17. "Meu ponto de vista"

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Pego na mão de Luma e a guio até a cozinha, onde posso usar meus truques para entrar.

— O que fazem aqui? — Um dos elfos domésticos pergunta nos encarando, e eu tomo a frente.

—Queremos 2 cafés puros, com menta e chantilly — eu digo e vejo um sorrisinho se formando nos lábios de Luma, o mesmo que sempre faz o meu coração parar por 1 segundo.

—Vocês estão pensando que estão em um hotel? Quem são vocês? — o elfo fica ainda mais irritado ao ver que nós dois estamos molhados.

—Draco Malfoy — eu digo e o elfo recua um passo.

—Me desculpe senhor, eu não o reconheci, em alguns minutos levaremos o café para vocês — o elfo diz mudando totalmente sua expressão. Até que ás vezes é bom ter um sobrenome conhecido e que as pessoas ainda temem.

Levo Luma até a pequena salinha secreta ao lado, em que só os sonserinos da minha época conheciam.

—Draco Malfoy— ela diz forçando a voz, parecendo tentar me imitar.

Dou uma risada e me aproximo.

—Você está mesmo ridicularizando sua alma gêmea? — a provoco, e vejo aquele sorrisinho implicante dela aparecendo, o que me deixa com mais vontade de continuar nossas discussões aleatórias.

—Não diga é voz alta, ainda estou tentando me acostumar com isso— ela diz e solto um ar pelo nariz.

Vejo suas mãos trêmulas e me sento na frente da lareira.

—Venha para cá se esquentar — eu digo e ela nem pensa duas vezes e vem se sentar ao meu lado.

Me divirto ao observar a satisfação dela em levantar suas mãos na direção da lareira.

Eu não me cansa de observar seu rosto... eu nunca pensei que iria sentir algo assim, mas sendo honesto comigo mesmo. Eu a amo...

E o que me deixa mais feliz é saber que esse anel que nos liga, foi uma ideia de seu pai, para dar a ela uma certeza de que iria encontrar alguém realmente feito para ela...

Pensar na imagem que vi no espelho, me deixa ainda mais esperançoso. A gente juntos, com dois filhos... eu já sinto saudades do que nem vivi ainda, mas o que me conforta é que tudo está acontecendo conforme o destino quer...

—Posso perguntar uma coisa? — Quebro o silêncio e ela me olha com curiosidade.

—Claro, pode perguntar — ela diz

—Você não tinha se envolvido mesmo com ninguém, até namorar o idiota do Martin? — pergunto e ela fica um pouco dispersa.

—É, eu não me envolvi com ninguém até hoje...— ela diz com sinceridade e eu franzo as sobrancelhas confuso.

—Como assim? Você não "estava" namorando o Martin? — pergunto e ela parece em choque.

Logo junto as peças, e fico até feliz em descobrir.

—Então foi tudo um namoro falso? — digo tentando conter meu sorriso.

—Você é muito bom em associar as coisas né— ela diz com um tom irônico

—Fazer o que, sempre fui uma pessoa perspicaz— digo num convencido, o que faz ela dar um sorriso. E que sorriso... a sua risada é como uma linda melodia para os meus ouvidos, e eu não sei como eu tive coragem de falar que ela não fazia o meu tipo. Como uma mulher dessas não iria ser meu tipo? Ainda mais sendo uma mulher com tanta personalidade e irritante tanto quanto eu?

Talvez o desafio despertou os meus desejos, mas agradeço também os acasos e coincidências por colocar a gente no mesmo caminho...

De repente, a porta se abre. O elfo vem cambaleando um pouco na nossa direção e coloca nossos cafés sobre a mesinha.

—Aqui está senhores, aproveitem! — ele diz enquanto dá as costas.

— Obrigada — ela diz, e digo um "obrigado" logo após.

—Desde quando você gosta de café com menta e chantilly? — ela pergunta como quem não soubesse.

—Desde quando uma certa mulher irritante me deixou experimentar um pouco do dela— eu brinco e ela cerra os olhos.

—Um pouco? Você tomou quase todo! E irritante é você — ela rebate implicando, o que me faz sorrir também.

—Você vai "terminar" com ele amanhã — digo me referindo ao babaca do Martin.

—Ciúmes? — ela pergunta provocando.

—Eu apenas não posso deixar minha futura mulher ficar pousando por aí com um idiota do seu lado— digo e ela parece ficar um pouco surpresa, mas logo o seu perfeito sorrisinho aparece no canto de sua boca.

—Isso me parece ciúmes — ela provoca novamente, e dou um sorrisinho.

—E se for? Só não faço nada agora, porque quero ter o prazer de fazer isso em lugar especial e planejado, se não eu a agarraria aqui mesmo— confesso e ela fica boquiaberta , o que me faz dar um sorrisinho implicante.

—Se for me beijar, é melhor não avisar, caso contrário eu vou fugir antes da hora— ela diz e eu dou uma risada.

—Não se preocupe, eu tenho porte atlético o suficiente para correr atrás de você — eu brinco, enquanto a olho nos olhos dela mais uma vez.

Aqueles olhos me causam calafrios, que me deixam anestesiado e sentir conseguir me concentrar nos meus próprios pensamentos...

Com certeza a pior parte desse dia, vai ser quando eu a levar até em casa...

—Eu acho que deveríamos ir, eu tenho uma reunião de lançamento amanhã cedo— ela diz parecendo ter ouvido meus pensamentos, e colocando em prática o que eu temia.

—Eu também tenho muito trabalho para fazer amanhã. E essa noite era apenas para ter sido para trazer você para conhecer o tal espelho— digo e ela dá um sorriso.

—Eu realmente não esperava que iria acabar contando a verdade hoje...— ela diz

—Que bom que contou, assim não fico mais angustiado pensando que você está com medo de mim ou coisa do tipo. O que me deixa revoltado é que você preferiu fingir um namoro com aquele idiota, do que me contar logo.

—Você tem que entender que tínhamos mais pontos negativos do que positivos... eu não queria aceitar isso...— ela confessa.

— É, você tem razão. Você foi uma pé no saco até agora— eu brinco e ela me dá um tapinha de leve, me fazendo sorrir ainda mais.

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