Fala tu meu nobre, meu nome é Jeon Jungkook, a galera daqui onde eu moro costuma me chamar de Jeon, ta ligado? É menos dificultoso. Eu tenho 20 anos e uns quebrados, eu moro atualmente no Rio de Janeiro com a minha veia. Ah, o meu RJ! Meu lugar, de todos os lugares do mundo ou do Brasil não teria lugar melhor pra mim ter nascido. Eu tenho origem coreana, os pais da minha coroa saíram da Coreia do Norte e vieram pra cá. O meu bisavô era Sul- Coreano, a minha bisavô era Norte- Coreana, e a minha mãe nasceu no Brasil, então ela é brasileira. Meu sangue tem um pouco de tudo. Os meus bisavós não deixaram de passar da cultura deles pra minha mãe, ficha? Então aqui em casa o bagui é meio misturado.
Mas, acho que já sabem qual cultura ficou mais forte no meu sangue né? A cultura brasileira, sendo mais preciso, a cultura do meu "país" Rio de Janeiro.
Eu moro em uma favela aqui no RJ, num barraco pequeno só eu e minha velhinha. Trabalhava como motoboy, conheço esse Rio de Janeiro como a palma da minha mão. Principalmente esses bairros mais ricos, as tiazinha de lá é muito preguiçosa, sempre precisam que alguém vá entregar nem que seja um pacote de algodão pra elas. Não vou mentir, já passei por muita coisa na mão desses burguês aí, mas fazer oque né? É o capitalismo, nois que é trabalhador, precisa do dinheiro dos burguês pra sobreviver.
Mesmo trabalhando como motoboy, não foi suficiente bancar as coisa aqui de casa não, por mais que eu tenha sido criado certo, com a mente no lugar, eu fui pro lado mais fácil, me envolvi com coisa errada.
Coe, vai me julgar é? Essa é a realidade de 90% da galera daqui, nois não tem oportunidade igual os outros. Os que tentam trabalhar ou acabam apanhando por algum riquinho de 17 anos que não sabe ouvir um "não" , ou vai trabalhar de segunda a sábado, de 06:00 da manhã até as 18:00 da tarde pra receber uma merrequeca que nois nem sabe se vai dá conta de pagar o aluguel.
Esse é o caminho mais fácil pra nós, não o melhor, mas o mais fácil e rápido.
Eu fui começando de vagar, com o trabalho de motoboy levava uma coisa ali e aqui, de um bairro pro outro. O que eu fazia em nem um mês direito sendo motoboy, eu fiz o triplo do dinheiro com 1 um dia. Aquilo foi um baque de realidade pra mim. Se eu quisesse dar uma condição melhor pra minha mãe, e pra mim mesmo, eu não teria outra escolha.
Aos poucos eu fui entrando no negócio, comecei a ter uns contatos, comercializar os bagui. Até que um dia o negócio parou de ser só vender coisas ilícitas para drogados ou polícias corruptos. Começou a ser comercialização de armas, meu negócio tava crescendo e o meu bolso também. Aos poucos eu me tornei conhecido no morro, a galeria já conhecia meu nome, sabia que eu não era mais só um simples motoboy, eu era Jeon Jungkook.
Nessa vida eu também ganhei amigos, amigos que eu considero meus irmãos hoje. O Namjoon, meu braço direito, ele que me ajudou na comercialização de armas. O Yoongi e Hoseok. O Yoongi e o Hoseok namoram tem um tempo já, acho que uns 5 anos. Esses três viraram parte da minha família, sem eles aqui meu negócio não teria ido pra frente.
A minha vida não é ruim tá ligado? Eu não sou triste ou traumatizado com algo. Claro, não fico contente com oque eu faço, não queria que as coisas chegassem a esse ponto, mas é com isso daqui que consegui dá um sustento melhor pra minha mãe. Ela sabe de tudo, sabe que eu não sou um anjo. Ela não concorda, não acha certo e já escutei um bocado dela. Mas já não tinha mais volta, não tinha mais oque eu fazer, eu já tinha entrado e sair não era uma opção.
Já matei pessoas, matei não, mato. Não gosto de fazer isso, isso sempre volta a tona depois. Faço isso apenas com traidores ou quando sai caso de estrupo aqui no morro. Não perdôo isso não, de jeito nenhum. Quando roubam algo ou outras coisas que não considero tão grave ao ponto da morte, eu só mando os mano que trabalham pra mim dá uma coça no cidadão, ou quando é mulher mando as mina que trabalha na boca raspar o cabelo. Morte aqui é só em último caso.
Sou um mafioso piedoso, não acha?
[...]
-Jeon, a entrega das armas lá em São Paulo deu certo mano, acabei de receber a confirmação da galera de lá. -O Namjoon tinha acabado de entrar na sala da nossa "sede", como o Hoseok gosta de chamar.
-Isso é bom, já tava mó preocupado com esse bagui, se os cara parasse o caminhão, além de perder um ótimo negócio, ia ser muita mercadoria perdida.
-Sim irmão, mas tudo deu certo! -O Namjoon parecia aliviado também, a comercialização em São Paulo sempre é difícil por conta da correria que é dentro da cidade.
-Não é por nada não mas que tal nois comemorar? - O Hoseok diz animado com a ideia, mas nem eu nem os outros dois parecem gostar muito não. - Coe mano, a gente tem que se divertir um pouco! Já tem semanas que tamo pensando nesse bagui, vamo fazer um baile pra comemorar.
-Eu concordo Hoseok, nois tá precisando distrair um pouco mesmo. Eu apoio o baile, chamem o Jackson aqui, eu quero organizar isso direito. Eu quero que seja bem divulgado, mas também não pode ser algo muito grande, não 'tamo podemo chamar atenção. -Eu acho que poderia me divertir um pouco também né? Afinal, comandar um morro requer muito trabalho.
-Isso!- Ele comemora se sentindo vitorioso-Eu vou chamar o jack jajá chefinho. Tô sentindo que vai vir ótimas coisas desse baile.
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Paixão no Morro
Historical FictionO Dono de um Morro injustiçado pela triste realidade das periferias brasileiras se apaixona por um garoto loiro e rico que quer apenas aproveitar a vida longe das responsabilidades da faculdade de Medicina e aproveitar o Rio de Janeiro. Qual é a pos...