cap 23 encontro

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Sn

Estava com a cabeça nas nuvens pensando e repensando em tudo. Até quê sou tirada dos meus pensamentos com uma ligação de um número desconhecido.

(Ligação on)

- Alô?

- Olá doutora!

- Quê!? Andrew!

- O próprio.

- Como conseguiu meu número?

- Peguei na secretaria da escola.

- Ah, mas é claro.

- Desculpe ligar assim de repente, mas é que queria te dizer que gostei da sua companhia hoje.

- Sem problema, também gostei do passeio.

- Talvez eu esteja me precipitando, mas quero te ver novamente. A doutora está disponível amanhã às 8?

- Pensarei no seu caso senhor Rodríguez.

- Aguardo sua resposta, tchau doutora.

- Tchau Rodríguez.

( Ligação off)

Deixo o telefone sobre a mesa.

- Quem é "Rodríguez", mãe?

Maitê me dá um susto aparecendo atrás de mim como um fantasma.

- Você não estava dormindo?

- Acordei e escutei o barulho aqui e vim ver.... - ela parou e pensou um pouco. - MAMÃE A SENHORA ESTAVA FALANDO COM MEU PROFESSOR!?

- Sim, ele me ligou.

- Hm, vocês estão namorando?

- Não filha!

- Sei. - diz rindo.

- Vamos dormir está tarde.

...

No outro dia decido ir ao encontro com Andrew, pergunto a minha vizinha, Emma, se ela pode cuidar de Maitê e ela logo aceitou, pois gosta muita dela e é uma pessoa de confiança. Maitê também adora ir para lá por causa da sua filha.

A noite chegou, mandei mensagem para Andrew confirmando que iria, ele me passou o endereço do restaurante que fez reserva e se ofereceu a vim me buscar em casa, mas achei melhor ir de Uber.

Começo a me arrumar, como a noite está quente escolho um short de alfaiataria, uma regata branca e um blazer preto por cima. Para dar um toque especial no look coloco cinto, brincos e colar discretos e delicados. Fiz uma maquiagem simples e o cabelo solto com ondas.

Desci para o holl do prédio e chamei o taxi.

...

Chego no restaurante em poucos minutos, ao entrar avisto Andrew em uma das mesas.

- Boa noite, a senhorita tem reserva? - perguntou o garçom.

- Vim acompanhar um amigo.

O restaurante escolhido por ele é um lugar calmo e discreto.

Vou em direção a Andrew que está com um sorriso de orelha a orelha.

- Boa noite, doutora Davis.

Andrew se levanta da cadeira e me ajuda a tirar o blazer e me sentar.

- Boa noite, senhor Rodríguez. Sempre cavalheiro!

- E você sempre me encantando com sua beleza.

Brega, mas fofo.

...

A conversa fluiu toda a noite, como se fossemos íntimos. Apesar de não nós conhecemos a muito tempo temos essa facilidade de comunicação incrível.

Andrew não é igual os outros homens que já conheci, vejo que ele é uma pessoa culta, mas não me convence tão fácil assim. Estou a todo momento o testando, observando suas respostas e postura.

Talvez eu seja muito paranóica, mas o bom é que nunca estou errada com minha paranóia/loucura.

- Andrew, tire minha curiosidade, me diz como você conseguiu um corte enorme no abdômen?

Durante a conversa decido perguntar isso e ver sua reação.

- Foi em um assalto, tentei reagir e acabei sendo esfaqueado.

- Nossa!

- Pelo menos teve uma coisa boa nisso.

- O que tem de bom em ser esfaqueado?

- Ter te conhecido.

Sorri bobo como resposta.

- Mas então, me conte mais sobre você, o que faz da vida além de ser professor e reagir a assaltos.

Ele riu.

- Bom... Agora que estou sendo professor substituto, minha rotina é bem corrida e é basicamente treino, escola, casa. Moro sozinho. Não sou muito de sair, saio apenas quando preciso ou tenho uma companhia muito boa. E a doutora?

- Até gosto de sair para passear, distrair, mas não tenho muito tempo pra isso. O trabalho no hospital me deixa sobrecarregada, mas não desejo sair. Estudei muito tempo para conseguir isso era tudo o que eu queria e hoje estou onde quero estar.

Enquanto eu falava ele me encarava e sorria chegando até me dá um pouco de vergonha.

...

Já estamos do lado de fora do restaurante nós despedindo.

- Entra, vou te levar pra casa. - disse Andrew abrindo a porta do carro.

- Não precisa eu vou chamar um Uber.

- Nada disso! Entra, já está tarde e é perigoso.

- Não precisa Andrew!

- Precisa sim!

- Está bem!

Entrei no carro e depois Andrew também entrou, dou o endereço do apartamento e seguimos viagem.

Não demorou muito para chegarmos, ele estacionou de frente ao prédio e saiu do carro dando a volta para abrir a porta.

- Sabe que não precisava, né?

- Precisava sim!

Rimos.

- É... Tenho que buscar Maitê, então tchau Andrew!

Ele se aproximou e beijou minha testa do mesmo jeito que Loki fazia.

- Tchau Sn!

Dito isso voltou para seu carro e saiu.

Entrei no prédio e subi para o apartamento. Peguei Maitê na casa de Emma e a coloquei para dormir.

Fui para meu lugar onde costumo desabafar meus sentimentos em lágrimas, a varanda, a noite foi boa conversar com alguém diferente, me distrair era o que eu estava precisando.

Apesar da noite ter sigo ótima, ainda sinto que me falta algo, sinto saudade, saudade daquele toque, da companhia, do cheiro, dele.

Que droga!

Estou tentando esconder esse sentimento de mim mesma, mas parece ser em vão.




Continua...
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Quem é vivo sempre aparece 🤭🤗



𝐏𝐚𝐬𝐬𝐢𝐨𝐧 𝐀𝐧𝐝 𝐂𝐫𝐢𝐦𝐞 - 𝐋𝐨𝐤𝐢 𝐋𝐚𝐮𝐟𝐞𝐲𝐬𝐨𝐧Onde histórias criam vida. Descubra agora