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Você sabe que é boa quando consegue até mesmo com o coração partido ⩩﹕I Can Do It With a Broken Heart﹒
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O Voo foi chamado mais uma vez e Juniper se obrigou a apressar um pouco mais os passos antes que acabasse ficando para trás. Em sua mão esquerda apertava firmemente o copo que antes estava cheio de café e com a mão direita tentava afastar os fios castanhos que caiam em seu rosto, seu coração parecia mais acelerado que o normal e ela quase pensou em voltar para trás e desistir do que estava fazendo.
Deixar Los Angeles era tudo o que queria, mas temia as consequências que isso poderia trazer.
Sabia que voltar para Londres lhe traria de volta ao lugar de onde tinha fugido inicialmente, voltaria para a gaiola que seus pais a prendia e parte da sua liberdade seria tirada, mas as circunstâncias que a colocaram naquele avião fazia aquilo parecer o menor de seus problemas.
Quando saiu de casa, três anos atrás, a ideia era conquistar a liberdade que nunca tivera e sair debaixo das asinhas dos pais que cismavam em tratar os filhos como se tivessem cinco anos e fossem incapazes de tomar suas decisões. Decidira seguir sua vida sozinha, criar seu próprio caminho e ter sua própria liberdade, mas as coisas estavam longe de ser o que pensava.
Sentia que tudo o que conquistou estava sendo jogado na privada e levado pela descarga.
Quando encontrou sua poltrona e acomodou-se ali, decidiu que desligaria o celular e se ocuparia com o livro que trazia consigo na bolsa, o aparelho estava com pouca bateria e precisava poupá-la para quando desembarcasse. Ansiosamente encarou a pequena janela, de fundo, ouvindo as aeromoças perguntando aos passageiros se estavam bem acomodados e dando as devidas instruções para que todos pudessem fazer um voo confortável.
June abriu a bolsa, tirando de lá o livro e o deixando sobre o colo, abriu na página marcada, segurando entre os dedos o próprio cartão de visitas que usava como marcador, não demorando para iniciar a leitura de onde havia parado, os olhos mantiveram-se atentos às palavras, tentando não demonstrar uma reação exagerada para que as pessoas não a achasse louca, tão vidrada no que lia que não notou quando o assento ao seu lado foi ocupado, percebendo isso apenas quando a voz masculina se fez presente, minutos após ter ocupado lugar ao lado dela.
