Confessar;

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O céu permanecia escuro como uma obsidiana quando Lucerys pousou com Arrax. As ondulações das montanhas com a ausência das árvores transformavam aquele lugar em um campo aberto de grama e rochas. Mais à frente, Luke avistou o pequeno acampamento que sua tropa havia construído; um total de onze barracas que abrigava no mínimo quatro homens, um canto que haviam improvisado para amarrar os cavalos, carroças, e em especial uma carruagem extravagante. 

O fogo ardia nas fogueiras que os guardas haviam providenciado para se esquentar naquela noite. Todos aqueles que antes riam em grupo envolta da mesma, agora se posicionavam para recepcionar o príncipe e o seu dragão. Dois homens altos que vestiam o manto dourado seguravam as tochas para iluminar o caminho, e Lucerys sorriu cordialmente para os mesmos que o cumprimentavam de longe.

Olhou envolta à procura da besta que seu tio montava, e percebeu que estava um pouco adiantado. Mal se lembrava do momento que se separou de Aemond enquanto voava pelo céu.

Desceu das costas de Arrax, e acariciou levemente suas escamas enquanto proferia elogios para o seu dragão. O mesmo crescia cada vez mais, de maneiras que ele não conseguia imaginar. O dragão tinha a tendência de ser pequeno, mas de repente, cresceu em três anos, o que deveria ter crescido em oito.

Luke só conseguia se apegar cada vez mais ao monstro de escamas brancas. 

As tochas se aproximavam à medida que os rostos tão conhecidos por si eram iluminados pouco a pouco. Aqueles homens eram especiais para Daemon, fazendo com que o Velaryon se sentisse cada vez mais especial por tê-los ali presente. A dupla era composta por um ruivo barbudo que parecia sempre estar carrancudo, e um menino jovem de cabelos castanhos; seus olhos cor de mel sendo ressaltados pela luz que irradiava do fogo.

Lucerys foi recebido com leves reverências.

— Meu príncipe — Dizia o menino jovem. O mesmo se chamava Petyr. — Não esperávamos recebê-lo tão cedo. Esperamos que tenha tido uma viagem tranquila.

O mais novo acenou positivamente com a cabeça. Olhou para os homens de cima a baixo, e estranhou os mesmos usarem o manto dourado sem estar na cidade.

— Daemon ordenou que usassem esses mantos fora de Kings Landing? — apontou para ambos os pedaços de tecido, com as mãos ainda abraçadas pelas luvas de couro.

A dupla se entreolhou por alguns segundos, ao que o ruivo respondeu:

— A cor dourada tem um significado, príncipe. Daemon quer garantir que o senhor seja bem recepcionado. — Willem abriu um sorriso convencido — caso contrário…

Lucerys franziu o cenho. É claro que seu padrasto havia mandado aqueles dois como uma mensagem. Eram reconhecidos pela sua crueldade, tanto quanto eram pela lealdade também. O Velaryon desejava que a viagem até Highgarden não exigisse muito de extravagâncias ou demonstração de poder. A presença daqueles homens, e a carruagem que portava a bandeira de sua casa e a de Aemond, mostrava o contrário.

Deu um longo suspiro antes de responder:

— Sejam cordiais. E não façam nada sem a minha aprovação. — os homens em sua frente curvaram a cabeça em afirmação. 

Lucerys tirou as luvas, e se deixou ser levado pela dupla até o acampamento. Os guardas aos poucos se sentiam mais à vontade em voltar para suas tarefas depois cumprimentar o príncipe em um ato de respeito — e também porque suas posições exigiam que os fizesse —.

Foi levado até sua tenda, que parecia ser grande e enfeitada demais para alguém que passaria apenas uma noite ali. O menino de cabelos castanhos abriu a mesma, e aguardou o príncipe adentrar nela. No entanto, Luke pareceu inquieto. A situação pedia para que ele se sentisse daquele jeito, porque seu tio ainda não lhe dera nem um sinal de vida.

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⏰ Última atualização: May 16 ⏰

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