Elizabeth;Desde a minha infância eu costumava acreditar de que recomeços era sempre uma nova oportunidade de se reinventar. Começar de novo carregando a ideia de novidades novas, diversos assuntos e até ciclos diferentes, mesmo que eu não tivesse muitos amigos. Mas a ideia começou a perder o sentido pra mim desde que tudo se tornou tudo muito involuntário e caótico na minha vida.
Já estava completando seis meses desde que tudo aconteceu. Foi tudo tão rápido que sinto como se não tivesse tempo de reagir. Ainda carrego ás memórias daquela noite em minha mente, como se fosse um lembrete constante de tudo que eu perdi.Assim como mais uma manhã, levanto tentando manter esperança de que conseguiria terminar o dia sem me afundar na angustia que passei meses sentindo. Como se tudo fosse culpa minha.
Morava com o meu tio e sua esposa que acolheu eu e a minha irmã quando perdemos nossos pais, então acabava se tornando fácil ter que fingir otimismo. Só que dessa vez, era perceptível o olhar sério deles e o pigarro de quem estava prestes a me contar alguma coisa que me surpreenderia.— Olha só, quem finalmente levantou. — exclamou meu tio ao me ver descendo as escadas indo em direção a mesa da cozinha.
— O que aconteceu? — rebati em questionamento dos burburinhos entre os dois.
— Querida, não queríamos que se sentisse mal com isso, mas acho que não ajuda esconder. — afirmou o meu tio em meio a pausas de suspiros leves.
— Entrou um xerife novo e ele me notificou sobre querer reabrir novamente o caso dos seus pais. Ele disse que tem esperanças de finalmente achar respostas que possam solucionar o caso.— Não foi isso que disseram da última vez? — suspirei com voz ainda tremula — Não é como se me deixasse muito empolgada, eles geralmente arquivam o caso de novo. Mas, pelo menos sei que tem alguém em buscas de respostas, além de mim.
Eu não tinha a intenção de ser ríspida, mas também não quis forçar expectativas sabendo que vou ter que lidar sozinha com elas. Assim como pretendo levar o meu ano todo, sem muita expectativa. Terminando meu café com eles, me despeço e saio de casa pra caminhar até a escola. Aliás, hoje é volta as aulas.
— Eu sinto que se eu perguntar, vou me arrepender de saber o motivo de você não ter respondido as minhas mensagens. — afirmou Harry, vulgo meu melhor amigo me abordando de uma forma abrupta.
— Desculpa, eu estava ocupada o dia inteiro com a minha auto sabotagem diária e acabei não vendo.
— Eu preciso ser avisado! Tive que enfrentar os olhares da Madaleine durante a espera da nossa conselheira porque ela decidiu que queria ver alunos específicos antes da aula começar. — rebateu Harry.
— Isso quer dizer que você é o alvo dela, boa sorte na festa de volta as aulas hoje.
— E é por isso que você não vai me deixar um minuto sozinho naquele lugar. A casa dela é enorme. — Me parou com as mãos arqueandos as sobrancelhas e arregalando os olhos. — Elizabeth, eu to falando sério. Isso é caso de vida ou morte, alguém tem que me proteger.
— Ei! É claro que eu vou estar lá pra defender o meu melhor amigo que é um bunda mole de uma garota malvada. — rebati expressando um leve sorriso.
Ele me repreendeu com o olhar e era extremamente engraçado conseguir ver suas expressões de desespero. O que é totalmente conpreensível. Apesar das roupas caras, cabelo sempre feito e unhas pintadas, Madaleine costumava conseguir tudo que queria, independente da forma que fosse.
Tivemos alguns anos de amizade, mas ela decidiu que cansou de mim. Não sinto remorso, acho que aprendi muita coisa e embaixo de tudo aquilo, ela também conseguiu mudar.
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A Suprema
أدب المراهقينVivendo em uma cidade pacata, Elizabeth não faz ideia dos poderes que possui, até que passa por um evento traumático que a fez perder a irmã mais nova.