capítulo 6 ✿

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Minha respiração está travada em minha garganta e minhas mãos estão suando.

Os dois estão lá fora nos olhando com uma cara de espanto como se eu tivesse morrido e voltado a vida de repente, como uma zumbi. Miguel por mais que teve uma reação de surpresa inicialmente, agora está com o semblante despreocupado, agindo como se nunca tivesse visto os dois.

Eu não consigo parar de olhar para eles. Estão juntos, com os braços entrelaçados. Isso só pode significar apenas uma coisa...

_ Ei - Sinto a mão de Miguel sobre a minha, dando um leve aperto. _ Não os fique encarando assim. Só mostrará a eles fraqueza de sua parte.

Vejo Fernanda se soltar do braço de Eliezer depressa e ele a tenta segurar em vão. Logo sua estatura alta e morena está dentro da cafeteria e vindo até em minha direção com um olhar tristonho. Culposo

_ May, a gente precisa conversar. - Ela diz. Sua voz tem um tom como se eu fosse a culpada de alguma coisa. Meu Deus...

_ Oi para você também, Fernanda. Realmente, a educação é algo que se aprende em casa.

_ Quer mesmo falar sobre educação, Miguel? Vamos, May. Se levanta. - Sua voz machuca meus ouvidos a cada palavra que sai da sua boca.

Coloco minhas mãos sobre a cabeça, já a sentindo doer. Eu estranhamente estava ansiosa para comer as panqueca. Meu estômago está roncando e agora querem começar uma discussão.

_ Vai obrigar ela ir a força com você? Ela está claramente incomodada com você por perto.

Miguel se levanta ficando de cara com ela e logo o sininho da porta tilita, sinalizando a presença de Eliezer no lugar. Ao longe atrás do balcão, consigo ver Cecília olhando toda a cena com um sorriso no rosto.

_ O que está acontecendo aqui? Não tente sequer tocar nela.

_ Eu vou, sem exitar, é quebrar sua cara. Já falei para irem embora porque estão incomodando a May. E se isso não acontecer em segundos, eu não irei responder por mim. - O rapaz diz firme e eu levanto meu olhar para ele, que está com a mandíbula travada enquanto encara Eliezer, que se recolhe enquanto puxa Fernanda pelo braço.

Ele a tira da cafeteria sem falar mais nada e ela nem pestaneja, apenas sai me olhando.

Miguel se senta novamente de frente para mim e respira fundo jogando seus cabelos para trás. É perceptível em cono está nervoso. Não sei se digo algo ou apenas fico em silêncio. Antes que eu possa ao menos pensar no que fazer, Cecília parece brotar do chão ao nosso lado com uma bandeja com dois pratos de panquecas e dois sucos.

_ Fernanda continua insuportável, não é mesmo? Não sei como você aguenta. E quem diria em, ela e Eliezer... - Ela se vira e volta para o balcão atrás de si.

Já posso sentir o choro querendo vir a tona. Mais que grande Merda! Sinto algumas lágrimas caírem de meus olhos mas que logo são secas pela mão de Miguel.

_ Não chore por aqueles dois. Tenho certeza de que não valem suas lágrimas. - Ele me estende o suco e eu dou uma golada no mesmo, sentindo o gosto açucarado. _ Está bom?

_ Está uma delícia...

Começo a comer as panquecas e a cada garfada, sinto como se meu coração estivesse sendo aquecido. Não sei se é por conta de toda a confusão de antes ou se é por estar com Miguel. Ele me trata tão bem, desde que nos conhecemos, ele age como se nos conhecêssemos a mais de anos. Me sinto confortável ao seu lado, e toda a melancolia que sinto em relação a minha doença, parece sumir quando estou com ele.

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⏰ Última atualização: Jun 05 ⏰

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