelos [escuros/claros] pedia para Lucius lembrar a qualquer maquiador que você sofria com rinite alérgica, então se não quisessem o escritor espirrando a todo momento, evitariam tal coisa.

Pelo menos foi apenas uma vez que isso aconteceu, quando uma mulher desavisada tinha enchido a área sensível com pó, o fazendo espirrar como louco durante a uma entrevista ao ponto que começou a chorar e ter que sair do palco.

— Se você for você mesmo, sairá muito bem, não se preocupe — O dono de longos fios brancos disse ao outro, conseguindo sua atenção.

— Eu sempre me saio bem — afirmou com um sorriso suave e em resposta ganhou um selar na testa.

— Quer comer alguma coisa antes de pisar naquele palco? Deve saber que não vai poder sair até que finalmente acabe tudo.

— Porra, não se atreva a dizer isso, Lucius — ele falou choroso já se arrependendo de ter aceitado a proposta dessa entrevista — Eu fico com fome fácil pra cara-

— Ou! —  O homem lhe interrompeu — Um palavrão no ar e você está cancelado. Isso está entendido? 

— Mas… 

— Calado.

Como seu secretário ficou tão nervoso com alguns palavrões estava além de sua compreensão. E não era como se ele fosse usar essa palavra para descrever alguém como da última vez. Havia coisas muito mais ofensivas no mundo do que as pessoas bonitas praguejavam.

— Tudo bem — com um revirar de olhos [Nome] acenou positivamente soltando um bufo baixo. 

— Quando você se relaciona com o público, você o atrai mais — aconselhou seu secretário. — E você se identifica muito com eles. Você tem que lembrá-los disso.

— Mas não muito… — adicionou mordendo o lábio inferior, logo sentindo um dedão em seu rosto, fazendo você parar de se morder.

— Não se machuque. Deixarei você sozinho agora.

Após tal fala ele se virou irritado gritando para que todos saíssem e te deixassem sozinho, sendo logo atendido, pouco a pouco cada um sai te deixando só.

[Nome] se levantou e verificou o caimento do terno, os dedos fixando as abotoaduras. Ele pega a pulseira dourada na mesa de maquiagem e a coloca sobre o pulso. Lucius não tinha deixado usar muitas jóias pois poderia estragar o look totalmente, uma pulseira ou um colar no lugar errado o deixaria totalmente horrendo.

Ele suspira olhando para a pulseira dourada, foi um presente de um dos fãs. Era algo obviamente falso de um camelô, mas o homem guarda todos os presentes com carinho, usando cada um quando tem oportunidade.

“ Isso servirá ” [Nome] se olha no espelho e passa a mão no peito para verificar se há rugas. Ele pega seu telefone e o desbloqueia, vendo que ele contém duas notificações, uma do Instagram e outra de um dos aplicativos de leitura. Uma risada deixou seus lábios e colocou-o no bolso, depois de longos minutos saiu do camarim e vai para os bastidores. Os assistentes prendem o microfone em seu blazer enquanto ele olha para a multidão sentada à sua frente.

O escritor respira, assegurando-se de que esta será a primeira e última entrevista que fará. “Seja você mesmo” ele lembrou do conselho do homem e não que isso o tenha ajudado de alguma forma. Ao ouvir seu nome, as cortinas se abrem para os lados e ele não tem outra escolha a não ser entrar no centro das atenções, tentando sorrir e acenar para as câmeras.

— Sr. Morelli, bem-vindo — diz o anfitrião, curvando-se para você brevemente, um ato de respeito que indicava que provavelmente o homem era japonês.

— Obrigado por me convidar — responde o escritor enquanto se senta no sofá de coloração laranja no lado oposto.

— Estamos felizes por poder ter o tão famoso escritor conosco hoje. É um prazer enorme ter você no programa, Morelli. E com certeza não foi fácil nos colocar dentro do seu cronograma, conversamos com seu agente e secretário… Lucius, correto? — questionou vendo você acenar positivamente — cronograma —  parecia que havia muita competição acirrada pelo seu tempo.

— Bem, o que eu posso dizer? Vocês não são os únicos tentando ganhar algum dinheiro comigo — [Nome] falou com um sorrindo simpático e não pode negar de sentir um olhar fulminante sobre sua pessoa, provavelmente seu adorável secretário.

Seus olhos se foram para o crachá que o outro usava, “August” riu. Esse humor mordaz foi parte de como você cresceu em primeiro lugar, algo que sem perceber passou para os personagens. 

— Haha, tem aquele atrevimento característico. Bem, sr. Morelli, como todos sabemos, seus livros estão se tornando cada vez mais populares atualmente. Gostaríamos apenas de perguntar: como tudo começou? Por onde você começou?

— Na escola, quando era um adolescente.

O entrevistador acena com a cabeça — Você já cogitou a ideia de se tornar um ator profissional?

Você sabia o que a pergunta significava, logo estariam indo para o assunto a qual envolvia o live action de seus livros.

— Não, na verdade não. Sempre tive uma facilidade na atuação, mas nunca imaginei em tornar uma carreira real.

— Ah — ele responde e o escritor percebe que o homem quer que mais informações então decidiu dar. — Bem, você quer saber algo sobre os live action?

O senhor praticamente surtou, acenou positivamente pegando um papelzinho e lendo as perguntas.

— Bem — ele começou, voltando o olhar a você — O cast de alguns filmes seus foram lançados, então a primeira pergunta, você escolheu a dedo os atores?

— Sim — Rapidamente concordou dando um sorriso suave, esfregando as mãos suavemente — Eu escolhi a dedo os atores, tentando achar os mais próximos a meus personagens e quase surtei quando vi que a maioria aceitou os pedidos. 

— Dos atores que foram escolhidos, tem algum crush?

A plateia foi tomada por risos inesperados quando as bochechas de [Nome] começaram a adquirir um tom rosado, revelando seu constrangimento diante da situação. O murmúrio se espalhou entre os presentes, que começaram a questionar uns aos outros sobre a identidade da pessoa cujas bochechas coravam de forma tão evidente. 

O semblante avermelhado do escritor contrastava com a atmosfera de descontração do ambiente, gerando um momento de cumplicidade entre os espectadores diante da desconcertante expressão facial. O entrevistador acena com a cabeça, insinuando que poderia dizer mais. Ele suspira.

— Nanami Kento — ele fala em um tom baixo, fazendo todos se calarem para o ouvir. Ele sente levemente seus lábios formando um sorriso — e Suguru Geto.

Páginas em branco - Male reader.Onde histórias criam vida. Descubra agora