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Malfoy chegou em casa e subiu os degraus ficando os pés, visivelmente irritado, ele sequer viu Luna sentada no sofá e assim que seu irmão sumiu no andar de cima, ela seguiu atrás dele. Quando empurrou a porta, a garota viu seu irmão remexendo inúmeros papéis e sem entender, ela se aproximou ainda sem ser notada pelo irmão.

— Está louco? – perguntou por fim, e Draco saltou, xingando-a pelo susto.

— O que faz aqui? – Luna riu.

— Eu moro aqui, esqueceu? – Ela debochou e viu o irmão revirar os olhos antes de se jogar na cadeira da escrivaninha. Luna se aproximou, colocando os braços ao redor de seu pescoço e sentando sobre suas pernas. — Ainda é o problema com o garoto? – Draco concordou — Eu já te disse pra bloquear ele.

— E eu fiz.

— Então por que está assim? Segue a vida e ignora tudo, ele vai se tocar e arrumar algo melhor pra fazer do que ficar provocando um professor.

— Reconfortante. – o mais velho debochou.

— Eu sei. – ela ironizou — Mas não podemos deixar de mencionar que apesar de louco, ele tem bom gosto, então nesse quesito aí, não devemos culpar ele.

— Tem uma criança dando em cima de mim e você faz piada?! – Luna saiu do colo do irmão e voltou a rir.

— Não são crianças, Draco, seja menos dramático. Qual a média de idades naquela escola?! No mínimo, eles tem uns dezesseis, dezoito anos, e considerando que sua irmã tem a mesma idade, não somos crianças. – a loira voltou a dizer e cruzou os braços acima do peito. — Além do mais, quando um não quer, dois não fazem.

— Odeio seu joguinhos de palavras.

— E eu odeio quando você me esconde as coisas. – disse incisiva — Você não está chateado somente pelas mensagens constantes, você demorou pra bloquear o garoto, está sem dormir, de mau humor e isso é prova suficiente de que tem algo nele que está intrigando você. – Draco ficou em silêncio. Ele sabia que sua irmã sempre percebia coisas demais e fazia ele se sentir idiota por agir de tal forma. Nunca houvera segredos entre os dois, exceto, a parte em que Draco recebeu fotos indecentes e que obviamente não iria contar. Luna continuava em silêncio, esperando talvez, que ele continuasse a falar e bufando, ele levantou da cadeira e foi até a janela do quarto, ficando de costas para a irmã.

— Eu não consigo explicar muita coisa, mas eu também não entendo como eu posso estar interessado em saber quem é esse cara.

— Você ta pensando em ceder às mensagens?

— Não sei, Lunny! Mas ao mesmo tempo em que odeio as mensagens anônimas, eu fico pensando no que eu faria se eu soubesse quem ele é. – Draco continuou falando enquanto sua irmã esperava pacientemente ele terminar. — Parece errado, são adolescentes, e eu já sou maior de idade.

— Nem vem tentar jogar esse papo de pedofilia, que você é velho demais e e blá blá blá. – Draco mordeu o lábio inferior enquanto a irmã revirava os olhos. — Desde que as duas partes se gostem, idade é apenas um número. Preste atenção, eu não me importo de você sair com um garoto da minha idade, de verdade, a única coisa que eu não quero, é você se torturando pelos cantos como se fosse o pior ser humano da terra e tivesse cometido um crime.

— Mas, Luna...

— Draco, é sério, antes de pensar em qualquer coisa, pergunte a si mesmo o porquê de você ainda estar pensando nesse tal anônimo, e se descobrisse quem é ele, o que você faria. – Draco continuou em silêncio. — É claro que as possibilidades te assustam, mas se ele já tiver dezoito, isso não é mais um problema, e vamos supor que ele ainda tenha dezessete, sei lá, você é responsável, é só ir conversar com os pais dele e problema resolvido.

— Você está se ouvindo? Luna, você já está criando toda uma história. – ela riu. — E eu não estou pensando em futuro, em namorar ou qualquer outra coisa que esteja passando nessa sua cabeça fantasiosa. – a garota riu em deboche. — Eu só estou achando ridículo o garoto fazer tanto mistério.

— E eu estou achando ridículo você tentar me enganar desse jeito. – Draco bufou. — Ele não dá pistas?

— Não exatamente. – mais uma vez Draco pensou nas fotos que o tal estranho tinha lhe mandado, era óbvio que ele não fazia questão de esconder quem era, embora não mostrasse o rosto ou mencionasse a qual turma pertencia. Mas as indiretas que ele dava, o jeito de insinuar que se Draco prestasse um pouco mais de atenção, saberia de quem se tratava.

Mas como ele iria descobrir?

E a pior parte era não poder mencionar aquilo com sua irmã porque era óbvio que ele ouviria piadinhas e isso deixaria mais evidente que Draco queria sim, saber quem era o anônimo que estava lhe importunando.

Mas agora era tarde, ele havia bloqueado o garoto e aquilo tornava difícil a sua busca.

— Mas se eu não tivesse bloqueado ele, poderia dar um jeito.. – ele voltou a dizer e Luna gargalhou. — O que foi?

— Você é um idiota, Draco. – a garota voltou a rir. — Não seria mais fácil admitir que você quer saber quem é o garoto e que no mínimo, quer beijá-lo?! – o loiro ficou em silêncio. — Pega o celular, desbloqueia o moleque e pergunte seu nome.

— Até parece que ele vai me dizer. 

— Talvez não de imediato, mas vocês podem sair. – Draco arregalou os olhos — Deixa de cu doce e vai logo falar com ele. – Luna então caminhou até a porta e virou-se pra olhar o irmão outra vez. — Depois me diga quem é. – a loira soprou um beijo no ar e fechou a porta enquanto Draco ficava com mil pensamentos lhe rondando.



S.O.S - HOT MESSAGES - 𝙳𝚛𝚊𝚛𝚛𝚢Onde histórias criam vida. Descubra agora