Fechei a porta para termos mais privacidade para conversar, Catherine ainda estava parada no mesmo lugar, me permiti reparar melhor nela, seus olhos azuis como o mar tão belos quanto o céu iluminado, seus cabelos loiros que iam até a cintura, cacheados nas pontas, ela usava um vestido vermelho com detalhes reais bordados em dourado, em seu pescoço um colar de esmeralda, ela usava um bracelete preto no braço esquerdo e em sua mão direita havia um anel no dedo anelar significado que ela era casada.
Andei dois passos a frente e Catherine não fez nada, ela parecia mais focada em escutar os sons ao nosso redor do que me olhar
─── Catherine... ── comecei a falar, mas, não tive coragem de prosseguir, acabamos de nós conhecer e não acho que seja o momento apropriado para enche-la de perguntas, mas ao menos uma única pergunta bastasse para matar minha curiosidade ── o que você é do senhor das trevas?
Sua expressão fácil mudou, um sorriso mais vivido ou algo parecido com isso surgiu em seus lábios, ela finalmente se moveu batendo aquela bengala no chão como se estivesse procurando algo e sua mão que estava apoiada na estante começou a apalpar ao redor enquanto ela começou a andar
Vendo-a assim não foi difícil compreender, juntando um mais dois as peças se formaram em minha cabeça se assim posso dizer. Catherine não enxerga. vou perdoa-la por ter me comparado com aquele crocodilo
─── ele é meu marido ── sua resposta fez minha mente dar um nó e uma carranca de indignação surgir em meu rosto. Como assim marido? Isso só pode ser uma piada.
Parando para pensar não posso culpa-la por ser casada com ele, afinal se ela enxergasse creio que jamais se casaria com um homem como Rumplesthiskin, será que ela já o viu ao menos uma vez na vida? Se sim por que o escolheu mesmo assim?Me contive para não rir, só assim para que aquele crocodilo consiga uma mulher, pobre Catherine.
Andei em sua direção e segurei sua mão, senti um choque elétrico percorrer meu corpo quando minha mão tocou a dela mas não era uma sensação ruim, muito pelo contrário era algo bom, algo que eu não sentia a muito tempo.
Ajudei Catherine a se sentar em uma poltrona que havia próxima a janelaNão nos conhecemos a tanto tempo mas minha vontade de conhece-la melhor crescia a cada segundo que passava com ela, eu só não sabia como poderia falar sem parecer invasiva
─── você está muito quieta, Regina ── sua voz me chamou de volta tirando-me de meus pensamentos e eu olhei em seus olhos
─── não há muito o que dizer no momento ── respondi meio sem jeito, ela me causava esse efeito. Estava me sentindo como uma adolescente envergonhada
─── quer me perguntar alguma coisa não quer? ── Catherine deduziu, aconchegando-se na poltrona
─── quero, mas não sei se é apropriado ── me sentei na poltrona ao lado da dela finalmente desvincilhando minha mão da dela
─── pode me perguntar o que quiser ── ela sorriu, olhando para frente com certeza achando que eu estava lá, me contive e apenas sorri
Eu se fosse ela não estaria me dando essa confiança toda, será que ela prestou atenção quando eu disse que era a rainha má?
─── por que... Você se casou com alguém como Rumplesthiskin? ── fui direto ao ponto que martelava em minha cabeça, as outras perguntas eu deixaria para um momento mais apropriado
─── antes de eu nascer... ── ela começou, fazendo uma breve pausa como se tivesse tentando lembrar-se de cada mínimo detalhe.
Antes dela nascer... Meu Deus do céu esse homen tem alguma obsessão por mulheres mais novas que ele só pode
─── meu pai fez um acordo com Rumplesthiskin mas como ele não tinha nada para dar em troca, Rumple disse que voltaria quando meu pai tivesse algo do interesse dele, no meu aniversário de dezenove anos ele reapareceu dizendo que voltou para cobrar a parte do meu pai do acordo e então ele pediu a minha mão em casamento para considerar a parte do meu pai paga e meu pai aceitou ── terminou de dizer, e eu não sabia como reagir ao que acabei de ouvir, ela foi entregue para Rumplesthiskin pelo próprio pai como se não fosse nada além de um acordo, Catherine e eu tínhamos algo em comum afinal.
─── E você simplesmente aceitou sem questionar? ── não me contive em perguntar, na verdade mal conseguia conter a indignação que sentia, talvez fosse pelo fato de ter passado por uma situação parecida com a dela que me deixava desta maneira
─── Sim, eu me casei com ele porque quis e sou muito feliz ── quando ela disse isso não consegui sentir que ela falava a verdade.
Ficamos em silêncio e eu olhei pela janela vendo que o sol estava se pondo, logo Rumplesthiskin voltaria, era melhor eu ir antes que ele chegasse
─── Catherine ── a chamei e ela virou o rosto em minha direção quando percebeu que minha voz soava ao lado dela e não a frente dela ─── eu preciso ir antes que o senhor das trevas volte
Vi seu semblante mudar para tristeza, ela baixou a cabeça e tocou suas próprias mãos, senti pena dela ao deduzir que com exceção de Rumplesthiskin eu fui sua única companhia e agora ela ficaria sozinha até o senhor das trevas retornar
─── sua companhia foi ótima, Regina ── Catherine disse tentando parecer um pouco feliz
Me aproximei dela, e delicadamente segurei em seu queixo erguendo sua cabeça para que eu pudesse olha-la nos olhos
─── eu voltarei para te fazer companhia ── acariciei seu rosto e não pude deixar de sorrir quando ela abriu um lindo sorriso para mim. Catherine me deixa encantada só com um único sorriso ── até amanhã, Catherine
Minha mão deixou seu rosto, dei passos curtos para me afastar dela, encostei as mãos na maçaneta da porta mas antes de abri-la olhei para Catherine uma última vez, senti meu coração errar uma batida e por fim abri a porta deixando a biblioteca. Usei magia para me levar de volta para meu castelo
Já estava sentindo falta dela, de estar na presença dela não havia nem completado um minuto que havia a deixado e meu coração já desejava estar com ela novamente
Essa sensação de saudade com certeza não é boa coisa.
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In Secret: Regina Mills Short-fic
Fanfictudo começou quando: Regina Mills deixou sua curiosidade falar mais alto e se aprofundou no segredo que Rumplesthiskin escondia Catherine se permitiu viver além da ilusão de um casamento feliz mas sem amor algum