CIÚME
substantivo masculino
• 1. estado emocional complexo que envolve um sentimento penoso provocado em relação a uma pessoa de que se pretende o amor exclusivo; receio de que o ente amado dedique seu afeto a outrem; zelo.
Olho para o relógio e já são quase 22:00 horas, Marcos ficou de vir me buscar as 21:30 para passarmos o réveillon na casa de seus tios. Eu declinei do convite algumas vezes, mas ele insistiu tanto que acabei aceitando.
21:50 meu celular toca e é uma mensagem dizendo que não conseguiu dirigir com o braço quebrado.
- Custava avisar? Poxa, agora tô atrasada.
Estaciono em frente ao gramado da grande casa que está iluminada pelas luzes natalinas, chego na sala em tempo de ouvir Pedro perguntar.
- Está esperando alguém irmãzinha?
- Oi gente. - digo acenando de maneira tímida, visto que além de Pedro, Natália, Marcos e Taís, os pais de Taís também estão lá. Mário deve estar na casa de Lara, ela está promovendo uma festa lá também.
- Chegou quem você estava esperando. - Pedro diz a Natália se referindo a mim.
- A Carol fui eu quem convidei. - Marcos diz a todos e eu acabo me encolhendo um pouco. Natália nem sequer olha em minha direção.
- Boa noite gente. - Ulisses chega.
- Agora sim, meu convidado chegou. - Natália diz com um sorriso no rosto.
- Prazer Ulisses. - ele diz sorrindo para todos e chegando próximo a Natália, beijando seu rosto.
Que droga, Natália não dirigiu se quer um olhar para mim, e está sorrindo para Ulisses como uma tola apaixonada. E mais, sabendo que nós acabamos de terminar? Isso não parece coisa da Natália que eu conheço. Sei que precisamos conversar, ela não está nada satisfeita com a minha relação com o seu sobrinho, mas me ignorar completamente em pleno ano novo?
Ela está deslumbrante, com o vestido rosa realçando sua elegância. Seus cabelos caem suavemente sobre os ombros, e seu sorriso ilumina a sala, mas nenhum dos seus sorrisos estão direcionados a mim.
Marcos está falando comigo a um canto, e eu não presto atenção a suas palavras, apenas contribuo com alguns uhum, Aham, enquanto meus olhos estão cravados no sofá onde Ulisses está sentado próximo demais de Natália. O braço passado por trás de seus ombros, as pernas quase se tocando. Ela ri alto de alguma coisa que ele disse. Eu franzo o cenho.
- Depois eu vou querer comemorar só nós dois. - Marcos diz desviando minha atenção.
- Marcos. - O repreendo por dizer essas coisas em meio a outras pessoas.
- Oi Marcos. - Ulisses se aproxima e estende a mão que Marcos recusa. - Não tivemos a oportunidade de conversar.
- Aí eu tô tão feliz que você veio. - Natália abraça Ulisses por trás com o maior sorriso do mundo no rosto. - Quero te mostrar uma coisa vem cá. - ela o puxa pela mão, sem olhar para mim.
Eu, a Carol, sua melhor amiga cheguei a mais de meia hora e ela nem sequer me dei OI! Faz mais de uma semana que ela não me vê ou fala comigo direito e ela só tem olhos para ele, que ela conhece a pouquíssimo tempo e só porque nós namoramos.
Tão injusto.
- Gente, que isso? O que a Natália convidou o Ulisses? - exponho pela primeira vez minha total indignação.
- Oxi ficou com ciúmes foi?
- Não, só não tô entendendo o que ela quer com ele. - respondo.
Saio de perto de Marcos e vou buscar outro champanhe, o pai de Taís está contando uma de suas histórias engraçadas, mas não consigo encontrar a graça. Renee também já chegou com seu filho Tony e a irmã Erica, tudo devia estar perfeito em clima de comemoração com meus amigos, mas então porque me sinto tão triste?