Prólogo

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De que forma não me apegar à pessoa que torna meu mundo mais real? Como permitir que ela seja ela mesma, quando eu não posso ser ninguém sem tê-la ao meu lado? Nada parece ter sentido se Grace não estiver comigo. Enquanto estou perdido neste bar com um copo de uísque como único conforto, antes de buscá-la novamente, percebo que esta bebida é meu único confidente.


Ele me aconselha a procurá-la mais uma vez, a não deixá-la ir embora. Sob esses pensamentos turvos, embriagado, consigo me deixar levar pela raiva até o carro e dirigir até o apartamento de Grace. Escutar todas as palavras loucas que ela disse anteriormente mais uma vez será benéfico para mim, desde que ela me conceda um pouco de atenção, mesmo que seja só um pouco. Estou ligado à Grace, pois é a única pessoa que consegue estar presente ao meu lado, mesmo que seja por interesse próprio. Ela fala o que eu preciso escutar, é o meu abrigo durante as tempestades.

Diante dessas circunstâncias, não posso permitir que ela saia da minha vida.

"Grace, por favor, abre a porta!" - Grito impaciente ao ver a demora para abrir o apartamento. 

Com a paciência se esgotando, continuo batendo na porta. Incapaz de aceitar a demora, insisto nas batidas e acabo surpreendido quando alguém abre a porta, me fazendo desequilibrar e cair para dentro do apartamento.

- Nathan! Por que você insiste tanto? Não consegue ter paciência? - Diana, amiga de infância da minha namorada, reclama ao abrir a porta, claramente irritada por ter sido acordada. Sua aparência desarrumada e sonolenta denuncia que estava dormindo.

- Onde está Grace? Preciso falar com ela. - Minhas palavras saem confusas enquanto me levanto com dificuldade.

- Grace não está, Nathan! Agora, por favor, vá embora, estou precisando descansar.

- Onde ela foi? Preciso encontrá-la! - Grito com raiva. Onde diabos está minha mulher a essa hora da noite?

- É sabido que Grace tende a manter sua privacidade. Portanto, evite insistir.

- Optarei por aguardar a chegada dela. – Encaminho-me até o sofá sem solicitar permissão. Por um breve momento, ela se mantém em silêncio, mas percebo sua proximidade. Em seguida, suas mãos deslizam delicadamente sobre meu peito, sobre o encosto do sofá.

- Já que decidiu permanecer, não deixemos escapar essa oportunidade. – Suas palavras amáveis me envolvem por breves instantes.

A ira, a bebida, todas as emoções que me assolam neste instante, despertaram em mim uma atração por ela, por Diana.

- Diana, você me aprecia bastante, não é mesmo? Até que ponto estaria disposta a ir por mim? - questiono, enquanto suas mãos acariciam-me.

A bebida sempre teve o poder de me descontrolar. Considerando minha idade, o consumo de álcool e sexo, é tudo o que um homem deseja ter diariamente. Saltando sobre o sofá, ela se projeta em minha direção com sua camisola curta. Seus seios delicadamente delineados sob a renda do tecido me atraem irresistivelmente. Minhas mãos percorrem suas pernas nuas e logo estou beijando seus lábios vorazmente.

- Por que não deixa Grace? Eu tenho uma ligação mais profunda com você do que ela. Eu te dou a minha virgindade.

- Ainda é virgem? - Pergunto surpreso.

- Nada que não possamos resolver esta noite, Nathan! Grace sempre me decepciona quando brigamos. Ela desaparece e me deixa preocupado. Não sei para onde vai nem o que faz nesse tempo. Grace faz parte de uma família de classe baixa, enquanto eu tenho a oferecer tudo o que sua família não pôde proporcionar a ela.

Mesmo assim, mesmo atendendo a todos os seus pedidos, não percebo o amor dela por mim da maneira como gostaria. Ela acaba me explorando e brincando com meus sentimentos. Diana sempre está pronta para atender a todos os meus desejos. O amor dela por mim é incondicional, desde que eu retribua com amor. Mesmo sendo o namorado da sua melhor amiga, ela continua aqui, tentando me seduzir e conseguindo.

- Você quer perder a virgindade, Diana? Porque esta noite isso vai acontecer!

Segurando-a firmemente contra o meu corpo, conduzo-a até o quarto e a jogo na cama sem piedade. Sem muitas preliminares, tiro minhas roupas e afasto sua calcinha para o lado. Encarando seus olhos intensamente, não consigo sentir nada por Diana. Pelo contrário. Saber que ela é amiga da mulher que me provocou raiva esta noite faz com que eu queira descarregar toda essa ira sobre ela.

Olhando atentamente para ela, eu entro nela e sua boca se abre em um enorme O, expressando sensações entre satisfação e desconforto. Aumento o ritmo das estocadas nela, levando-a a gemer de prazer, ao passo que minha irritação vai se dissipando. Deixo o apartamento com um peso no coração, consciente de que Grace nunca irá me perdoar pelo ocorrido.

Jamais.

Com licença, eu represento seu passadoOnde histórias criam vida. Descubra agora