0.0 PRÓLOGO

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Conheci Layla no sexto ano do Ensino Fundamental, em um colégio no interior de São Paulo, em qual cidade ou qual colégio não são importantes, nessa história ela seria conhecida por muitos de vocês como... nerd? Eu não sei, eu só sei que diria que ela conseguiu o surpreendente, ser tão linda e inteligente, ela era a típica garota que faz um resumo todo bonito cheio de estrelas e corações nos temas mais absurdos na aula de história e ainda enquanto escuta alguma música da Taylor Swift, mas que todos tem certeza que ainda vão ver muito o nome dela sendo falado por todo o mundo.

Eu, Ravi, sou um dos idiotas que de última hora pedia para ela explicar a matéria antes da prova depois de ter dormido nas aulas, ter matado aula ou ter feito péssimas anotações, e mesmo assim ela pararia tudo pra me explicar com a maior paciência do mundo sobre a matéria, e acho que foi isso que mais me conquistou, como depois de tantas besteiras e bobeiras ela no final de tudo sempre me aguentaria, ela é minha melhor amiga, mas... Eu nunca admiti isso para ela, e nem admitiria, mas ela sabe, sabe que eu a amo.

Eu não tinha problema em dizer as coisas pra ela, me expor mesmo, dizer tudo que sentia, ela me conhecia, sabia como eu era, me conhecia como as palmas da mão dela, sabia me ler de um jeito que até eu me questionava - "caramba eu realmente sou assim" -, era como se ela me entendesse porque ela se sentia da mesma forma, ela entendia que eu guardava muita coisa desde sempre. Tudo isso aconteceu até o 9° ano e eu nunca mais vi ela durante três anos, os mais complicados da minha vida, que foram os anos de Ensino Médio.

Mas para surpresa de muitos, até para mim, eu passei na USP, isso mesmo, uma das maiores universidade do país, e eu passei, passei em Filosofia, na cidade de São Paulo, na sede, e, essa notícia sem surpresa alguma eu conto, Layla tinha passado no curso dos sonhos dela que era Letras, todo mundo achava que ela faria algo relacionado a ciências, saúde ou biológicas, mas ela sempre sendo uma caixinha de surpresas, preferiu seguir na área dos sonhos: poder ser escritora. Eu, que não sou nada bobo, decidi tentar me reaproximar, indo devagar fui procurar por ela no Instagram novamente, fazia tempo que não aparecia nada dela pra mim e eu também não era de usar muito o Instagram, mesmo que ela tenha ficado esse tempo todo na minha mente, eu também não era maluco nesse ponto, então eu decidi procurar para saber em que gramado eu estaria pisando antes de qualquer passo em falso.

Não vou mentir que esperei muitas coisas, menos isso, vou até dizer que não considerei isso acontecer, tipo, que? Um namorado? Pra quem disse que se daria total para os estudos quando passasse na faculdade dos sonhos, eu fiquei um pouco surpreso com um relacionamento a distância que descobri olhando um pouco as redes sociais dela, mas ele parecia... bacana, quer dizer, eles combinam pelo menos... tá é muito estranho ver isso, ela com... tá não é outro, eu nunca fui nada dela, é estranho ver ela com alguém, alguém que não sou eu. Vocês me entendem né? Depois de três anos sem ver ela ou muito contato além de algumas curtidas da parte dela nos meus posts, mas os dela quase não aparecerem por mim, era uma surpresa e tanto, é bobo pensar mas, será que ela também pensou em mim? Mesmo que seja como só um amigo ou o babaca que perturbou ela o Ensino Fundamental inteiro.

Não quero dizer que não me relacionei durante todos esses anos, eu tive alguns relacionamentos rápidos, alguns casos e até uma ex-namorada durante o 2° ano do Ensino Médio, que não foi tão bom assim, pra minha cabeça, principalmente já um tempo sem quem eu realmente queria, foi difícil não pensar todos os dias em como ela estava, em qual colégio ela poderia estar, os colegas, tudo o que poderia estar acontecendo com ela passava pela minha cabeça enquanto eu tinha tempo. Não vou mentir que tentando me distrair, e talvez se encontrasse ela em algum momento dessa vida ou em outra, eu me dediquei tanto durante esses três anos loucos da minha vida, nunca imaginei até ser considerado um dos melhores alunos da minha sala, o que foi gratificante tendo um histórico péssimo no Ensino Fundamental.

Só sei que eu ainda te encontro pela Terra da Garoa, minha doce Lay... Esperando que você não se lembre de todas as brincadeiras idiotas do meu eu idiota de 12, 13 ou 14 anos.

Olhos VermelhosOnde histórias criam vida. Descubra agora