Capítulo 18

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Marília abre a porta da sala da presidência e entra com a fúria de um vendaval.

- Eu não sou sua propriedade e você não pode construir um muro a minha volta! - Marília exclama se aproximando da mesa onde Maraisa almoçava tranquilamente.

Com toda a calma e paciência do mundo, Maraisa abandona os talheres no prato e só então se volta para a funcionária que lhe encarava com os olhos faiscando de ódio.

- Não sei do que está falando. - Maraisa responde calmamente - Mas não acho que essa seja a forma adequada de adentrar a sala da presidência durante o almoço da sua chefe. Quer se sentar e almoçar conosco e me explicar com calma do que isso se trata?

- Eu não quero sentar e almoçar com você! - Marília bufa revirando os olhos - Quero que me explique porque proibiu o Pablo de falar comigo!

- Ah, é disso que se trata... - Maraisa diz com tom de tédio.

Então limpa a boca no guardanapo, coloca o tecido sobre a mesa e se levanta, exibindo toda a imponência de poderosa da HP.

- Você não pode proibir as pessoas de falarem comigo! - Marília exclama no mesmo tom de antes, demonstrando que não se abalara com o gesto.

- Eu posso! - Maraisa abre um sorrisinho arrogante, mas seu semblante demonstrava que ela não estava contente com aquela conversa - É a minha empresa e eu posso fazer o que eu bem entender! Não posso te impedir de falar com ele lá fora, mas aqui dentro eu estabeleço as regras e não há nada que eu odeie mais do que ter as minhas ordens não obedecidas ou questionadas... ainda mais quando eu me dou ao trabalho de sair do meu escritório para dar a ordem pessoalmente. Não demorou mais que algumas horas para ele fofocar pra você a conversa que eu pedi que fosse confidencial... não vejo outra saída que cumprir a ameaça e demiti-lo.

- Maraisa... - Marília deixa a súplica no ar, pois a chefe vira as costas e começa a andar para fora do escritório. Então a loira se volta para Monique, que assistia de camarote a discussão - Ela não vai...?

- Ah, ela vai sim. - Monique responde com um sorriso surgindo em seu rosto.

Marília bufa antes de sair da sala correndo atrás da chefe. As portas do elevador já se fechavam quando Marília conseguiu finalmente alcançá-la.

- Maraisa, você não vai demitir alguém só porque ele falou comigo, vai?- Marília pergunta.

- Não é só porque ele falou com você. - Maraisa responde cruzando os braços - Ele desobedeceu uma ordem direta da presidência. Se eu não tomar uma medida, aonde fica a minha autoridade?

- Por favor... - Marília suplica - Ele precisa do emprego.

Maraisa dá de ombros.

- Se ele precisa tanto do emprego, não deveria se comportar de forma inadequada. - Maraisa exclama.

- Forma inadequada? - Marília pergunta incrédula - Ele só foi gentil! Na verdade ele foi a primeira a pessoa a ser gentil comigo aqui!

- Ele estava flertando com você! - Maraisa fala entredentes e revira os olhos.

- No meu primeiro dia eu estava muito nervosa. Tomei um esporro da Monique porque cheguei atrasada, depois de ter acordado as 6 da manhã pra atravessar a cidade pra deixar a Julia na escola e chegar aqui, tudo isso abaixo de uma chuva torrencial. Depois do esporro, a Monique fez uma lista interminável de ordens que incluíam sequer olhar pra você. Você era a minha inspiração e ela me fez ter medo de virar a presa da sua caçada doente... tudo estava péssimo e ele foi a primeira pessoa a me tratar bem aqui. Não consigo lidar com a ideia dele sendo prejudicado por minha causa, porque você acha que tem algum direito sobre mim.

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