Word with friends ( adaptação CAMREN )

10 - Pães

    Eu tive uma noite de merda depois que fui para a cama. Por mais que eu tentasse, não conseguia tirar da cabeça o rosto magoado da Ally. Eu não deveria ter gritado com ela daquele jeito, por que eu fui ficar na defensiva com o meu conhecimento sobre Edward? Não é como se eu tivesse perseguido ele ou algo do tipo. Bom, não exatamente, a menos que você conte o lance do Words with Friends. Sua história era pública. Estava ali na internet para todo o mundo ver. Ele falou sobre crescer em entrevistas e coisas assim. Eu não fui tão babaca assim, fui?

    Suspirei e peguei meu outro travesseiro. O sol entrava no meu quarto e eu não consigo dormir depois que clareia lá fora. Eu provavelmente sou parte vampiro. Isso explicaria muita coisa, na verdade. Encontrei o outro travesseiro e puxei pra mim.

    — Ai! - Que porra foi essa? Ai meu Deus, tem alguém na minha cama. Quem estava na minha cama? Por favor, não seja Matthew. Espera, eu não tinha bebido ontem de noite. Não tem como ser ele. Abri cautelosamente um olho e vi uma cabeleira toda bagunçada.

    Sentei-me e dei um enorme suspiro de alívio quando vi que o corpo ao lado do meu era o de uma mulher.

    Balançando a cabeça, concentrei-me na garota deitada na minha cama. Ela deve ter chegado há pouco tempo, porque eu a teria visto durante um dos meus muitos despertares.

    —Você só vai ficar olhando para mim? - Ela perguntou, finalmente abrindo os olhos e fixando seu olhar caramelo em mim. Qual a melhor forma de responder a isso?

    — Hum, essa é a única coisa que eu quero fazer com você enquanto você tá na minha cama, foi mal. Se você estiver querendo algo a mais, vá rastejar na cama da Dinah. Talvez ela tope alguma coisa com você. Allyson olhou para mim como se eu fosse maluca, o que eu admito que pode ser verdade.

    — Eu não vim aqui para seduzir você!

    — Graças a Deus. Não é como se você fizesse meu tipo ou algo assim... Por que você está aqui então? - Perguntei e ela se sentou e jogou os braços em volta de mim. Talvez ela estivesse mentindo sobre a parte da sedução.

    — Eu sinto muito! Eu não queria dizer aquilo ontem à noite. Eu só fiquei com raiva e disse aquilo, não posso voltar atrás e eu, de verdade, espero que você não me odeie porque você é minha melhor amiga e eu te amo. Eu sou uma filha da puta e nunca faria nada para te machucar, você sabe disso, né? - Como ela disse tudo isso de uma vez só sem pausa para respirar está além da minha compreensão. Sério, nem mesmo a minha especialização em português conseguia entender. Balancei a cabeça novamente e tentei me concentrar no que era importante, que era Ally se desculpando.

    — Está tudo bem. O que você disse parcialmente verdade, eu acho.  - Ela balançou a cabeça veementemente, mas eu levantei a mão. — Eu não tenho tentado. Você tem razão. Depois do Austin...

    — Austin era um chupador de pau mentiroso e eu ainda vou dirigir até Copa cabana e chutar a bunda dele um dia desses, quando ele menos esperar. - Ela sibilou, com o rosto em uma careta cômica. Eu ri e baguncei seu cabelo já bagunçado.

    — Isso não é necessário. Ele está recebendo sua punição na forma de uma sentença de prisão perpétua, casando com uma garota que ele não ama. Estou melhor sem ele.

    — É claro que você está! Você não precisa daquele traseiro estúpido. Você pode fazer muito melhor, Mila. E você vai, quando estiver pronta.

    Ally estava muito diferente de ontem. Eu quase não consigo dizer se é realmente ela. Por um momento eu me lembrei de Jauregui e meus dedos coçaram para pegar meu telefone. Agora não, Camila!

    — Já se passaram seis meses. Estou mais perto de estar pronta. Só não estou pronta, se é que isso faz algum sentido. - Disse confusa com minhas próprias palavras e Allyson deu uma risadinha.