Preguiça, omelete e festas na segunda.

29 4 3
                                    

CHARLIE

Acordei na manhã seguinte com o relógio vibrando em meu pulso. Abri os olhos com dificuldade e levantei sem pensar muito, me arrastando para fora do quarto.

Nathan já estava de pé, e como sempre, estava acordado e jogando no celular, debruçado sobre a mesa.

Ele dizia que jogar antes da aula deixava seu cérebro ativo.

— Vai nadar hoje? — ele perguntou sem tirar os olhos do celular.

— Não — resmunguei, me sentando com ele — os testes vão ser de tarde, o treinador não deixa a gente nem ficar perto, quem dirá usando a piscina. Só me resta malhar.

Nathan riu e soltou o celular, ainda usando seu pijama xadrez.

— Não podem assistir aos testes?

— Não, você pode?

Nathan riu.

— Ninguém quer se inscrever no clube de robótica, então quando algum maluco aparece, não precisa passar por nenhum teste.

Ri, jogando o cabelo escorrido por minha testa para trás.

— Não tem uma procura grande para natação também, mas sabe, se o cara não souber nadar não tem como entrar.

— Justo — ele assentiu.

— Vou pro banho — bocejei, quase caindo da cadeira ao levantar muito rápido.

Porra de queda de pressão.

Tateei minhas coisas até achar a bolsinha com meu shampoo, creme e sabonete, e joguei uma toalha por cima do ombro antes de ir para o banheiro.

A água gelada no rosto me acordou rapidinho e logo eu estava em meu estado natural.

Fiquei uns quinze minutos na frente do espelho tentando arrumar meu cabelo, mas hoje ele estava meio rebelde.

Segui o conselho de Kate e deixei ele crescer um pouco, e ter uma franja tocando minha testa se eu me movimentasse muito era novidade, mas eu havia gostado do resultado, então manteria daquele jeito. Porém, eu estava acostumado com a parte de trás e laterais quase raspadas, e a parte de cima curta o suficiente para não necessitar de muito trabalho para ajeitar, então não sabia lidar com aquilo, o que resultava em dias que ele estava bem decente e dias que parecia estar brigando comigo.

— Ta gostoso, agora vamos logo que eu to com fome — Nathan deu um tapa nas minhas costas.

Bufei e penteei mais uma vez para trás, passando um pouco de água e torcendo para ele se manter daquele jeito.

Nathan estava na porta com as sobrancelhas erguidas, me julgando pela demora, mas não liguei, apenas peguei minha mochila com tudo que precisaria para o dia e saí com ele.

Para o azar de Nathan, fui cumprimentando todos que ainda não havia visto no caminho, o que fez seu encontro com a comida ser um pouco retardado, mas chegamos no refeitório com tempo de sobra até a primeira aula.

Ele pegou bacon, ovos, pão e basicamente tudo que encontrou no caminho, e eu fui na boa e velha omelete de claras de ovos, recheada com frango.

Apesar do meu tamanho, eu sempre passava mal se comia demais pela manhã, então minha refeição mais reforçada do dia sempre era o almoço.

— Qual sua primeira aula? — perguntei ao me sentar ao lado do nerd que devorava seu bacon.

— Cálculo alguma coisa — ele disse com a boca cheia e ergueu as sobrancelhas pra mim, repetindo a pergunta.

Mergulhando de Cabeça Onde histórias criam vida. Descubra agora