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NamJoon nunca se sentiu realmente incluso. Seus sentimentos de frustração sempre estiveram presentes, ainda mais, com todos os esteriótipos que rondavam a sociedade.

Não era difícil presenciar uma clara demonstração do esteriótipo de gênero. Uma hierarquia solidificada através do patriarcado alfista em que ômegas deviam se submeter para se enquadrarem num padrão social preconceituoso e distorcido.

Uma sociedade lupina que sempre ditou uma imagem pré-definida de ômegas delicados, castos e submissos. De comportamentos passíveis e prontos para seguirem as ordens de alfas porquê eles tinha sido feitos para isso. E claramente, Kim NamJoon não era assim.

Com seus 1.81 de altura, o ômega espantava os alfas, mesmo eles sendo mais altos que o Kim. Ninguém queria o primeiro filho ômega de Kim JiAe e Kim NamHi.

E NamJoon odiava aquilo. Odiava derramar lágrimas por quaisquer coisas, ser sensível e empático. Tudo aquilo o fodia dia após dia, e ele, sempre caia nas garras de seus medos sucumbidos. Onde o medo não é expressado nos traços músculos de sua face, inseguranças impostas ou do auto flagelo que lhes são forçados goela abaixo e a máscara falsa de que aquilo não lhe atinge permanece, mesmo que só ele saiba o que acontece quando está sozinho.

Não o sentimento de solitude, porquê se sente apavorado com o silêncio e de estar sozinho consigo mesmo. Recebeu muitos silêncios e ausências até ali e não almejava sequer mais um pouco da dose daqueles fatos.

NamJoon era sozinho. Não pelo fato de não ter ninguém mas pelo ato de não ter a si mesmo.

A negação constante de não ser bom, após ouvir tantas vezes aquelas palavras. Uma tortura constante dele e para ele. Sem alguma trégua para que o bolo doloroso e massivo em sua garganta não parecesse espinhos afiados lhe impossibilitando de respirar.

Ser criticado por ser alto demais para um ômega. Gordo demais para ser um ômega. Possuir um cheiro de chá para ser um ômega. Ser muito másculo para um ômega.

Ômega. Ômega. Ômega. Ômega. Ômega!

Ele é muito mais do que um gênero. Ele vale mais do que a porra do que seu gênero significa. Muito mais do que uma cadela no cio feita para a reprodução desde que seu embrião foi formado no ventre de sua Mama. Mas não. Para a sociedade ele vale aquilo que o identifica na hierarquia.

O Kim se sentia só, pelas pessoas não o enxergarem além do seus defeitos para ser um ômega. Tudo se resumia ao ser e não ser.

E a dor de ser assim passou a aumentar exponencialmente com o passar dos anos. A cada primavera que passava ele continuava sem alguém para desfrutar a vida partilhada, com cios dolorosos, sem filhotes, sem construir uma família.

Por esse e mais motivos ele odiava ser quem era. Odiava ser ômega, odiava ser qualquer coisa que envolvia seu subgênero.

Ele ainda se lembrava de quando o médico da família foi embora após o examinar e dar a confirmação de que havia tido o primeiro heat. NamHi o confortou com palavras doces e afagou seus medos e receios futuros, por que ela entendia o que era ser ômega e todas os trejeitos que se esperavam deste gênero. Seus olhos viam o medo escancarado na face do filhote. O qual não se encaixavam nenhum pouco no esperado para um lupino de classe submissa. Mas o que marcou aquela data, foi passar em frente ao quarto de suas mães para ir a cozinha. JiAe balbuciava sozinha, o pensamento longe e ainda sim, consciente da nova notícia.

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