Altos e baixos; e o desespero de uma desesperada

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Cidade de Malmo - Suécia

19:39

Depois de um dia cheio e corrido, finalmente chego em casa. A chuva havia molhado todas as minhas roupas, somente minha bolsa de couro falso foi salva, só por ser impermeável.

— mimi! -

Chama Miranda assim que eu entro. Logo, ela vem me dá um de seus calorosos abraços enquanto ri.

Miranda é minha melhor amiga, ela tem grandes cabelos ruivos encaracolados, eolhos cor de mel e sua pele branquinha é marcada por sardas da cor do cobre.

Nós nos conhecemos através de grupos online, há 17 anos atrás, quando eu ainda morava na Turquia, mas então os anos passaram, houve um problema com meus pais e… bem, eles me expulsaram de casa.

Morei com meus avós até os 18 anos e depois disso eles me mandaram seguir o rumo da minha própria vida, foi aí que Miranda, foi muito bondosa e me chamou para morar com ela na Suécia.

— Demorou! Mas me conta tudo menina, como foi a entrevista? - pergunta ela

— Foi bem, eu acho… fiquei um pouco nervosa mas devo ter sido nem convincente -

Miranda bate palmas e dá alguns pulinhos, me fazendo rir.

— Fiz uma torta de limão deliciosa, também comprei refrigerante e já tem filme na televisão para a gente assistir juntinhas! -

Ela me puxa para uma mesa redonda que fica quase na porta de entrada da cozinha 

— Espere! Me deixa trocar de roupa antes pelo menos, estou toda molhada - digo, parando na metade do caminho. Ela olha para mim com aqueles olhos calorosos.

— Certo vá logo, se demorar eu vou buscar você -

Rapidamente vou para  meu quarto, que fica ao lado da sala, pego uma toalha de banho e corro para o banheiro. Não me dou ao luxo de demorar muito no banho, e quando eu saio, apenas visto uma blusa preta surrada, que vai até quase o meio das minhas coxas, e um shorts de algodão verde musgo. Desembaraço meu cabelo e vou procurar Miranda.

Ela estava na sala.

Ela havia arrastado a mesa de centro para mais perto do sofá, a torta de limão estava em cima dela ao lado de uma coca cola de um litro e um par de copos. O tapete grande e felpudo que ficava no chão estava coberto de almofadas fofinhas, Miranda estava sentada em cima de uma delas.

— Venha, vamos logo! Eu quero que você me conte tudo - fala e dá algumas batidinhas no chão ao lado dela.

Sentei-Me ao seu lado.

— Muito ansiosa para o resultado? - pergunta Miranda

— Muito, eu quero muito ser chamada, de verdade -

— Você vai ser sim, quando uma loja está sem funcionários assim eles chamam por estar precisando - ela pega um morango melado de glacê que estava decorando a torta,lambe a cobertura e o come 

— Não precisa ficar tão ansiosa, Min-ji, eu ainda posso segurar as pontas sozinha por um tempo, o importante é você encontrar um bom emprego -

— Miranda, você sabe o que eu penso sobre isso, eu não gosto da ideia de ser dependente de você sempre! Claro, eu gosto muito que você me ajude e eu sou grata por isso, mas você já fez demais me acolhendo em sua casa… agora, é minha vez de te ajudar de alguma forma, demonstrar minha gratidão por tudo o que você me fez -

Respiro fundo, sentindo meus olhos ficarem úmidos.

Lembro de tudo o que ela fez por mim,mesmo quando eu estava praticamente desabrigada, destruída de todas as formas possíveis.
Lembro que quando Min-ji foi para a Tailândia me buscar, ela fez questão de ir na minha casa antes de partirmos, para se “despedir” dos meus pais… eu nunca tinha visto ela xingar tanto para uma pessoa. Na época, eu fiquei com medo do meu pai agredir ela de alguma forma, mas nada que ele ou minha mãe falavam abalava ela.

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⏰ Última atualização: May 14 ⏰

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