A desilusão do mundo, abraçou seu corpo e dominou seu coração, até o brilho sereno de seus olhos somarem sua alma.
Dizer que Madara estava irritado era eufemismo, ele estava possesso conforme caminhava em direção ao riacho que geralmente usava para se encontrar com Hashirama.
Estava cansado do treino, irritado pelos gritos das pessoas do seu clã, furioso com a perturbação do Senju em seu ouvido constantemente, ele precisava de um pouco de paz, nem mesmo seu pequeno irmão conseguiu acalmar a fúria que era Madara Uchiha naquele momento, por onde ele passava, as pessoas se afastavam, sejam do seu clã ou até mesmo ninjas Senju, as iris do mais novo vermelhas brilhavam o perigo eminente, ninguém ousaria arriscar chegar perto do garoto.
Foram longos minutos de caminhada, que para Madara seguiram como horas até chegar no riacho, um suspiro leve saiu de seus lábios quando ouviu o correr da água e os cantos dos pássaros, seu corpo antes tenso, começou a relaxar, os olhos voltando a escuridão que eram, pretos como a noite, eram fechados conforme ele se sentava para meditar em sua paz, se acalmando e voltando com sua sanidade.
— Por que tanta intensidade? — Sua mente se perguntava, enquanto seus parafusos voltavam a se encaixar, era tão temperamental, tão irritadiço, era quase insano, e sequer poderia impedir, mas não tinha tempo para pensar nisso.
Quando finalizou sua meditação, estava mais calmo e coerente, o jovem prendeu seu cabelo para trás enquanto olhava em volta, percebendo que em todos esses anos, nunca seguiu até o fim do riacho, Por que não agora?
Ele pensou, e seus pés automaticamente começaram a se mover, de forma calma ele olhava a pequena floresta e os montes, a água correndo tão serena pelo córrego, e ele a seguiu, no mesmo ritmo, o azul cristalino e os peixes dançando, eram encantadores para Madara, mas... Por que a água está vermelha?
Madara olhou, seu Sharingan ativando enquanto ele tirava a Kunai do bolso, não sabia se era amigo ou inimigo, mas sabia que estava ferido, o sangue misturado com a água era recente, o cheiro não era podre, era fresco.
Ele continuou a andar, até que encontrou, caída na beira do rio, coberta por vestes brancas — agora banhadas pelo sangue vermelho — Os cabelos brancos e compridos, com enormes cachos e a pele morena, segurando a barriga sem qualquer força os olhos sem cor e sem vida fechando lentamente.
Madara estava paralisado, vendo a figura quase divina caída praticamente morta no chão, ele não viu nenhuma bandana ou indicação que ela fazia parte de um clã, e então, confiando apenas nos instintos, Madara pegou o corpo da garota, com todo cuidado que tinha e correu, o mais rápido que conseguiu em direção a sua pequena família, entrando com tudo dentro do complexo do clã, os membros mais velhos prontos para gritar com ele, quando viram o corpo em seus braços.
— Madara o que significa isso? — Um dos anciões perguntou, enquanto o garoto recuperava o fôlego.
— Eu achei ela caída, sangrando, não tinha bandana ou marca de clã... Eu não sei o que aconteceu, mas eu senti que precisava trazer ela, por favor salvem ela. — O rapaz, arrogante e orgulhos pediu, enquanto os outros membros o olhavam em choque, mas antes que pudessem falar, o médico chegou, pegando a garota e levando para sua sala, Madara tentou ir atrás, mas foi impedido pelos outros que pediram explicações mais detalhadas, irritado e sem paciência, ele apenas bufou, enquanto perdia seu tempo com aqueles velhos.
E ao cair da noite, tudo ficou em silêncio, enquanto o corpo da garota era deixado em um quarto calmo e sereno, até que acordasse no outro dia.
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Herredomme - Madara Uchiha
FanfictionAos olhos de todos, a guerra e a retaliação sempre seriam bem vindas. Nada pararia aquela chacina. Mas ao olhar o mar, o reflexo de seus olhos mudaram sua alma, seu corpo e sua vida se renderam a apenas aquilo, você seria o meu bem divino.