2 anos depois...
Eu tive uma semana de folga após a perda da minha avó, estava estressada e cansada, o Gabriel resolveu passar a semana inteira me enchendo o saco, porque segundo ele eu estava voltando ao trabalho muito cedo afinal o Lorenzo tinha dito que eu poderia ficar o tempo necessário em casa, mas não era isso que eu precisava. Não precisava ficar na casa que eu cresci, e me lembrar dela de 2 em 2 minutos, enquanto sofria. Ao invés de vir para cá e ocupar minha cabeça.
Estava de roupa social, por que o mesmo tinha me dito que já que agora eu era uma assistente de um ceo deveria me vestir como uma. Eu odiava isso, sem contar que ele gostava que me vestisse assim para agradar a sua família, acabando deixando de lado o meu estilo, não apenas para agrada-lo, mas também para agradar todo o resto, já que a minha mãe e a minha irmã tinham me achado mais bonita assim.
Enquanto digitava organizando além da agenda do Lorenzo, ainda estava organizando as entregas que tinham sido enviadas a ele, dos novos modelos para o outono, já que estamos no final de dezembro. Poucas pessoas vinham trabalhar nesta época, afinal estávamos na última semana de dezembro. Me vi completamente focada que nem percebi a movimentação.
- Posso saber, o que você está fazendo aqui? - Escuto a pergunta e levanto a minha cabeça, vendo o homem com os dois braços sobre a minha mesa me encarrando sério e aparentemente bravo.
- Não aguentava mais ficar em casa - falo voltando a minha atenção ao computador - ficar me remoendo não vai adiantar nada, ela não volta mais - digo e sinto aquela tristeza profunda se apossando de mim novamente - e acho que ela não iria gostar de me ver só na cama, e levantando apenas para tomar banho - falo novamente sem levantar a cabeça para encará-lo.
- Venha já para minha sala - fala enquanto dava um toque na mesa - vamos conversar - diz e logo levanto a cabeça soltando um suspiro pesado.
Vejo ele abrir a porta e manter ela aberta, como quem diz "vou ter que ir aí te buscar? ", enquanto me levantava para acompanha-lo para dentro da sala. Sabia que a conversa seria difícil e longa pela cara dele. Com esse pouco tempo trabalhando com ele acabamos criando uma intimidade, nos dávamos bem, ele fofocava e até desabafava, o que também fazia. Duas semanas antes da minha avó falecer ela foi internada, e foi ele quem me deu o maior suporte, bem mais que o meu namorado, que claro estava do meu lado, mas também não conseguia conversar tão abertamente com ele, do mesmo jeito que conseguia com Lorenzo. Quando a Mia veio aqui, a alguns meses atrás e terminou com ele, para ficar com o primo do mesmo, por que segundo ela, ele não conseguia te dar toda a atenção necessária. Esse homem sofreu tanto assim que ela saiu da sala, ele não gritou com ela ou algo do tipo. Tudo o que ele fez foi chorar, e me contar que ele já desconfiava que ela iria trocar ele, porque o primo além de ter mais tempo tinha mais dinheiro, na semana seguinte ele reformou a sala inteira, acho que foi a forma dele de tentar superar o que tinha acontecido.
Me sentei no sofá e ele se sentou na poltrona que tinha ao lado, me senti do mesmo jeito de quando tinha uma sessão com a minha psicóloga, assim que a minha avó começo a piorar este ano o mesmo me recomendo fazer terapia, para conseguir entender o que estava acontecendo, e ele estava certo pois se não tivesse seguido o seu conselho estaria numa situação pior.
- Você falou com sua psicóloga que voltaria a trabalhar? - Me pergunta e afirmo com a cabeça enquanto me sentava no sofá.
- Falei com ela sim - falo enquanto me acomodava melhor no estofado - falei para ela que precisava ocupar minha cabeça e ela concordou - digo e ele acenou positivo com a cabeça - não sabia que precisava de uma consulta a mais com um psicólogo - falo com sarcasmo para o mesmo que revirou os olhos em descontentamento.
- Como você anda engraçadinha - fala devolvendo com sarcasmo.
Apenas soltei uma risada fraca para ele, enquanto voltava minha atenção para minha pulseira, que foi a minha avó que me deu, era uma pulseira simples de prata, com um pequeno pingente de uma santa que a minha avó era fiel, o fecho da mesma tinha o símbolo do infinito, o que me deixava um pouco mais feliz, afinal pensava que aquilo tinha o significado que o nosso amor seria infinito.
- Porque não foca no seu hobby? - Me pergunta me tirando da minha distração momentânea.
- Como assim? - Pergunto para o mesmo.
- Você não tem mania de desenhar looks? - Me pergunto e afirmo com a cabeça, esperando ele continuar sua logística - ótimo, volte a desenhar eles - me fala de forma simples e direta.
- Não é bem assim que funciona - falo para ele - preciso estar inspirada - digo enquanto suspirava - e bem não ando muito inspirada ultimamente - falo e o mesmo acena de maneira positiva com a cabeça.
- Vamos fazer um combinado então - fala sorrindo abertamente - toda a semana você me desenha algo, cria algo - disse como se estivesse imaginando algo incrível o que me faz rir - e ai toda a semana eu também desenho para você - fala como se fosse a melhor ideia do mundo, ele esticou a mão na minha direção - fechado? - Me pergunta animado.
- Isso é um desafio? - Pergunto empolgada para ele.
- Com toda a certeza, isso é um desafio - fala me fazendo sorrir, estico também a mão em sua direção.
- Fechado - falo rindo enquanto ele comemora.
- Deixando claro que um vai estar dando o desenho para o outro e tem que ser toda a semana viu, sem desculpas - fala sorrindo.
- Por quanto tempo? - Pergunto e ele deu de ombros.
- Pelo tempo necessário - fala sorrindo animado - acho que vamos saber a hora de parar de desenhar - diz dando de ombros.
Pela primeira vez no meu dia, eu consegui sorrir de maneira tão animada e gentil, e nem um pouco forçada. O que com toda certeza fez a minha semana melhorar dez por cento.
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The Liars
RomanceAlice se vê em uma confusão muito grande, entre aceitar e acabar caindo na tentação ou apenas negar e não saber no que vai dar.