Elizabeth;Eu não costumava me considerar uma pessoa incrédula, mas me sinto relutante pelo que presenciei na festa da casa da Maddy. Lobisomens existem? O que aquele novato de fato é? Ele aparentava saber o que estava fazendo. Tudo isso só ajudou a aumentar a minha vontade de saciar todas as questões que me deixavam extremamente confusa. Eu precisava de respostas que talvez ele pudesse responder, considerando o medo em que sentia de descobrir algo do qual eu talvez não estivesse preparada. Me encarava incansavelmente pelo espelho do meu quarto enquanto a minha mente criava teorias.
— Eu acho que eu não preciso te convencer de que isso é uma péssima ideia. — afirmou Harry deitado em minha cama enquanto me observava em crise.
— Desde que tudo se passou, essa é a primeira vez em que sinto que estou no começo de algo pra conseguir responder todas as minhas perguntas. — rebati ao mesmo.
— Vocês se conheceram ontem no meio de uma floresta, Betty. Ele nem disse o nome dele sequer. Essa segue sendo uma péssima ideia. — disse ele relutante.
— Harry, ele parou um lobo gigante usando as próprias mãos. Isso antes dele me afirmar de que acidade acontecia coisas estranhas. Ele sabia o que estava fazendo e precisa me dizer o que está acontecendo.
— Eu não vou conseguir te fazer mudar de ideia, não é? — balancei a cabeça negativamente — Então o mínimo que eu posso fazer é te esperar do lado de fora com a minha arma de choque. — disse ele sacando a sua arma do bolso engatilhando a mesma na minha frente.
— Eu já te disse alguma vez de que a qualquer momento vamos ser presos por isso? Porque nós vamos.
— Estaremos seguros. Sei onde ele mora, eu dirijo. — rebateu ele.
Mesmo em duvida se iria ou não, entrei no carro junto ao Harry e dirigimos até a casa do novato loiro que parecia obter respostas que eu precisava. Eu não o conhecia e estava receosa do que poderia acontecer. Se passando alguns minutos, lá estava eu, diante de sua porta relutante em tocar a campainha. Enquanto isso Harry me esperava no carro. Quando finalmente toquei, ele abre a porta e antes que eu pudesse dissertar uma palavra, ele quebrou o silencio.
— Olha só, se não é a garota da casa melancólica. — exclamou ele.
— Me desculpa aparecer sem avisar, mas eu precisava muito entender o que aconteceu ontem durante a festa. — rebati.
— Não tem problema, fico feliz que tenha vindo. Entra, eu tava prestes a fazer algo pra beber.
Sem pensar muito, olhei para o Harry que ainda estava no carro me esperando e adentrei a sua casa o acompanhando. O lugar era gigante e havia uma escada que dava acesso ao andar de cima. Era tudo muito limpo e bem decorado. Ficava localizada um pouco longe da cidade, por isso o privilégio de poder ver as árvores através de suas janelas enormes de vidro.
De certa forma, fiquei supresa pelo pouco tempo que ele estava na cidade. Nos direcionamos a sua sala e logo me sentei observando o mesmo enquanto nos servia duas xícaras de chá.
— E então.. O que quer saber exatamente? — perguntou ele. — Acho que não fomos apresentados oficialmente, me chamo Christopher. Pode me chamar de Chris se preferir.
— Elizabeth, pode me chamar de Betty. — esbocei um sorriso forçado enquanto bebericava meu chá. — Pra ser sincera, eu não faço ideia do que eu presenciei ontem. Eu tinha tanta certeza de que possuía as perguntas certas, mas agora eu não sei mais o que pensar. — afirmei ao mesmo.
— O que você viu foi um lobisomem. Aparentemente você o conhecia, sabia o nome dele. Certo? — suspirou ele enquanto colocava sua xícara sob a mesa ali na frente. — Elizabeth, antes você precisa entender de que tudo que eu te contar, vai mudar a sua vida completamente. Tudo que você acredita, já ouviu falar sobre, vai ter uma perspectiva diferente da vida.
— Eu vim aqui com consciência disso. Estou pronta pra saber de tudo. E sim, eu o conheço. Tivemos um relacionamento há um tempo atrás, mas não fazia ideia de que isso pudesse ser real.
— Pode ser recente. O processo de transformação pode variar de pessoa pra pessoa. Mas pra isso, ele deve ter matado alguém no processo.
Ao mesmo tempo que queria, não conseguia digerir tão fácil o que estava acontecendo. Sentia que cada informação que conseguisse, ia me desestabilizar de alguma forma, mas precisava ser feito. Deposito minha xícara também na mesa que tinha ali e suspirei me levantando enquanto passava as mãos sobre a cabeça.
— Como eu já falei antes, tudo que eu te contar vai mudar completamente a sua realidade. — afirma novamente Christopher.
— Eu sei.. Não tenho mais como voltar atrás, eu presenciei o meu ex sair da forma de um lobo enorme prestes a nos atacar. E você agiu tão rápido, o que você é? — perguntei ainda relutante da resposta que estava prestes a ouvir.
— Eu sou um vampiro. Ainda assim me arrisquei por deduzir de que ele ainda é novo, não tem controle sobre isso e deve estar tão perdido quanto você, Elizabeth.
— Lobisomens, vampiros.. Parece ser um mundo diferente. Todo esse tempo, os boatos que sempre me contavam e eu não cogitava acreditar em nada. O mais estranho disso tudo, é que eu não to com medo. Preciso saber de mais.
— Isso explica o seu amigo lá fora com uma arma de choque. — sorriu ele.
— Ele estava preocupado comigo, não quis que viesse sozinha. Aliás, como sabe? — o questionei.
— Eu o ouvi fazendo movimentos bruscos, caso precisasse usar contra mim. Sabe, audição aguçada, força sobre-humana, velocidade e hipnose. São os pós de se ser um vampiro.
— E os contras? — o rebati com a pergunta.
— A fome insaciável de sangue. Não importa a quantidade de que tenha se alimentado de alguém, a gente sempre se convence de que precisa de mais. O controle quanto a isso, fica a critério de cada ser.
Ele tinha razão quando afirmou que eu teria uma visão nova sobre tudo que eu acreditava ser real. E no fim, nada era como eu pensava. Apesar de tudo, a maior parte das experiências sobrenaturais que tive acabaram de fazer sentido na minha cabeça. Aos poucos, as lacunas iam sendo preenchidas e eu não me importava do quão longe isso poderia chegar. Um filtro havia sido removido da minha mente, me fazendo cair em si do incidente que ocorreu comigo e com a minha irmã, com o fato deu poder realizar coisas que nenhum outro ser humano seria capaz. Eu também procurava saber o que eu era.
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A Suprema
Teen FictionVivendo em uma cidade pacata, Elizabeth não faz ideia dos poderes que possui, até que passa por um evento traumático que a fez perder a irmã mais nova.