Além das Sombras: A Lâmina da Liberdade

capítulo 02; Uma Nova Amiga

Ayla acordou cedo naquela manhã, ansiosa por enfrentar seu primeiro dia de trabalho. Sem nem tomar café da manhã, dirigiu-se diretamente a um parque próximo de seu apartamento, onde fez seu cardio matinal. Após completar sua rotina de exercícios, voltou para casa e tomou um longo banho, aproveitando o tempo antes do expediente, já que só começaria às 8 horas.

Vestiu um terninho sexy, porém elegante, que realçava sua figura sem ser vulgar, conferindo-lhe um ar misterioso. Calçou seus escarpins pretos, que a faziam sentir-se confiante e poderosa, e fez uma maquiagem leve, realçando seus traços delicados.

Dirigindo-se ao seu carro, seguiu para a empresa. Ao chegar, foi recebida pela recepcionista, que a encaminhou para a sala do chefe, o famoso senhor Calebe Rossi. Ao bater na porta e entrar, Ayla não pôde deixar de notar a aura de familiaridade que emanava do homem à sua frente. Ele era bonito, com cabelos castanhos e barba feita, e tinha um olhar penetrante que deixaria qualquer uma sem ar. Estava usando um terno preto com uma gravata vermelha.

"Olá, senhorita...?" Calebe começou, sua voz calma e controlada.

"Jonhs", respondeu ela, mantendo sua postura firme. "Eva Jonhs."

Calebe Rossi franziu a testa, como se estivesse tentando recordar algo. "Eva... seu rosto me parece familiar. Já nos encontramos antes?" Ele cruzou as mãos em cima da mesa, e Ayla pôde notar seu anel de família em seu dedo indicador, que lhe parecia familiar...

Ayla manteve sua expressão impassível, embora por dentro estivesse intrigada com o comentário. "Acho que não, senhor. Talvez apenas me lembre de alguém parecido."

Calebe Rossi assentiu, parecendo satisfeito com a resposta. "Bem, de qualquer forma, é um prazer tê-la aqui. Estou confiante de que você será uma excelente adição à nossa equipe. Vou deixá-la a par de todo seu trabalho e logo uma funcionária te mostrará a empresa."

Ayla sorriu de forma sutil, escondendo seus verdadeiros sentimentos por trás de sua máscara de profissionalismo. Ela sabia que teria que manter-se vigilante ao redor de Calebe Rossi, pois algo lhe dizia que havia mais nele do que aparentava. Mas por enquanto, ela estava determinada a fazer seu trabalho e descobrir o máximo possível sobre aquele homem misterioso que agora era seu chefe.

Sofia, uma funcionária de Rossi, mostrou toda a empresa para Ayla. Era uma pessoa tão efusiva que chegava a ser irritante, com uma fala cheia de empolgação e um sorriso constante no rosto.

"Eva, aqui fica a cantina dos funcionários. Inclusive, quer almoçar comigo hoje? As pessoas daqui são tão sérias que me irritam, além de sempre sentir uma tensão de todos os lados... Me conte sobre você. De onde você é? Seu sobrenome é bem comum, né? Quantos anos você tem?"

Sofia não conseguia parar de falar nem por um segundo. Ayla notou que ela se assemelhava a uma versão mais jovem de si mesma, quando ainda era uma criança. Ela sorriu internamente, apreciando a energia contagiante de Sofia, mas mantendo suas próprias guardas altas.

Enquanto Sofia continuava falando animadamente, Ayla escutava com atenção, ponderando sobre como responder às perguntas sem revelar muito sobre si mesma.

Ayla: "Obrigada pelo convite, Sofia. Será um prazer almoçar juntas. Quanto à minha origem, sou de lugares diferentes, como você disse. E sobre meu sobrenome, sim, é bastante comum. E quanto à idade, acho que ainda sou jovem o suficiente para encarar os desafios que surgirem."

Sofia sorriu, satisfeita com as respostas de Ayla.

Sofia: "Que interessante! Estou ansiosa para conhecê-la melhor durante o almoço. E quanto aos desafios, você está certa, somos jovens e podemos enfrentar qualquer coisa que vier pelo caminho."

Enquanto caminhavam pelos corredores da empresa, Ayla observava atentamente o ambiente ao seu redor. Ela notou a seriedade nos rostos dos funcionários, o que confirmava a observação de Sofia sobre a atmosfera tensa da empresa. No entanto, ela também percebeu algo mais sutil: uma aura de mistério pairava sobre o lugar, algo que a deixava ainda mais intrigada.

Ao longo do dia, Ayla mergulhou de cabeça em suas responsabilidades como secretária de Calebe Rossi. Enquanto organizava os arquivos e fazia ligações, ela não conseguia deixar de se perguntar sobre o verdadeiro motivo por trás da familiaridade que sentia ao redor de seu novo chefe. Ela sabia que precisava ficar alerta e descobrir a verdade, mesmo que isso significasse enfrentar perigos desconhecidos.

Ao final do expediente, Ayla despediu-se de Sofia e foi para casa. No caminho, ela avistou um abrigo de animais. Enquanto esperava o sinal abrir, seus pensamentos vagaram para a ideia de ter um animal de estimação. "Sempre quis um cachorro, mas meu pai nunca permitiu," ela refletiu. No entanto, uma determinação recém-descoberta a impulsionou. "Não sou mais a Ayla, sou Eva, e não tenho pais nem nenhuma máfia para me controlar."

Decidida, ela deu meia volta e dirigiu até o abrigo. Ao chegar lá, seus olhos se fixaram em um gato preto com as duas patinhas da frente brancas. Era amor à primeira vista.

Enquanto preenchia os formulários para adotar o gato, uma funcionária do abrigo se aproximou.

Funcionária: "Olá! Posso ajudá-la a encontrar o animal de estimação perfeito para você?"

Ayla sorriu, seu coração aquecido pela ideia de dar um lar para um animal necessitado.

Ayla: "Sim, estou procurando um companheiro felino. Acho que encontrei o meu match."

A funcionária assentiu, feliz por ver mais um animal encontrar um lar amoroso.

Funcionária: "Ah, Lua é uma gata encantadora. Tenho certeza de que vocês vão se dar muito bem."

Enquanto Ayla preenchia os documentos, seus pensamentos se voltaram para a nova adição à sua vida. "Lua," ela murmurou, experimentando o nome em sua mente. "Bem-vinda ao nosso lar, Lua."

Com Lua no colo, Ayla dirigiu para casa, ansiosa para apresentar sua nova companheira ao seu apartamento. Ayla sorriu ao ver a reação curiosa de Lua enquanto explorava seu novo ambiente. "Acho que fizemos a escolha certa, Lua," ela disse, acariciando suavemente a pelagem macia da gatinha. "Juntas, vamos enfrentar o mundo."