capítulo 23

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   °visao de lance°

   - O QUE VOCÊ PENSA QUE TÁ FAZENDO? SEU FILHO DA PUTA!. - corri em direção de Lotor e o soquei na cabeça.

   Ele iria devolver o soco quando Hunk entrou na frente, Lotor correu para longe. Alguns caras do colégio foram atrás dele.

   Quando me dei por conta do porque estava ali, olhei para Keith desacordado, sangrando. Aquilo fez meu sangue ferver de raiva. Peguei Keith no colo enquanto corria para a ambulância que havia chegado.

   Fui com ele até o Hospital, eu segurava sua mão com força, meu olhos lágrimavam por ver meu namorado daquele jeito. Senti sua mão apertar a minha pouco, ele estava com os olhos entre abertos, não demorou para fechar novamente.

   Não demoramos para chegar no hospital, ele não me deixaram entrar junto com ele, disseram que eu deveria me acalmar e aguardar. Liguei para Shiro, em menos de 10 minutos ele já estava lá.

   - O que diabos aconteceu McClain!?. - ele falava alto, nervoso.

   - Me desculpe Shiro, eu não sei... - deitei minha cabeça entre seu pescoço e o ombro, ele me abraçou, vendo a adrenalina que estava em meu corpo, as marcas de socos nas mãos.

   Em meia hora mais ou menos, chamaram pelo nome de Keith Kogane, disseram que apenas uma pessoa podia entrar.

   - Vai você Shiro. - eu olhei para ele. - eu preciso esfriar a cabeça.

   Ele me deu um abraço e andou rápido para o quarto onde Keith estava. Depois de um longo período de tempo, se bobear  1 hora, Shiro saiu de lá e disse que eu deveria entrar.

   Hesitei em girar aquela maçaneta, com medo de ver o estado de Keith e me levar a raiva de novo. Quando abri ele estava deitado, com um sorriso fraco.

   Cortes em seu rosto, hematomas em grande parte de seu abdômen, rosto e mãos, uma faixa escondia a maior parte de seu abdômen. Cheguei mais perto e ele começou a lagrimar.

   - Keith, eu... Me desculpa por não ter conseguido chegar mais rápido. - eu implorava por perdão, uma angústia crescia dentro do meu peito.

   - Lance... Não peça desculpas. - sua voz em quase um sussurro, estava fraca.

   Quando o abracei sentir minha camisa molhar  um pouco. Eram as lágrimas de Keith, ele só queria botar tudo pra fora, era como se estivesse preso em sua garganta. Ele queria falar algo, mas sua lágrimas não deixavam, e eu não iria perguntar até ele se acalmar.

   Depois de minutos, ele se acalmou mais para falar.

   - Lance, eu... Eu queria te contar, eu juro, soque eu não conseguia, é algo que eu escondo de todo mundo. - ele falava em um sussurro.

   - Calma meu amor, pode contar devagar. - eu o confortei.

   °visao de keith°

   Isso tudo era uma merda... Demorei muito para tentar falar com Lance sobre isso.

   - Lotor implicava comigo desde cedo, ele sempre foi idiota e não é novidade. - suspirei, não conseguia olhar para o rosto de Lance. - No sexto ano... Ele descobriu que eu era gay, minha vida passou a ser um maldito inferno. - ele nunca tinha chegado a tal agressão física.

   - Um dia, estávamos no banheiro, eu, Lotor e James. James segurava a porta enquanto Lotor fazia o de sempre, porém ele começou a me beijar a força, me segurar pelos pulsos. - minha garganta ardia ao contar isso. - Ele perdeu a paciência e me jogou contra a pia, eu bati meu rosto nela, quando ele viu sangue vindo dele. Correu junto com James, e assim surgiu essa cicatriz no meu rosto.

   Eu olhei para Lance, seus olhos pareciam perdidos naquele quarto de hospital, eu agarrava sua jaqueta com força e suas mãos passeavam em minha costas.

   Lance não falava nada, porém aquele silêncio era confortante, ele fazia carinho em meus negros e longos fios de cabelo, dava selinhos no topo de minha cabeça.

   - Eu te ajudar Keith Kogane, não se preocupe... Eu sempre estarei aqui. - ele sussurrava. - Eu te amo muito.

   - Eu também te amo Lancey... - eu deitei
minha cabeça lentamente no travesseiro.

   °visao de lance°

   Eu iria passar a noite com ele, liguei para Verônica avisando e disse para avisar a mamãe também.

   Keith parecia tão calmo dormindo, estava com  os olhos inchados de tanto lagrimar, suas mãos inchadas por conta dos socos. Olhei para as minhas também, levemente marcadas.

   Me deitei no sofá pequeno que tinha ao lado da cama onde ele estava, fiquei olhando pro teto até dormir.
  

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