O Sentimento: Dancing With Our Hands Tied

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Eu te amo em segredo

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Eu te amo em segredo.
Desde a primeira vez que te vi te amei em segredo.
Uma paixão avassaladora e repentina, um tanto ilógica, mas que serviu de base para a construção do nosso amor.

Como éramos jovens, tão novos e cada conversa como uma parte para a criação do que hoje sentimos um pelo outro.
Assim que te vi algo se revirou dentro de mim e até hoje não sei bem o que é, se eram as borboletas saindo do casulo para se mexerem no meu estômago ou se era um calafrio como um mau presságio de que isso não terminaria bem (e naquele momento torci para que o “terminar” nunca existisse entre nós).
Talvez eu tenha me confundido no início, achei que você seria apenas mais um garoto que mandaria mensagens bajuladoras e que de fato não saberia nem a minha cor preferida. Mas me enganei.
O sentimento, aquela emoção toda vez que ouvia seu nome, aquele frio na barriga avisando que algo já havia se instalado em meu coração.
Quando lembro de toda trajetória até chegar no que hoje sentimentos um pelo outro fico nostálgica, sinto como se tivesse sido uma dança de festa:

Primeiro a chegada, ambos tímidos no ambiente alegre e cheio de conversas. Você me olhou e eu retribuí o olhar, então como quem não quer nada mas não verdade quer tudo, você puxou sua cadeira para minha mesa e iniciou assunto sobre aquela tão sonhada noite perfeita.

Em seguida, a diversão se tornou presente. A sensação de estranheza por um desconhecido estar se tornando presente se dissipou e apenas restou a curiosidade e olhares desconfiados sobre aquela pessoa sentada à minha frente. Nossa troca verbal começou a se tornar escassa, de alguma forma, sem sentido. Assim, me retirei da mesa para falar com outros convidados e isso durou mais do que o esperado.

Sentada novamente, todos estavam felizes, alguns se deliciando com o banquete, outros dançando e outros apenas dialogando. Senti-me sozinha, afundando em solidão, tantas pessoas naquele lugar, todavia nenhuma que completasse aquele vazio, que de alguma forma fizesse minha vontade de ir embora sumir. E novamente lá estava você sentando-se à minha frente, porém, dessa vez era diferente, parecia que já nos conhecíamos há tanto tempo e quanto se passou desde que cheguei na festa? Três horas? O tempo parecia correr diferente, como se aquela festa fosse uma vida inteira. Quando me dei conta já estávamos rindo alto até demais, chamando atenção dos que nos rodeavam, mas não estávamos nem aí pois aquela sensação boa, o calor que nos abraçava fortemente, cada gesto delicado e palavra carregada de significados, tudo isso era a atração principal para nós. E já não éramos estranhos, mas sim amigos com um laço de amizade pintado de azul profundo e bordas douradas. Um azul intenso tal qual nossa paixão e um dourado tão brilhante quanto um amanhecer, mostrando que mesmo quando pensássemos que aquele sentimento tinha chegado ao fim, na verdade estava apenas renascendo novamente tal qual como o sol que ilumina a vida toda manhã.

Expectativa e empolgação. O álcool subia e a música começava a se tornar convidativa. Agora quando te olho, quando nosso olhar se encontra fico perdida nos seus olhos de Marilyn Monroe, tão hipnotizante e sedutor que faz meu corpo incendiar. Aquela ansiedade por te ver e conversar com você já não era mais sinônimo de alguma patologia e sim a transformação de um laço amical para um… um o que mesmo? Estaria me precipitando ao dizer que era um laço que nos conectaria pela vida inteira? O fio vermelho que sempre nos unirá pelo infinito? Tudo bem, vamos tornar isso menos hiperbólico, aquele laço afetivo que atava nossas mãos para que não nos separássemos. Que sensação maravilhosa estar com você, tudo flui tão naturalmente e de uma forma tão bonita que jamais esquecerei.

Apenas nós dois. Animado, você me puxa para dançar, mesmo relutante inicialmente, me deixei levar porque no fundo eu queria, tudo o que eu desejava era passar cada segundo daquela festa com você.
Mãos posicionadas no corpo, olhares fixos e ternos, coração a mil totalmente descompassado, o silêncio mais proveitoso entre nós dois. E lá estávamos nós dois dançando, mexendo para lá e para cá como se só existisse nós dois ali. Seu toque me acalmava e me arrepiava, a música mudava e nosso ritmo acompanhava na mesma euforia. Já não queríamos mais voltar para a mesa, nem sequer dançar com qualquer outra pessoa, apenas eu e você existia e permanecia imutável. Nossas mãos atadas numa dança efêmera, mas eternas em nossos corações. Então, eu ouvi aquela tão esperada frase pela primeira vez, o “eu te amo” mais singelo que já escutei e foi tão genuíno e profundo que desejei que aquela dança jamais acabasse para que aquele sentimento perdurasse para sempre.

Não para nós, mas para a festa o “terminar” estava próximo. A música parou por um tempo e continuamos ali, passo para cá, passo para lá, numa dança silenciosa, apenas compartilhando aquele momento juntos pois já tínhamos certeza do que sentíamos um pelo outro, mesmo que eu não tenha confirmado que era recíproco o seu “eu te amo”. Proximidade diminuída, corpo quente e borboletas à tona, nossos lábios selaram a promessa de “felizes para sempre” e comprovamos, naquele momento, o quão intenso eram nossos sentimentos um pelo outro.

Burburinhos aqui, comentários ali, fofocas acolá. Mesmo com o profundo medo do mundo nos separar e a distância tornar possível aquele “terminar” entre nós, permanecemos resilientes de que tudo ficaria bem. Deboches e intrigas nos cercaram, até ciúmes e inseguranças nos controlaram por alguns momentos, mas nada que pudesse nos abalar. Nada era maior que nós dois.

Entretanto, estava tarde, a festa estava acabando e decidimos dançar uma última música. Calma e apaixonante, o ideal para nós.
Eu poderia ter ficado para sempre com suas mãos em minha cintura,
Com a imagem do seu rosto gravada na minha mente eternamente,
Você disse que não havia nada no mundo que pudesse deter isso,
Então, eu tive um mal pressentimento.
Medo que não houvesse outras festas na qual estivéssemos juntos, tive medo do fim daquela festa.
E enquanto dançávamos nossa última dança, fechei meus olhos com a cabeça em seu peito, desejando que aquilo nunca acabasse, aproveitando cada maldito segundo.

Comigo mesma, pensei em várias coisas naquele momento:
Eu te beijaria enquanto as luzes se apagam,
Balançando enquanto nosso quarto queima,
Te seguraria enquanto a água se precipita lá fora,
Se eu pudesse dançar com você novamente.

O salão começava a se esvaziar, a música havia parado já fazia um tempo, algumas pessoas entravam para limpar o salão e organizá-lo, tudo isso para que depois do sol se pôr outra festa começasse, uma festa da qual não estaríamos convidados dessa vez.
Paramos e senti um calafrio de nunca mais te ver, as borboletas duraram tão pouco que temi que as novas lagartas não saíssem do casulo, você me olhou e prometeu que aquilo jamais acabaria.
E foi aí que o sol nasceu mais uma vez sinalizando uma futura dança, algum dia, em algum momento.

Trocamos mais algumas palavras e então nos despedimos. Por fim, saímos e cada um foi para o seu lado, mas ambos com aquele sentimento: o amor.

Toda essa trajetória para construção do sentimento mais lindo, puro e complicado foi essencial para nós. Juntos nos tornamos pessoas inesquecíveis um para o outro. Eu sempre lembrarei da sua risada e você sempre lembrará das minhas.
Mas estávamos dançando, uma dança carregada de amor como uma avalanche.

Estávamos dançando com nossas mãos atadas e até hoje o fio nos une.

Se eu pudesse dançar com você novamente,
Eu te beijaria enquanto as luzes se apagam,
Balançando enquanto nosso quarto queima,
Te seguraria enquanto a água se precipita lá fora.

Se eu pudesse dançar com você novamente, como se fosse a primeira vez.

Com as mãos atadas.

Se eu pudesse dançar com você novamente

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⏰ Última atualização: May 15 ⏰

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