A garota de fases.

Perdoar sim, voltar não!

Sai do festival e entrei no primeiro táxi que vi na frente. Pensando em tudo que eu já tinha vívido, pensando nas minhas desilusões amorosas, pensando nas minhas tentativas de ser feliz, e segurando o choro.
Cheguei em casa, entrei pela janela e cai na cama em prantos, chorando feito uma criancinha. Chorando por mais uma vez confiar demais em alguém e acabar me fodendo depois. Só queria chorar até adormecer, e foi o que aconteceu!
Meu celular tocava incessantemente, ainda de olhos fechados passei a mão em volta e achei o celular. Eram 10:30 da manhã, quando abri os olhos vi na tela "Victor". Eu esperava uma mensagem, mas uma ligação não.
Após uns 20 segundos na indecisão resolvi atender, e logo ele soltou:
-Bom dia! Oi, pequena, tudo bem? Eu sei que você não quer falar comigo, mas tem que me escutar! O que aconteceu ontem me fez ver o quanto eu errei contigo, e mostrou o que eu sinto por você, baby. Te peço desculpas e espero que você tome a decisão certa sobre nós. Ontem você me disse que não queria mais nada comigo e que era pra eu sumir. Eu disse que te amava e vc virou as costas. Bem, eu tentei. A vida é sua, faz dela o que você quiser, e quando você decidir o que fazer, eu vou estar aqui te esperando, esperando que você me diga que vai voltar pra mim, mas só se eu provar que mudei. Eu vou mudar, acredite. Fica bem, te amo baby! -E desligou, sem ao menos esperar que eu dissesse um "a".
Chorei. CHOREI MUITO! Essas palavras estão rodando na minha cabeça, preciso saber o que fazer, mas agora eu só quero chorar e dormir...
Acordei novamente com alguém batendo na minha porta. Olhei o celular e eram 13:30 da tarde. Levantei(ainda com a roupa da madrugada passada), deu um grito de "só um minuto" e corri para por um pijama antes que desconfiassem de algo. Achei estranho não dizerem nada, apenas bater, então fui abrir a porta e quando abri lá estava a Tina, me olhando com cara de santa puta. Revirei os olhos e fui fechar a porta novamente quando ela resolveu dizer "Espera, só vim pedir desculpas e pegar umas coisas minhas que deixei aqui". Então, eu resolvi mandar ela entrar.
-Desculpa amiga, eu não queria fazer aquilo, mas foi impulso, foi coisa de momento, aconteceu -Disse ela forçando choro- eu juro que eu não queria de forma alguma! Me perdoe, vamos voltar ao normal!?
-Não queria e agiu por impulso? Ah, me poupe vai Cristina! Perdoar eu até perdôo, porque isso faz parte de mim, mas voltar a ser sua amiga como antes não da. Eu não quero mais viver perto de gente como você. Agora pode procurar suas coisas e se retirar -eu me contia pra não chorar- obrigada, por nada.
-Liz, por favor, eu amo você amiga! Volta a ser minha amiga, esquece isso, eu preciso de você comigo. Eu te amo muito! Não tem nada aqui, eu só falei aquilo pra poder entrar.
- Cristina, já que acabou seu teatrinho, tchau!
E ela saiu, eu bati a porta e chorei novamente, mas dessa vez foi por ver o quanto ela é fingida.
Resolvi mandar uma mensagem ao Victor. Abri o WhatsApp e tinha mil mensagens dos meu ex-amigos. Sai de todos os grupinhos em que estávamos juntos e ai que choveram mensagens deles, ignorei, claro!
Abri o chat com o Victor e mandei "Ei, você me fez chorar muito com aquela ligação. Eu vou te perdoar, mas infelizmente voltar a ser sua amiga colorida não vai rolar! Eu não quero viver com esse tipo de lembranças. Obrigada por tudo, fica bem!"
Eu nunca disse "eu te amo" a homem nenhum, porque acho que isso é algo para ser sentido, não dito!
Levantei e fui até a cozinha comer algo. Era sábado, estavam todos largados no sofá assistindo TV. Dei um beijo no meu pai e na minha mãe, dei um tapinha de leve na minha irmã e fui até a cozinha. Comecei a comer quando minha mãe veio até mim perguntar o que havia acontecido comigo, então eu disse que nada demais tinha acontecido, e ela poderia ficar tranquila. Até que ela ela me lembrou do festival, perguntando com quem eu iria hoje, se a Tina contou a ela que eu não estava falando com a galera, até que eu disse que ia sozinha e ela se espantou, dizendo que eu não ia conseguir. Ah, mãe! Eu sempre gostei de sair sozinha, conhecer novas pessoas...